sábado, 13 de julho de 2019

O SILÊNCIO DAS FLORES




O SILÊNCIO DAS FLORES


No silêncio as fragrâncias a emergir
no remanso da brisa sobre o mar.
Minha alma obedece ao meu sentir
deixei de observar flores no meu olhar.

E o mar que me dava tanto sossego
onde mortificava as minhas mágoas,
neste meu viver há um desapego,
como o desmaiar da espuma nas águas.

Na onda e no silêncio flutuam flores
vindas com o vento que ali passou
e as poisou levemente e sem odores...

Na enchente a breve maré floriu
e a maresia com elas dançou
num abraço… o silêncio sorriu...

© Maria Lúcia Saraiva

POESIA FRIA, POESIA QUENTE




POESIA FRIA, POESIA QUENTE 


Dizem pra aí que quase ninguém lê poesia
Preferindo a ficção ou mesmo algum ensaio.
Poemas e outros versos apenas de soslaio 
Ou, porventura, por uma mera cortesia…

Mas, livros de poesia… vai mesmo uma razia
À laia de mercado, estilo papagaio…
A poesia que importa – e desta não me saio –
É aquela que se faz com paixão e maresia.

Poesia fria, não! Mas, sim, poesia quente
É aquela em que o poeta dá a sua vida:
Lendo as coisas e o mundo de forma sentida
Com um empenhamento vivo e incandescente.

As hodiernas tendências não vão por aí,
Os tempos mudam e as ideias desvanecem
Mas a boa poesia e os poetas permanecem
E as “mentes dominantes” sofrem de alibi.

O que interessa, porém, e em lugar cimeiro,
Independentemente de ser poético ou não
Ainda que pareça ser uma ilusão,
É tudo aquilo que à carteira der dinheiro!

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA