PENSAMENTOS
Fervilha-me o sangue rumo ao pensamento,
Que lesto m’ indica o ocaso ou levante,
De algum horizonte, sonhado distante,
Ou crença voando nas asas do vento…
Ocorrem-me à mente como num flagrante,
Ideias aos montes a cada momento,
Que mastigo e engulo feitas sentimento,
Ou faço o silêncio da razão errante…
Os sons, as palavras, que nunca são ditas,
Não por serem feias ou serem bonitas,
Calam-se bem fundo no peito da gente!
São só pensamentos que chegam e vão!
Fantasmas da vida vestindo ilusão,
Onde o tempo mora num olhar silente!...
© J. M. Cabrita Neves