quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

UM OLHAR IRREAL...


Um olhar irreal…


Vejo-te displicentemente sentada
Com um olhar vago no horizonte
Olho-te no teu olhar não vejo nada
Parece que não há nada ali defronte
Mas há, esse mar um pouco revolto
Que se espraia no belo areal
E o teu cabelo que está solto
Revolteia-se num ar tão irreal
Retorno a olhar no teu olhar
E agora sim vejo algo a raiar
É que lá longe a navegar
Vem aquele que tu queres amar
Amas de uma maneira tão singela
Sem o dares a ninguém a perceber
Tu mulher que és a coisa mais bela
Porque te não dás a mim a conhecer
Gostaria, ai… se não gostaria
De te conhecer aprofundadamente
Talvez outro galo cantaria
E jamais te tiraria da minha mente
Mas não sou o que tu queres
Digo-o tendo até pena de mim
Mas de mim jamais esperes
Que do que queres também seja afim
Levantas-te como quase a levitar
Tal é a beleza do teu porte
E eu digo-me: porque não te amar
É azar… porque não a minha sorte

Armindo Loureiro