Imagem - © Dariusz Murański
Vou chorar...
Vou chorar...
onde andas amor ? Escrevi-te um poema que o leio e releio-o e choro sempre. Ai que saudade tenho de ti. Até o silêncio quer entrar. Mas fecho-lhe a porta. A solidão é que não me larga. Visita-me a toda a hora só para perguntar por ti, parecendo que, também, tem saudades tuas. Mas, antes que por ti me pergunte, eu digo-lhe logo que nada sei de ti e que não fique para me atormentar mais do que o tamanho e peso da saudade tua. Mas ela responde-me... que a... dor não me pertence e que vive fora de mim, como as lágrimas vivem foram dos olhos. Por isso já não choro, por não valer a pena !
Sabes, amor...
a tua, a minha ou a dor de mais alguém, não é humana. Ela é a porta voz da morte ignorada, assim como o silêncio é o contorno das incertezas e da imperfeição que não se admite ter ou sentir e que nos fazem ranger os dentes.
Por isto, amor...
a tua ausência e não saber por onde andas, é tirar-me a noite e o dia e sentir-me cuspido pela saudade como se fosse um traidor a carregar o pesadelo no cansaço da tua ausência, que já a não suporto mais.
Diz-me onde andas.
Tenho saudades tuas, meu amor !
Desculpa... vou chorar. Beijo, meu amor !
Carlos lacerda