Na tua janela
Quero viver sempre em ti
As páginas da minha vida
Desfolho-as e não senti
Que a vida fosse sentida
Cubro-me sob as estrelas
Para te ver ali passar
De par em par as janelas
Abro-as para o Sol entrar
Fico um pouco atormentado
Quando não te vejo ao luar
Já que por ti eu sou ougado
E assim não te posso amar
Sinto-me exilado no tempo
Neste tempo que é presente
Não vislumbro o momento
Em que possa ficar contente
Chove tão mansamente
E eu me meto pela rua
Vejo-te à janela contente
E parece-me que estás nua
Será que te despiste pra mim
Por saberes que eu ia passar
Ou desconheces que sou afim
Dessa figura que quero amar
Procuro um porto de abrigo
Um porto que seja seguro
Eu que sempre fui teu amigo
No teu porto eu me procuro
E depois de te encontrar
Encosto-te ao peito meu
Será que te posso amar
Ou o amor ainda não se deu