segunda-feira, 12 de setembro de 2016

PRECISO...




PRECISO...


preciso do meu silêncio
o que calmo me vem 
em trovoadas da minha gente

preciso do meu espaço
o que na imensidão do vácuo
possuo e tenho como sala de estar

preciso do meu bosque encantado
o que enfeito com as cordas dos dedos
e pinto-o no peito de amar

preciso do meu brinquedo
o que levo de trás para a frente
e corro com ele contente

preciso da minha almofada 
a que de ar é cheia e permanente
e deixa-me sonhar que sou gente

preciso do meu caminho
no meio de todo este bosque
na fantasia que é minha

preciso de não precisar
porque o que não tenho 
eu própria sei criar

Ana Carvalhosa