segunda-feira, 28 de maio de 2018

FLORES PARA QUÊ?!




FLORES PARA QUÊ?!
 

No tempo da travessia se a não fizer-mos, 
para sempre ficaremos à margem de nós mesmos. 
E se amanhã não for nada disso...
... caberá só a mim esquecer...
... o que eu ganho ou perco...
e se eu vou ou não sobreviver
... longe ou perto...
ninguém precisa saber...!
Amanhã tenta acordar-me com beijos
Oferece-me o teu sorriso...
Afaga-me com a tua mão num gesto preciso 
Flores,... para quê?
Gostas-te de mim...?!
Não te preocupes,... deixo-te beijos,... ternos os meus. 
Gosto-te tanto,... guarda-me no coração... 
... se poderes: - não te esqueças de mim... !
.
© Eu Mulher | Maria João Coutinho

MÚSICA E PINTURA




Música e Pintura


A música e a pintura
são artes divinais.
A música é leveza da alma, 
uma forma de nos colocar
em comunicação 
connosco e com os outros.
A música é ponte, 
comunica com o universo!
Gosto de todo o género de música, 
depende do meu sentir.
A Música é arte... é poesia!
Como a pintura que
mistura cores em telas 
como mostra as emoções 
e sentimentos de quem pinta...
Pinturas coloridas, 
traços fortes ou suaves.
A pintura é arte pura!
Onde o céu pode ser 
verde e o mar cor de rosa.
Tanto a música como a pintura
fazem-nos sonhar...
E é tão bom sonhar
ao olhar para um belo quadro
ou fechar os olhos 
e ouvir uma linda canção...
e deixar-nos levar pelo sonho!

Bernardina Pinto

AMEI-TE




AMEI-TE


Amei-te,
no deserto das noites, com a brisa a roubar-me o ar
num borbulhar frio sem emoções, com a mente em tempestade
Amei-te,
nas palavras sem tempo, que me escapavam da garganta 
no silêncio dos beijos nunca sentidos 
Amei-te, 
de olhar pousado no céu dos sonhos e na soma de todos os versos 
Amei-te,
nas noites mal dormidas, no cansaço da espera, carregando a dor no peito
Amei-te, 
de alma cansada e mente inquieta 
com o olhar a verter sal, nas mãos tatuadas de ausências 
Amei-te,
despida de preconceitos, sem fórmulas e sem ensaios 
Amei-te,
no vazio dos gestos em soluços 
com as minhas mãos que gritavam, implorando o teu amor
Amei-te,
com um amor ardente, decadente, que me queimava o ventre 
E tu... viveste ao meu lado e entregaste-te ao diabo
Foste desilusão,
insatisfação, frustração
Roubaste-me a felicidade, roubaste-me a liberdade de voltar sonhar 
Hoje, sou silêncio na melodia das primaveras
E resistência, na ceiva das chuvas geladas de inverno

Lurdes Rebelo

quinta-feira, 24 de maio de 2018

GESTOS DE TERNURA...




Gestos de ternura…


Com teus gestos ternurentos
Desafias-me para o amor
São belos estes momentos
Para te escrever com humor

É assim ao fim da tarde
Será assim noutra altura
Das palavras não faço alarde
Mas tas dou com desenvoltura

Eternizo-as no meu pensamento
Dou-lhe uma terna coloração
É neste belo sentimento
Que te mostro toda a paixão

Escrevo sem qualquer métrica
Escrevo ao correr da pena
A métrica é coisa patética
Não sei se estás a ver a cena

É isso que te quero dizer
Agora e para sempre
Tu és todo o meu prazer
O prazer que em mim se sente

Armindo Loureiro 

OS ARQUITECTOS DA CULTURA




OS ARQUITECTOS DA CULTURA 


“No Dia do Autor português 2018” 


Eu penso, eu sinto, eu faço,
Eis a filosofia do criador
Arrostando todo o embaraço
De se descobrir como autor.

Para um acto de criação
Há que evoluir passo a passo
Todavia, pelo sim, pelo não,
Eu penso, eu sinto, eu faço.

De suas mãos sai toda a obra,
Regada com amargor e suor
Mas, ao ter um prazer de sobra,
Eis a filosofia do criador.

Com lágrimas, suor e riso,
Singrando num mundo devasso,
O autor arrisca a mente e o siso
Arrostando todo o embaraço.

A sua obra é um desafio
Que cumpre com regra e primor
Assumindo a paixão e o brio
De se descobrir como autor.

O mundo, sim, pula e avança
Em sintonia com o progresso,
Cada novo autor é uma esperança
De um mundo novo sem reverso. 

Tantos caminhos de aventura,
Tantos e tantos os autores, 
São arquitectos da Cultura
E, do futuro, cinzeladores.

Cada traço sai-lhes da mão,
Ao recriar imagem a imagem,
É como um canto de emoção
Ao ritmo de cada paisagem. 

Os autores são como actores
Em largo palco e clara fonte, 
Agem mas não colhem amores
Das plateias sem horizonte.

Quer tenham ou não qualidade,
Quem lhes garante o seu direito?
Ser autor, com alma de liberdade,
Não prova virtude nem defeito.

Ser autor não é privilégio – 
Privilégio é ser português – 
E assumir este sortilégio
É ter Cultura e lucidez! 

Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA

domingo, 20 de maio de 2018

CAÍSTE NOS MEUS OLHOS


Arte de Michel Jouenne


CAÍSTE NOS MEUS OLHOS


Em cada manhã os teus olhos pelas abertas janelas 
Vão poisar nas flores do nosso campo, gostas delas.
E de noite teus olhos voam para dar umas olhadelas 
Aos retalhos azuis do céu e encontrares as estrelas!

Para podermos admirar melhor este nosso Paraíso,
A neve branca sozinha lá no alto da montanha caía
Numa sonolência branca, fria! De manhã vem o Sol
De novo, carinhoso cintilante! As mãos te dei, urgia! 

Com palavras cor do Sol acordei-te, com um sorriso.
Subiu-te uma canção à garganta igual aos rouxinóis.
E em silêncio, apreciei ver teus olhos sob os lençóis.

Passa na janela uma borboleta, abres os olhos teus;
Com os nossos olhos abertos, acenamos um adeus,
Não resistimos à tentação e caíste nos olhos meus!

Alfredo Costa Pereira

sábado, 19 de maio de 2018

MAIO, NÃO VÁS EMBORA…!



Imagem - Bellissime Immagini


MAIO, NÃO VÁS EMBORA…!


Maio, de cinco sentidos, que entre as flores 
Brota o primor de lindos amores,
Não vás embora sem antes deixar
Pelo caminho o teu doce perfumar!

Pelo caminho o teu doce perfumar
E em meu coração a flor, da primavera, 
De cinco estações, para bem recordar
Que és o mais belo mês e não a quimera!

Que és o mais belo mês e não a quimera,
De cinco sentidos, rodopiando ao acaso,
De um vento, de um solstício temperado,
De sonhos vai-e-vem, ah quem me dera!

De sonhos vai- e-vem, ah quem me dera
Ser balão de ar, de cinco estrelas, saltitar
Pelas orbitas de um só olhar a primavera,
Ainda em Maio, baloiçando o verbo amar!

Ainda em Maio, baloiçando o verbo amar,
Beijando num sempre o azul de um olhar!
Não vás embora sem antes ensaiar
A valsa, de cinco véus, mão em mão a par e par!

© Ró Mar

sábado, 12 de maio de 2018

VENTOS DO NORTE



VENTOS DO NORTE


Que ventos te levaram
Que tão arredio ficaste
Foram os ventos do rio
Aqueles onde nadaste!

Que ventos te levaram
Foram os ventos do norte
Aqueles que atrapalham!
Não te querendo com sorte

Que ventos te levaram
Quase te sentes derrotado
Se antes te magoaram
Reage aos ventos, que te quebraram

Que ventos te levaram
Que levam a tua verdade
Por aqui passaram,
Deixando a tua saudade

... A NATUREZA QUE ESPELHA JASMIM


Foto © Ró Mar


... A NATUREZA QUE ESPELHA JASMIM


Perco-me pela estrada do teu olhar
E sabes qual é a vera razão de ser!?
Seres tu a multidão daquele universo a inventar
E meus passos pequenos de se ver

Encontrar qualquer breve rabiscar de teu sorriso
É coisa das gentes grandes que nem tu!
Ser eu pálido esboço de um narciso
E tu horizonte, verde papiro, de um tal azul menu.

Perco-me por aqui, naquele agora que nem fim,
Onde tu és parte incerta de qualquer ângulo,
Ainda que florido e até perfumado é traço nulo.

Encontrar qualquer breve planear do teu olhar
É coisa de outras gentes que vêem, mais além-mar,
Pelo âmago a natureza que espelha jasmim.

© RÓ MAR