quinta-feira, 29 de outubro de 2015

LOUCURA


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LOUCURA



Loucura é o meu estado nesta hora medonha
Falta-me tudo, aquele lampejo de razão
Que faz do meu sonho…
Uma reta de abundante inspiração!

Sinto esta loucura que consome, que mata
Perdeu-se o meu ego num por-de-sol terreno 
Sinto este pesar em meus olhos e embriagada 
Sei-me em delírio de loucura, num mundo tirano! 

Vivi um sonho irreal, fantasiado sem medo da dor
Por instantes senti renascer o amor
Mas entre o sonho e a realidade
Fiquei desesperada com tanta contrariedade!

No jardim da minha existência
Encontro-me sozinha, em abandono
Minh’alma pesa, mergulhada em lágrimas
Não oiço mais a meiguice das suas palavras!

À minha volta tudo ficou escuro, sinto desespero
Tenho minhas pernas acorrentadas num mundo austero
Meus olhos abertos deixaram de ver o luar
E choro lágrimas que teimam em escorregar!

Sinto que é minha loucura vinda dos delírios,
Da solidão e um amargo lembrar…
Utopias de um negro desespero que me vem assombrar
Nos vindouros anos que serão de sucessivos vazios vazios!

  Nazaré G. (Naná)

O ANCIÃO


Imagem - Google


O ANCIÃO 


Esta noite visitei um ancião
Que vive na Ribeira Brava
Numa gruta escavada à mão 
Mesmo no final da estrada
Queria saber o meu futuro 
Como poeta, nas suas visões 
Se o meu destino seria duro
Ou se poderia ter outras ilusões 
Queria usar a sua experiência 
Tinha forte vontade de aprender 
Como transmitir a excelência 
Nos poemas que possa escrever 
Senti uma alegria no olhar do ancião 
Num tom suave explicou como fazer
Escutar todos os dias o meu coração 
E nunca, mesmo nunca parar de escrever 

Paulo Gomes

DEIXAI-ME PASSAR


Deixai-me passar


Deixai-me passar
Abri o vosso caminho
Que eu quero hoje ao luar
Vos amar, eu sou meiguinho

Deixai-me passar
Pela vossa estrada fora
Que eu vos quero amar
Antes de me ir embora

Deixai-me passar
Quero ser a vossa estrela
Na beleza do meu sonhar
Vós sois a mulher mais bela

Deixai-me passar
Neste belo amanhecer
Não vos quero vir a pisar
Neste sonho do meu prazer

Deixai-me passar
Com tudo o que é meu
Para eu vos poder dar
O meu corpo todo ao leu

E se vós me deixares passar
Desta forma que eu ensejo
Podeis crer vos vou amar
E vos dar um terno beijo

Quem diz um, diz muitos mais
Pois o amor assim o determina
Olho-te e tu por seres demais
Teu amor o meu domina

Armindo Loureiro 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O SCRIPT COM AMOR


Imagem- Beautiful world. Nature, love, art.


O SCRIPT COM AMOR


Falei com o vento
De todo o meu desalento,
Como se ele me ouvisse,
Que tolice!

Escutei o seu turbulento
Som e esqueci no momento…
O bater acelerado
Do coração meio descompensado.

E, neste ritmo perdi-me
No tempo e embalei-me
Ao seu lado.

Voo um pouco transtornado
Que me levou ao bem-amado;
Palavras de código que decifrei no voar.

De repente encontrei-me do outro lado
Da estrada, percorri quilómetros no andar;
Um rumo um pouco exagerado,
Que despertou um vasto sentido, sem cansar.

Desci à terra e calcei-me de tudo
O que podia…
O mar, a areia, as conchas...mundo
Que me dizia como se vivia.

Mais além, caminhando…
Encontrei uma estrela guia
Que sorriu na tela, desenhando;

Era a verdadeira aguarela,
Que sonhei ver um dia, tudo sorria,
Pelas vidraças da janela;

E, o vento se foi no espaço…
Sobrou os pincéis e tintas
Que no compasso
Dão voltas e voltas.

Estava só, sempre estive só,
Mas agora, jamais serei só,
Falo com os dedos que pintam
Tudo o que veem e no que acreditam.

Sou uma borboleta
Simples, não uma vedeta,
Mas tenho na alma toda a poesia.

E tudo o que vivia…
É hoje um nobre fruto, a mais bela flor;
O script com amor.

© RÓ MAR

sábado, 17 de outubro de 2015

LIÇÃO NAS IDAS E VINDAS...


Lição nas idas e vindas…


As aulas que tu me dás
Nas viagens pelo além
Na boa leitura assim se fez
Tudo aquilo que nos convém

Junto-te há minha companhia
Para que não fujas de mim
E nos encontros essa alegria
Seja aquela de que estás afim

Se um dia te encontrares
Lembra-te do que eu te digo
Para não sofreres os azares
Que sofreu este teu amigo

São contingências do tempo
Em que a verdade sumiu
Na realidade dum momento
Em que o amor se sentiu

Armindo Loureiro 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

TELA




TELA


Voo nas entrelinhas
dos parágrafos escritos
e mergulho na tela
da tua ficha de arquivos,
irrigada com pensamentos de magia
que abraçam a luz na horizontal
e lutam nas sombras, à revelia.
Entre lágrimas e sorrisos,
entre mistérios e crepúsculos,
entre a Aurora e gente sem escrúpulos
és o mundo onde as cores não se podem escrever
pois vão nas asas dos sonhos, até onde consegues voar e viver
e onde contas extraordinários desejos e segredos, em páginas de ar
sendo que... apenas quem amar uma tela de cores... conseguirá decifrar.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

SOLIDÃO




SOLIDÃO 


Solidão uma forma de viver
Um desejo inconformado 
Uma vontade de escrever
Um coração abandonado
Solidão que enlouquece
O corpo e a nossa mente
Que por fim até se esquece
Da companhia para sempre
Solidão neste quarto vazio
Apenas o conforto da almofada
No corpo um tremor de frio
No abraço o espaço e mais nada 

Paulo Gomes

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

C-R-I-A-N-Ç-A


Imagem- Open Art- Victoria Stoyanova


C-R-I-A-N-Ç-A


CRIANÇA
Que tens todos os sonhos do mundo
Guardados nesse coraçãozito imaculado;
Que de nadas constróis as brincadeiras de gente crescida,
Arcadas de reminiscência;
Que engoles todas as fúrias, e, na mais pura inocência
Remetes um sorriso de orelha a orelha;
Consagro-te todos os direitos à vida,
Longe a qualquer trapaça, dissabores e sofrimento.
As palavras que sinto e escrevo que sirvam de enaltecimento,
Ou, reconhecimento ao grande ser que és;
Pequenina mas já com uma visão
Tão grande do mundo!
Indefesa, tão tenra, mas com toda a vitalidade
Para abraçar as venturas e desventuras da vida.
Entre o olho esbugalhado e o rosto puro cetim
Descaí a lágrima, o brilho é tão intenso, o som um vozeirão,
Que a sinto cá bem no fundo do coração.
Tão pequenina e já em tão grande lida;
Apenas uma menina, que acredita em contos de fada!
Ah, criança linda
Que salta e pula airosa
Pelo jardim e se cresce entre as mais flores,
Uma graça! Que se escorrega na areia da praia argilosa
E chapinha a água sem parar
Como se o mar fosse seu berço!
Te consagro princesa, natural da mãe natureza,
Rainha do universo.
Olho-te como se o mundo
Estivesse todo aqui, pequenino
Mas de valor incalculável.
Não consinto demais défices ou injúrias,
A tudo tens direito, não pediste para nascer
Apenas pedes para crescer.
Que o teu viver
Seja um pleno constante renascer;
Que a nossa areia e o mar
Deixem construir todos os castelos de ar,
Os quais te são por direito;
Um azul céu e as estrelas com toda a certeza.
Que nada nem ninguém privem de seres
O teu tempo em todo pleno;
Que o sorriso incansável
Seja sempre presente,
Pois, gosto de sentir essas bochechas de felicidade;
Nada de nariz franzino,
Quero-te bem saudável!
Menina ou menino és
E serás a que vou acompanhar
Para todo o sempre;
Serei teu anjo da guarda
Aos céus e à terra! No esvoaçar pelo teu caminho
Solto as letrinhas de tanto carinho
Que cobrem esse cantinho envergonhado
E na palma da minha mão
Cresce o tesoiro mais puro e tão lindo!
Serás sempre verde oiro, hoje e sempre,
Aqui, ou, em qualquer lugar, és
E serás a mais linda entre as histórias,
Uma enorme centelha;
Cobiçada por todos! Não és de ninguém, pomba da natureza;
Sinto orgulho de poder soletrar
C-R-I-A-N-Ç-A.

© RÓ MAR

domingo, 11 de outubro de 2015

NOITE E O LUAR


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NOITE E O LUAR


Encontrei a noite 
Escura que nem breu
Não a quis, perguntei pelo dia,
A noite não me dizia,
Apenas assim respondeu
Espera para amanhã 
Agora estou eu.
Mas tu noite que me assustas, 
Chego até ter medo de ti
Respeito ou medo? 
Para ti é igual,
Mas o que queres afinal?, 
Sabes eu vi!!
Que a noite esconde 
Muita vida em segredo.
Mas diz-me noite, 
Quando chega o dia, o sol a brilhar
Aparece mais alegria, a natureza 
Tem mais encanto
Diz-me porque de noite 
Choro tanto
E o dia tem sempre 
A luz que brilha
Que sabes tu da noite? 
Eu tenho o luar
Tenho as estrelas a brilhar
Inspiro poetas no silêncio da noite
Trago-lhes os sonhos de amor
Há lá coisa mais bonita 
Que um belo luar
Para sonhar, e poetas inspirar.

Joana R. Rodrigues 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

HÁ UM TODO


HÁ UM TODO


Há um todo que se completa nas partes.
Há as partes que formam um todo.
Há um indivisível que se torna único.
Vêm as palavras que formam as ideias,
poemas da alma sensível.
Entram as imagens de tinta
que dizem o que as palavras não falam.
Chega o homem atento, que tudo vê.
Carrega consigo o fardo da vida,
espera o descanso de estáticos momentos.
Quer paz. Quer encantamento. Quer sonhar
com um mundo possível.
Imprime-se um convite a outros iguais,
faz-se o sonho, alcança-se o impossível:
ergue-se um céu de amor.


Fernando Figueirinhas

UM DESEJO


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UM DESEJO


Vou transformar o Amor 
Numa forte Amizade 
Para que no doce calor
Se transforme em Saudade 

Vou transformar a Saudade 
Em doces poemas de Amor
Tornar possível essa realidade 
Num Mundo muito melhor

Vou transformar a Ilusão 
Num bonito sonho a realizar
Dar energia ao meu coração 
Para todo o Mundo abraçar 

Vou transformar este meu desejo
Numa mensagem especial de Amor
Como se fosse um carinhoso beijo
De um Amante cheio de paixão e ardor

Paulo Gomes

QUERO VIVER ASSIM...


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Quero viver assim…


O que é a vida
Nem todos dirão o mesmo
Uns levam-na de forma sentida
Outros levam-na toda, a esmo
Por isso há vidas diferentes
Vividas por toda a gente…

As pessoas vivem-na assim
Alguns até na brincadeira
Depois não me digam a mim
Que viver não é missão porreira
É… Podem todos crer
Porquanto é o que é nosso
E o que nos dá prazer
Já nem sei se com isto eu posso

Deixem-me viver como eu quero
Deixem-me fazer pela vida
Que eu da minha tudo espero
E a quero de forma sentida

Dizer uma asneira ou outra
Quando passo por uma linda mulher
Uma palavra louca
Muitas vezes é o que ela quer
E se eu a disser só com o olhar
Ela aí ainda vai ficar mais feliz
E se calhar até me vai amar
Porque foi isso que ela me quis

Vou continuar a ser quem sou
A fazer tudo igual
Sou homem que bem sabe o que amou
Porque o amor nunca faz mal

Não faz nem poderia
Porque ele vibra em nós
No amor vive a alegria
De quem às vezes perde a voz…

Armindo Loureiro

O SÍMBOLO QUÍMICO DA POESIA É "O2"


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O SÍMBOLO QUÍMICO DA POESIA É "O2"


O símbolo químico da poesia é "O2". Poesia respira-se
e, não sendo ar, enche-nos o peito.
Também se lava com ela o rosto de quem sofre 
e até se mata com ela a sede de alguém,
mas é líquido que poesia é feita de palavras...
que chovem sobre ouvidos dizendo "sorri, sofredor"
e que chovem sobre lábios dizendo "sorve a vida".
Poesia, mesmo passada, move todos os moinhos,
mas não é água, é frágua: também um quente "H2O".
Poesia pode ser só um verso; também um abraço – só.

Sérgio Lizardo

terça-feira, 6 de outubro de 2015

É PORQUE ADORO-TE…


Imagem- Divergent 


É PORQUE ADORO-TE…


Quando digo amo-te
É porque adoro-te…
Tudo o que vejo que és,
Tudo o que sinto que és
E tudo o que ainda não és;

Quando és adoro-te
É porque sou e amo-te…
Tudo o que és e ainda não és,
Não digo nada o que és
E sinto tudo o que és.

© RÓ MAR

A ARTE DE AMAR


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A ARTE DE AMAR


Amar é uma arte difícil de dominar,
Exige cores fortes e belos modelos,
Muito amor e bastante inspiração.
Com a força da alma e do coração.

A arte de amar é perfeita e sublime,
Exige de quem ama muito cuidado,
Saber envolver nos seus abraços,
Afectos, com beijos e muitos laços.

Saber amar com arte é a primazia
Que se deve dar a quem se ama,
Colher em seu regaço com chama,
Esse belo amor, dando-lhe guarida.

Ruy Serrano

domingo, 4 de outubro de 2015

ESCREVO-TE DESTA MANEIRA...


Imagem - Divergent


Escrevo-te desta maneira…


Aquilo que eu vejo
Nem sempre é o que vês
Tapo-te com um simples beijo
Dado de chofre na tua bela tez

E tu algo serena
Fazes de conta que não sentes
Faço-to de forma amena
Ao contrário tu não me tentes

Espraio-me por ti com alegria
Faço com que tu me sorrias
É chegado pois esse dia
Em que te farei com todas as magias

Olhas-me com serenidade
Ou deixas isso entender
Meu amor grande verdade
É em ti que sente prazer

Escrevo assim desta maneira
Faço-te um poema a preceito
Digo-te tudo na brincadeira
E olho-te e fico sem jeito

Não quero em ti anoitecer
Antes me quero a nascer
Um amor com este prazer
Nasce em mim e em teu ser

Armindo Loureiro 

PALAVRAS SENTIDAS


Arte: Mila lopes


Palavras sentidas


Palavras!
Eu não preciso ouvi-las
basta-me senti-las
sei que estão dentro de mim
como o sol que brilha todos os dias
e aquece a minh’alma
ou como a brisa suave da noite
que beija meu rosto.
Palavras!
São por mim sentidas
são melodias que trago comigo
são gestos de olhar e carinho
são amor e sorrisos meus.
Palavras! 
são sentimentos meus
são as minhas emoções
são os meus sentimentos
são pedacinhos de mim.
As palavras que escrevo 
são para quem amo
e para quem me quiser ler .

Mila Lopes

PROSTRADA NO LANCINO DA EXISTÊNCIA


Imagem - Divergent 


PROSTRADA 

NO LANCINO DA EXISTÊNCIA


Prostrada no lancino da existência
Esperando que haja dia
Contando os seus segredos
Que escapam entre os dedos

Esperando pequenos nadas
Vivendo as mesmíssimas lembranças
Lendo a sina que tem certo destino
De mãos vazias que nem um peregrino

Esperando uma luz em sua alma nova
Que devolva ao seu coração a alegria
E que lhe dê outra vida à prova
Compondo a pele em lágrimas de poesia

Prostrada no lancino da existência
Esperando que haja dia
Contando os seus segredos
Que escapam entre os dedos

® RÓ MAR

O BARCO PASSOU E NÃO VOLTOU


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O BARCO PASSOU E NÃO VOLTOU


Na linha do horizonte, vejo um barco passar,
Vai para Sul, esqueceu-se de me levar,
Tenho saudades da maresia e do enjoo,
Das ondas e das gaivotas no seu voo.

Perde-se o barco na curvatura do oceano,
Perco-me eu nas recordações de antanho,
Sensação d'atravessar a linha do Equador,
P'ra chegar à minha terra, meu esplendor.

Desencadeia-se forte tempestade marítima,
O barco estremece e ameaça naufragar,
Passageiros e tripulantes ficam a rezar,
A viagem torna-se trágica e perigosíssima.

O barco chegou ao destino, tão longe de mim,
Que deixei de o ver p'ra sempre, e nele viajar,
Privilégio dos que podem a passagem pagar,
Fiquei à espera de ainda poder ter outro fim.

Ruy Serrano 

MISSÃO ESPECIAL


MISSÃO ESPECIAL 


Esta noite desceu um Anjo á Terra
Trás uma especial e única missão 
Descobrir o que o Amor encerra
Por fazer felicidade no coração 

Nunca foi descoberto o motivo
Nenhum ser humano comprovou 
Porque fica o coração porto de abrigo 
Para sempre de quem já amou 

Esta é a missão deste Anjo celestial 
Descobrir esse segredo tão bem guardado
Uma fórmula mágica como o santo graal 
Que faz todo o Mundo ficar apaixonado 

Paulo Gomes

NA MINHA CASA SÓ ENTRA QUEM EU QUISER


Imagem - Divergent 


NA MINHA CASA 

SÓ ENTRA QUEM EU QUISER


a minha casa é o meu reino
sou eu quem manda
só entra quem eu quiser
tem um grande corredor...
quando chego ao fim
o telefone desligou...
a minha casa é quem sou...
até tem televisão
para me por a par
do estado da nação...

a minha casa é um castelo
de grossas muralhas
mas com muitas janelas
para poder sair por elas...
de dia o sol entra
de noite a lua brilha
se houver...
mas na minha casa
só entra quem eu quiser...
é nela que choro e rio
pinto a vida
de outras cores
onde descanso
onde dispo o meu corpo de mulher...
e escrevo versos e canto
como ave transviada...
na minha casa cozinho
sonhos, gritos
o que me aprouver...
na minha casa
só entra quem eu quiser...

r.r.- Rosa Ralo

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O QUE PENSAS DO OLHAR A DESCOBERTO?


Imagem - Gardenia by Gardenia 


O QUE PENSAS DO OLHAR 

A DESCOBERTO?


Nem tudo o que se diz é sentido;
Nem tudo o que se escreve é vivido;
Nem tudo o que se lê é compreendido;
Nem tudo o que aparenta é devido.

Mas, tudo tem a sua razão de ser,
Tudo tem o mistério que é viver;
Tudo tem alma, coração e qualquer parecer;
Tudo tem tempo, espaço e algum caráter.

O que pensa a razão do pensamento?
O que pensa o mistério ser no momento?
O que pensa a alma do coração sujeito?

O que pensa o tempo neste espaço indireto?
O que lê o mundo neste livro aberto?
O que pensas do olhar a descoberto?

® RÓ MAR

NOS NOSSOS (A) MARES...


Imagem - Beautiful Word Nature, Love, art 


Nos nossos (a)mares…


Entre dois istmos
Dois (a)mares diferentes
Entrecruzam-se
E nasce um novo (a)mar
É a beleza da vida
Quando assim vivida
Cruzei-me contigo
Numa onda em crescendo
Não te deixei naufragar
Pois em ti me entendo
Nesse belo canal
Fizemos o cruzamento
Sei que não fez mal
E que foi um alto momento
Nesse (a)mar verdadeiro
Navegamos ao cimo da onda
E a quilha por inteiro
Descobriu essa monda
Um (a)mar esbranquiçado
Devido ao sulcar
Em ondas de rebuçado
Devidas ao (a)mar
São assim os istmos
Que os (a)mares separam
Mas nos dão os ritmos
Que os navios gostaram
Navegar sobre esse (a)mar
É uma beleza por demais
Cruza-me que é salutar
Mesmo que hajam alguns ais!


Armindo Loureiro

VOU CHORAR...


Imagem - © Dariusz Murański


Vou chorar...


Vou chorar...
onde andas amor ? Escrevi-te um poema que o leio e releio-o e choro sempre. Ai que saudade tenho de ti. Até o silêncio quer entrar. Mas fecho-lhe a porta. A solidão é que não me larga. Visita-me a toda a hora só para perguntar por ti, parecendo que, também, tem saudades tuas. Mas, antes que por ti me pergunte, eu digo-lhe logo que nada sei de ti e que não fique para me atormentar mais do que o tamanho e peso da saudade tua. Mas ela responde-me... que a... dor não me pertence e que vive fora de mim, como as lágrimas vivem foram dos olhos. Por isso já não choro, por não valer a pena !

Sabes, amor...
a tua, a minha ou a dor de mais alguém, não é humana. Ela é a porta voz da morte ignorada, assim como o silêncio é o contorno das incertezas e da imperfeição que não se admite ter ou sentir e que nos fazem ranger os dentes.

Por isto, amor...
a tua ausência e não saber por onde andas, é tirar-me a noite e o dia e sentir-me cuspido pela saudade como se fosse um traidor a carregar o pesadelo no cansaço da tua ausência, que já a não suporto mais. 

Diz-me onde andas.
Tenho saudades tuas, meu amor !

Desculpa... vou chorar. Beijo, meu amor !

Carlos lacerda

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

TU, MULHER

 

TU, MULHER


Tu, e as tuas doces palavras que arrasam qualquer argumento racional. 
Tu, e os teus puros sentimentos que envolvem de ternura as mais rudes agruras. 
Tu, e os teus ilusórios sonhos que fazem a vida ser real.
Tu, e a tua aparência que revestida de veludo brilha, inspira, atrai.
Tu, e a tua inteligência própria que derruba todas as outras. 
Tu, e o teu humanismo que exaltas qualquer gesto. 
Tu, e a tua realidade que transforma o mal em bem. 
Tu, e a tua índole que te faz mãe dos teus, dos outros.
Tu, mulher, poetisa de sublime poética.
Tu, mulher, sentimentalismo de puro sentimento. 
Tu, mulher, sensualidade da mais ousada veracidade.
Tu, mulher real, mãe, humana - tu, mulher.
Poética, sugestiva e suave.
Poética imagem subjetiva, 
Poética realidade sensual, 
Poética, sugestiva e suave imagem, subjectiva realidade sensual. 
Tu, mulher.

AMANDO OS SEUS OUTONOS


Imagem - Divergent 


AMANDO OS SEUS OUTONOS


Espreguiçando-se à janela...
Entra o vento de outono
Com cheirinho a canela
A desafiar as teias do sono.

Xícara d’ alma e coração
Que comtempla a estação
Num despertar quase ímpar
Que a natureza tem a dar.

Um sorriso nos lábios…
Amanhecer-se ao vento
Conquistando o momento.

Uma frase afirmativa…
Degustar-se contemplativa
Amando os seus outonos.

® RÓ MAR