segunda-feira, 30 de maio de 2016

NUM POEMA




NUM POEMA


Num carácter vincado
Uma personalidade forte
Num ser obstinado 
Uma vida com sorte

Num bondoso coração 
Uma vida com felicidade 
Num destino de solidão 
Uma herança de saudade 

Num vácuo de Amor
Uma mágoa sentida
Num ato de raiva, só a dor
Uma paixão perdida 

Num caminho perfeito 
Uma atitude correta 
Num poeta eleito
Uma poesia aberta 

Num poema imortal 
Uma escrita com magia 
Num livro excepcional 
Uma inesquecível poesia

Paulo Gomes

NO TEU MÁGICO OLHAR




NO TEU MÁGICO OLHAR


Quando me falas de Amor
Sinto um arrepio na espinha
Que se cresce ao sabor 
Dos teus lábios, o que será meu amor!?

Por momentos, não consigo pensar,
Quedo no teu ombro
E me deixo levar
Pelo que diz o coração.

Não sei se será assombro,
Mas a tua voz solta-se 
N’ alma como um voo de paixão
Que se acende e maravilha-se
No teu mágico olhar.

© RÓ MAR

NO TEU VENTO PARA VENCER




NO TEU VENTO PARA VENCER


retêm-me nas vagas breves do teu olhar
na concha achada desgastada pelo teu respirar
que aguardo na fina camada da linha que te amar
curvas que as letras tendem a afogar
por te saber breve voltas a afagar
e achatada vou indo no pó agradecer
porque me levas no teu vento para vencer

Ana Carvalhosa

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O MEU ABRAÇO...


Art by Otto Aguiar


O meu abraço…


Neste dia do abraço
Quero-te ter em mim
No espaço dum braço
Num abraço sem fim

Dar-te, pois, o meu abraço
Dizer-te algo ao ouvido
Num amor tão escasso
Mas, contudo, bem sentido

Abraços que eu te dou
Assim desta maneira
São de alguém que te gostou
Se contigo fez uma asneira

Dou-te abraços ternurentos
Recolho-te no meu interior
Em meus braços por momentos
Enlaço-te com todo o amor

Vem, pois, a meus braços
Encolhe-te dentro do meu ser
Quero-te dar alguns amassos
Tu és o fruto do meu prazer

Ai abraços, ai meus braços
O que gosto de ter entre eles
Nem que estejam um pouco lassos
É o amor em que vibrem suas peles

Um amor que seja assim
Um amor endiabrado
E que me diga depois a mim
Leva-me contigo ao eldorado

E eu levar-te-ei com uma certeza
De que o amor existe em nós
Tu para mim és essa beleza
Que me faz perder a voz

Armindo Loureiro 

sábado, 21 de maio de 2016

MINHA MALA DE CARTÃO




MINHA MALA DE CARTÃO


Esta mala de cartão
Já quase deu a volta ao mundo
De tão gasta que está
Chegou ao meu país já sem fundo

A mala e sapatos
Que fazem pandam
Já estão tão gastos
Fiquei sem sapatos
Para calçar amanhã

Minha mala de cartão
Perdeu as recordações
Que eu trazia do mundo
Cheguei à minha nação
Com a mala já sem fundo

Joana R. Rodrigues

PORQUE ESCREVO...




Porque escrevo…


Ando por aqui a escrever
E nem sei se alguém me lê
Só sei que tenho prazer
No que faço, já se vê
E se alguém assim o diz
É porque gosta do que faz
E no que faz se sente feliz
Porque escreve a todo o gás
E isso já não sou eu que digo
Mas alguém que se satisfaz
É o Carlos e é meu amigo
Não é dos que leva e traz
É um moço bem porreiro
Alguém que gosta da borga
Um poeta por inteiro
Uma escritura assim outorga
É a trezentos à hora
É um espanto ele o diz
Daqui levo, se vou embora
Uma escrita que me deixa feliz
Vou aqui, vou acolá
E depressa faço quadras
Sobre o que dizem, é no que dá
Depois as leem, as felizardas
Uma escrita não redonda
É aquilo que aqui vos dou
Na verdade, que se monda
Corto a raiz que assim se amou
É a raiz do meu pensamento
É a verdade que sai de mim
Não escolho nenhum momento
Para escrever o que estou afim

Armindo Loureiro

CHORA COMIGO GUITARRA!


Chora comigo guitarra!


Se no trinar da minha guitarra
Pudesses perceber o que ela diz,
Entenderias, amor, e quanta garra
O coração que chora para ser feliz.

Se a guitarra com sua voz plangente
Com coração e alma nesse tom sofrido,
Choraria comigo esse toque comovente
E levarias as mágoas, que tenho vivido.

Guitarra, minha guitarra ,tua linda música
Tocada devagarinho e perto do coração,
As cordas mais rápidas tocaram esta canção.

Canção de tão lindo amor e de tanta garra
Abri e deixei falar o coração abertamente,
E de novo poder ouvir seu toque docemente!

Maria de Lurdes Cunha

MAIO


Imagem - SAi$ON


MAIO


Maio, o mês do coração,
Do amor e mui paixão;
Da frescura e beleza, de mui flores,
Da primavera, vida de todos os perfumes.

Maio, o quinto mês do ano, de trinta e um dias;
Mês da fertilidade, de todas as Marias;
O mês de todas as mães;
O mês de todos os corações.

Maio, o mês movido por todas as gentes,
Da música, da poesia e outras alegrias;
O mês de plantar no mundo sementes
De uma árvore de todas as outras vidas.

Maio, o mês de nome tão pequenino
E de tão abastado cheirinho!
Mês que descrevo com mui carinho
Em uma pena de pássaro menino.

© RÓ MAR

sexta-feira, 20 de maio de 2016

A TUA VOZ AMOR


“ A TUA VOZ AMOR "

 
A tua voz de um timbre tão esmerado
Faz transbordar em mim esta alegria,
Há nela o encanto e a magia
Que me lembra a Amália, voz do fado.
 
A tua voz, amor, é sonho alado,
Tem brilho, tem encanto, simpatia,
Eu ouço a tua voz de noite e dia
É pomba que me segue em todo o lado.

 Tem tanta melodia em pianinho,
Com ela não me sinto mais sozinho,
É música a vibrar dentro de mim.
 
É linda tua voz minha querida,
Tal como ela amor, tu és mais linda
Que toda e qualquer flor do meu jardim.
 
Abílio Ferradeira de Brito

ESPALHAR-ME NO SABOR DO VENTO...




ESPALHAR-ME NO SABOR DO VENTO...


quando te oiço chegar no vento...
não sei que me queres...
mas logo descubro...
quando te sinto no meu rosto molhado
quente a escorrer... calado
som de existir, permanecer...
ficar em ti colado
como creme na tua pele espalhado
entranhando e derretendo 
espalhar-me no sabor do vento...

Ana Carvalhosa

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Ó ROSA, Ó LINDA ROSA...


Imagem - Bellissime Immagini


Ó Rosa, ó linda Rosa…


És uma Rosa perfumada
Com laivos de alecrim
És a mais bela amada
Das Rosas do meu jardim

Uma Rosa de tão perfeita
Que eu ali fui encontrar
Meu amor assim se ajeita
Para um dia te poder amar

Ó Rosa, ó linda Rosa
Ó Rosa, que és meu bem
Na beleza duma prosa
Eu te digo o que convém

Gosto-te desta maneira
Gosto-te desta forma assim
Vamos, pois, para a brincadeira
Que eu de ti Rosa, estou afim

E é nessa tua grande beleza
Que eu vejo o teu esplendor
Tu és fruto dessa natureza
Tu, és a Rosa do meu amor!

Armindo Loureiro 

AS CONCHAS E O DESTINO




AS CONCHAS E O DESTINO


Duas conchas
Conversavam
Sem saber
Que destino teriam

As duas se beijaram
E seu destino
Seguiram,

Duas meninas
Que passavam,

Olharam para
As conchas a sorrir

Com muito carinho
Lhes pegaram

E então lhes perguntaram
Se com elas queriam ir

Joana R. Rodrigues

ME LEMBRO...




ME LEMBRO...


Sinto saudades das estradas quase desertas
com entradas e bermas a dar ao pinhal
onde neles buscava um cantinho escurinho
p'ra loucamente amar.

Lembro-me tão bem dessas tardes e noites
que os seus cheiros nos convidavam à tentação do prazer
enquanto os corpos se sentiam, 
só com os olhares das espigas,
e os nossos desejos se dilatavam como resinas.

Lembro-me e sinto saudade.

Gostaria de tornar a sentir naqueles pinheiros 
e na erva que cobria as suas raizes;
.... e que foram testemunhas de tantas loucuras;

a suportarem o encosto dos meus, ainda, ávidos desejos
e tornar a olhar, lá bem no alto... de olhos fechados em prazer 
... os seus ramos e espigas

enquanto quase a sufocar
não parava de amar!

Carlos Lacerda

terça-feira, 17 de maio de 2016

ERUDIÇÃO




ERUDIÇÃO


Semeio palavras pelo universo,
Com o significado tão sagrado
Que choro às vezes, confesso!
Por ver, o teu ser emocionado.

Lanço-as, ao céu suavemente,
Pra que possam nele germinar,
E, no teu olhar cego e inocente,
Possam de novo, assim brilhar.

São, abençoadas por alguém,
Para obterem estatuto de altar.
Semeio palavras faz-me bem!
Adoro! A erudição de semear.

Joaquim Jorge de Oliveira

NÃO DEIXES QUE ESTA PRIMAVERA ACABE




NÃO DEIXES QUE 

ESTA PRIMAVERA ACABE


Espero que ainda sintas o perfume…
Das flores de maio… que nos envolveu
Pelo amor da singela natureza
E que sempre penses no luar que sabe
Às estrelas que quiseram amar…
Pelos ventos os tantos sonhos a voar…
Verdes olhos meus em teu coração.

Espero que ainda vejas o jardim
Nosso…no mesmo sítio do costume,
Onde eu era rosa a flor dos teus sonhos
E tu o príncipe que me amanheceu…
E que a vida nossa seja caminhos
Jamais esquecidos, as nossas bocas
Regatos que aliam ao vento… boas novas.

Espero que ainda saibas ler tal outrora
As pétalas que desenham pelo espaço
As flores que viveram em boa hora.
Que não acabe este nosso sonho em falso
Espinho… o que mais desejo é tua beleza
E essa está estampada nos olhos meus…
E que em todos os tempos sejam teus.

Espero ainda ver os sorrisos teus
E sentir muitos perfumes iguais,
Nossos… no mesmo sítio do costume
Onde nós éramos plenitude…
Eu a rosa brava e tu, o doce jasmim,
Que ainda chamo de amor e vida mais…
Não deixes que esta primavera acabe.

© RÓ MAR
 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

SILÊNCIO...




SILÊNCIO...


silêncio...
é em ti que escuto
meu amor perfeito
tem o odor do mar 
aquele que me toca
com vontade de amar

silêncio...
quero em ti guardar
numa caixa com surpresas
o teu som que me satisfaz
na calma da noite e da paz
o doce olhar se for capaz

silêncio...
reuni em ti o meu ser
é no mote calado 
que quero em ti viver
verei se vou conseguir
porque o teu ser...
ainda me faz sorrir

Ana Carvalhosa

DO QUE EU GOSTO...


Imagem - Bellissime Immagini 
 

Do que eu gosto…


Gosto de gente
Que sabe ser gente
E que não nos sabe mentir

Gosto de gente
Que anda sempre contente
Mesmo que não seja o seu sentir

Gosto de gente boa
Podem todos crer
Não é preciso ir a Lisboa
Para dessa gente se poder ver

Vejo-a em todo o lado
E gosto muito de a ver
É gente ligada ao Fado
Ou que no Fado sente prazer

Este Fado que há em mim
Desde tempos imemoriais
Eu não sei porque sou assim
Mas gosto de mim por demais

Ando no Fado porque quero
Ando ao Fado no relento
O teu Fado eu sempre espero
Para me sentir sempre a tempo

A tempo digo eu e dizes tu
Nesse Fado maravilha
Quando vejo algo a nu
Minha aura logo brilha

Armindo Loureiro

domingo, 15 de maio de 2016

MÁQUINA DE ESCREVER




MÁQUINA DE ESCREVER


Meu espírito está triste
Minha alma apagada
A minha alegria não resiste
Ao olhar esta madrugada

Não sinto vontade de viver
Não me apetece sequer sonhar 
Não quero nem comer, nem beber
Não quero mais os prazeres saborear

Sinto minha alma como uma vela apagada
Sinto meu coração totalmente magoado
Sinto no meu peito uma lança ardente cravada
Sinto e pressinto meu caminho só e abandonado

Porque acordei com tais pensamentos
Porque sonhei com estes sofrimentos
Porque perdi toda a minha inspiração 
Porque sinto toda esta magoa no coração 

Será uns sintomas graves de loucura
Porque sinto o meu corpo a tremer
Ou será os efeitos desta noite escura
Transformando-me numa máquina de escrever

Paulo Gomes

... A VERDADEIRA TONALIDADE DO MEU OLHAR



Ana Carvalhosa

sábado, 14 de maio de 2016

A VIDA NOS DÁ NOSSAS ESCOLHAS...




A vida nos dá nossas escolhas..


Existem sempre novos ventos que sopram as direções...
Novos passos, novos caminhos...
É preciso paciência...
É preciso sementes boas que um dia plantamos...
Para depois chegar a hora de começar a colher
os frutos doces
Sente-se o cheiro de maça do amor
A esperança coberta de mel...
Novos ventos sopram as direções...
Novos passos, novos caminhos...
A vida nos dá nossas escolhas...
eu escolhi plantar e aguardar a colheita...
Não sei se a hora já chegou, mas uma coisa sei...
O tempo tem a doçura dos sonhos, 
o sorriso é a luz que ilumina o caminho,
a fé, a força que nunca me deixa desistir
O amor é o meu objetivo...
Pois o amor é o inicio, o meio, mas jamais será o fim!!...

Madalena Lessa

MAIO


Imagem - Gold Art


MAIO


Maio, de todos os encantos, seus esbeltos cabelos
Voam pela rosa dos ventos em baladas de rabelos,
Seus mares versejam o belo universo magenta
Em palete de coração por todo planeta.

Maio, que tem novas ideias, seus pensamentos planeiam
O jardim poético, a áurea natural à mão
E a escrita pela visão do mês de todas as primaveras
Em folhas de carvalho de tamanhas eras.

Maio, de todas as gentes, seus braços os remos
De prosperidade que beijam o sal de uma nação
Em cândidas passeatas de primorosa estação.

Maio, que tem a janela aberta e o sol à porta,
Seus nobres respirares inspiram a beleza que temos,
A frescura do dia, o sorriso à noite que nos reinventa.

© RÓ MAR

ETERNAMENTE GRATA


ETERNAMENTE GRATA


Sempre que surges
No meu pensamento
Uma lágrima cai a rolar,
Eu olho ao firmamento,
Para um beijo te enviar
Mas sempre presente em mim
Sem que te possa esquecer,
Na terra há sempre um jardim
Com as flores do meu bem querer
Fico a olhar o infinito
Sem conseguir perceber
Por tão grande este amor
Este meu bem querer
Ficarei eternamente grata
Porque um dia me fizeste feliz
Foste meu livro sem errata
Foste a fonte que me agradou,
Foste tu que meu lábios beijou,
Fui a tua serenata
Fizeste de mim a mulher que hoje sou
Estarei por ti eternamente grata,

Joana R. Rodrigues

quarta-feira, 11 de maio de 2016

SOU...




Sou...


... A Lua despida 
Que contagia
Dança nas águas 
Vira poesia...

Sou...
A tinta esquecida
Raspada da tela
Largada no chão 
O restinho na tua mão...

Sou...
Menina
Que faz pirraça 
Que engole a ansiedade
Diante de um pote de sorvete
Antes que ele se acabe...

Sou...
Aroma de sândalo 
Que invade as manhãs 
Contagia o dia
Vira versos
Faz poesia...

Irá Rodrigues 

INTERROGAÇÕES


Art - Divergent


Interrogações…


Quando me fazes essas perguntas
Eu fico logo a tremer
Porque não sei se nas palavras juntas
Eu te virei a conseguir responder
Sou feliz à minha maneira
E isso para mim é o mais importante
Não descuro uma bela brincadeira
E a faço a qualquer instante
Posso deambular por todo o lado
Mas jamais omito meus sentimentos
Se a uma catraia cantar meu Fado
São emoções que brotam em momentos
Escrevo o que me vai na alma
Escrevo as mais belas canções
Por ti nunca perco a calma
Rejuvenesço nas minhas ilusões
É assim que a poesia em mim nasceu
Numa resposta repleta de beleza
Foi por ti que ela aconteceu
Tu que és fruto da eterna natureza!
Não sei se acabei por responder
Às interrogações que tinhas em ti
Mas no que disse, disse-o com prazer
Foi a coisa mais bela que por ti senti

Armindo Loureiro

DISCRETO SENTIR


Art - Felix Murillo


DISCRETO SENTIR


Pesa-me sentir sem proveito
sofrimento contínuo
cuja carne estremece.

Há um querer além-sentimento
escravo do corpo ausente
vontade insatisfeita
que o corpo reclama.

Disperso-me em pensamentos diversos
viajo para lugares desconhecidos
confins do acaso à sorte.

Paro naquele momento
entrego-me à melancolia
nostálgico estar derramado
em sentires sem fim.

Fernando Figueirinhas

terça-feira, 10 de maio de 2016

SAUDADE...




SAUDADE...


saudade...
é tocar nos teus finos dedos
elevá-los aos meus lábios
rendilhando-lhes sentimentos
beijando-os em silêncio
num olhar quase cruzado
por abraçar-te alegre
por te sentir mais e mais
mais no meu interior
do que no exterior de mim
e assim matar
matar a saudade de ti

Ana Carvalhosa

segunda-feira, 9 de maio de 2016

O DIA PERFEITO


Art by Jeanine Chetivet


O DIA PERFEITO


Andámos o dia inteiro de mãos dadas
Respirando os olhares de sorrisos largos;
Andámos por calçadas indefinidas
Observando lugares verdes raros;

Andámos… e chegámos ao final do dia
Longe de cansaços e plenos de amar…
Beijámos o pôr do sol em crente olhar
Vivendo o início da noite em braços dados ao dia.

Andámos… e chegámos… percebendo que beijámos,
O universo sem prever destino, os nossos passos,
O nosso crer de assim se ser, o ter de se ver.

Parámos todo o tempo, simplesmente no nosso querer,
E quando o sol beijou a lua fomos um livro aberto
Onde as estrelas iluminam o luar e lê-se o dia perfeito. 

© RÓ MAR

O TEMPO E AS MARCAS




O TEMPO E AS MARCAS


Ando perdida no tempo
Esquecida! de viver
Sem sentir algum alento
Tentando ouvir a vós do vento
Para de tudo me esquecer|

Esquecer a minha existência
Esquecer o tempo passado
Esquecer o que vivi,
Hoje vivendo sem ti
Recordo sem te ter a meu lado,

Tenho saudade, muita saudade,
De teu ombro amigo junto a mim
Das palavras de conforto que ouvia
De um amor que aos poucos eu perdia
Não sei como consigo viver assim,

Tu eras tanto para mim meu amor
Tu e eu que unimos nosso coração
Sentindo os dois aquela mesma dor
Hoje sinto que a vida foi uma desilusão
Partiste, e fiquei com as marcas no coração,

Meu coração
Não mais foi o mesmo
Anda doente e cansado
De ter sofrido tanto,
Já tantas vezes ameaçado
As marcas do sofrimento,
Deixaram para sempre
Meu coração despedaçado,

Joana R. Rodrigues

domingo, 8 de maio de 2016

LOUCURAS VIVIDAS...


Art by Irene Sheri


Loucuras vividas…


Sou louco nessa loucura
Que dizem vive dentro de mim
Sou na verdade o que se procura
Numa loucura que é bem assim
Este mundo que é de loucos
Mas que todos assim o negam
De o afirmarem são tão poucos
Que os loucos não lhe pegam
Há loucuras nas manhãs claras
Vividas tão sombriamente
Nem sempre se mostra nas caras
O que existe interiormente
Mas quando a loucura se vem
O que é que eu posso dizer
É por ti… E isso me convém
Porque tu és fonte desse prazer
Não há perda na memória
Que tem em si esta loucura
Deixa-me contar-te uma história
Ó beleza, ó minha formosura
Sou louco e tenho que o afirmar
Pela beleza que está escondida
Assim tenho que me mostrar
És a loucura da minha vida
Mas não te importes com este louco
Que não te vai fazer estragos
Quem me dera só um pouco
Da loucura dos teus afagos
Afaga-me, pois, com carinho
Dá-me um pouco do teu amor
Que eu sou louco por um miminho
Que me traga o teu calor

Armindo Loureiro 

FLORES DO MAR, ALGAS DA ALMA




FLORES DO MAR, ALGAS DA ALMA QUE HABITO


Por vezes, mergulho até ao fundo do mar…
Naqueles confins… a pele respira-se nas raras belezas,
Um azul que não há similar…
Há ondas de planetas a girar…

A girar na mais bela baía,
O coração de quem ama,
A alma de quem declama
A mais viva baleia, doce sericaia…

Que trago no olhar…
Breves olhos doces, o flamejar
No sal das águas, profundas purezas…
Pérolas do céu entreaberto ao fundo do mar…

Que vivo com toda a certeza…
O sol está a nascer e os peixes não vão morrer…
Sonhar eterno, que me deixa perplexa no infinito,
Ser do meu ser que ama e respira o crescer…

Crescer de um novo dia, uma era, um século,
Reminiscência, antepassados e vida ao presente, elo
Que beijo na suave melodia que ecoa do granito
Flores do mar, algas da alma que habito.

© RÓ MAR

VERBO MAR




VERBO MAR


espero o tempo que for preciso
caminharei na sombra da água
velejarei nos pingos da chuva
que charco dê para navegar
mas não deixarei que o vento...
te leve para longe do verbo mar
eu marejo
tu marejas
nós marejaremos
entre os becos da linha
entre as esquinas do papel
em letras de amor e fel
dissolver-mos-emos em pasta de lustre
em canetas de várias cores
para que em arco-íris sejam postas
as palavras compostas
de solidão e harmonia
nossa única garantia
de continuar pela eternidade
por mais um dia
alongar a amizade
mesmo de quem não a queria

Ana Carvalhosa

sábado, 7 de maio de 2016

AMAR


"AMAR"


Amar é dar de nós, é mais valia,
Sentir que tudo é belo e tem esplendor,
Amar é acordar em cada dia
Sentindo esta magia que é o amor.

Amar é ter da vida o seu melhor,
Quem ama se embriaga de alegria,
Sentindo esse prazer, esse candor,
Força que nos eleva e nos recria.

Porque amar, é dar a alma, corpo e tudo,
O amor é uma peça de veludo
E reluz como chama incandescente.

É que sem ele o Sol em nós não brilha,
Por ser o maior bem que se partilha,
É algo que nos move intensamente!...

PALAVRAS...




Palavras…


Há palavras que se vão
Não sem antes se apontar
O que dizem ao coração
Da pessoa que se quer amar
Escrevo e reescrevo
Palavras com algum sentido
Se a mais não me atrevo
É por não querer ser atrevido
Atrevo-me a isto dizer
E sei que não faço moça
É que alguém sente prazer
Nas palavras e assim se coça
Coçar muito ou pouco
Que é que isso importa
Quando me coçam fico louco
Levanta-se a coisa morta
E tu o que é que me dizes
Em relação às palavras ditas
Será que há palavras felizes
E outras muito mal escritas
Numa escrita a valer
Tenho isso sempre na ideia
Por isso dou palavras do meu ser
Que a quem me lê às vezes enleia
Gosto muito de enlear
Quem gosta dos meus escritos
Há palavras de que vou sempre gostar
Em atributos tão bonitos
De vez em quando dão-me loas
Que eu gosto de preservar
As palavras belas são tão boas
Quem é que delas não poderia gostar?

Armindo Loureiro

A RIMA DO SONETO




A RIMA DO SONETO


Cada soneto tem uma rima especial
Conforme a qualidade de versos que contem
E compete ao poeta, de forma natural,
Harmonizar os versos conforme lhe convém.

A regra de ouro é simples e coloquial
Basta seguir à risca a linguagem que se tem
Dentro da rectidão mínima gramatical
Que da cultura do poeta lhe advém.

Não é na dita rima que mora a qualidade,
E nem na propalada mestria do autor,
É, porém, na linguagem e na naturalidade
Que se articulam as palavras e o rigor.

Na arte musical o som faz a harmonia
E dela nasce uma sonata com primor;
Na arte da palavra a língua faz poesia
E daí mesmo brota um soneto com amor!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

quarta-feira, 4 de maio de 2016

SOL DIVINO REI




SOL DIVINO REI


Sol divino rei, que eu sei
Que é a luz do dia e a alma dos poetas,
A principal fonte de energia
Da terra, indispensável à vida.

Sol, fonte de luz do céu durante o dia, 
À noite a alma da lua, que eu sei 
Que é a arte, alva áurea celeste,
A mais bela e expressiva das estrelas.

Sol tem o seu próprio sistema 
Planetário, que eu sei
Que é o Sistema Solar,
Onde é estrela central, uno poema.

Planetas que eu sei, Terra, Marte
Júpiter, Úrano, Saturno
Vénus, Mercúrio, Neptuno
Que giram em torno do Sol.

Pleno é o universo, que eu sei
Que é durante o dia luz e à noite
Semblante misterioso, arco-íris pelo ar,
Leito à lua, infinito substantivo de vida.

Sol divino rei, que eu sei
Que é o dom da natureza, 
O uno olhar de coração e alma
Que ilumina e guia mais que farol.

O máximo fluente do ser,
Também nota de música, que eu sei 
Que é a fonte artística e mui natural
De culturas e o signo relevante é o Sol.

Sol divino rei, que eu sei
Que é real e também utopia,
Alimento do ser e reflexo de beleza,
Três as letras singelas e mais que sábias.

© RÓ MAR

COMO A VAGA DE UM MAR




COMO A VAGA DE UM MAR 

QUE EM TI REBENTE


tens tudo para ser feliz
para viver bem e alegre
assim que encontres em ti
a forma de em ti melhor viver
sabe quem és e saberás porque és
e nesse dia será o primeiro dia...
da tua vida
poderás deixar partir 
o que nada tem a ver contigo
como a vaga de um mar 
que em ti rebente
mas saberás as respostas
conhecerás a tua voz
só tens de seguir 
quebrar as amarras 
que uma âncora te prende
em ti e a ti sempre e presente
ninguém tem as repostas
têm as pistas que a ti guiam
te indicam o rumo a tomar
depois de acertar o passo
é só deixar...
estás no reino de amar
o incondicional
e partir
até onde te levar
fluir
e sorrirás 
porque sabes que sim
este mundo é para ti
desde a fusão do inicio
até à explosão do fim

Ana Carvalhosa

BOM MESMO... VIDA!




BOM MESMO... VIDA!


Bom mesmo é aquela felicidade presenteada incondicionalmente,
sem nada em troca!
Bom mesmo é aquele amigo que sabe o que você sente apenas
olhando nos seus olhos.
Bom mesmo é aquela tristeza ir embora depois de apreciarmos as flores no campo, o sorriso nos lábios do outro, o canto dos pássaros, o barulho do mar, o céu estrelado...
É aquele arco-íris que colore o céu depois da tempestade.
Bom mesmo... de verdade é ter talento e criatividade para ver e sentir o brilho da vida por todos os ângulos, todos os sentidos, todos os perfumes... se embalando nos sonhos chamado VIDA!

Madalena Lessa

terça-feira, 3 de maio de 2016

AZUL A COR DECERTO DE AMAR




AZUL A COR DECERTO DE AMAR


Quando a saudade tem a cor do céu
O infinito é tão perto, 
Tão perto do meu coração,
Tão longe das asas do vento!
Rente ao pensamento dança pelo véu
Que tem a cor sentida da paixão:
Azul de um outro mar, 
Azul de um outro céu,
Azul a cor decerto de amar.

Quando a imaginação prende ao azul celeste
O infinito é tão perto,
Tão perto do meu pensamento,
Tão longe do universo real!
Rente às mãos do surreal
Que têm a cor estampada do sonho:
Azul de outro planeta que me olha,
Azul de outro ser que me veste,
Azul a cor decerto que eu componho.

Quando tais tons preenchem a branca folha,
Há uma alma que tem vida anil saudade,
Há um amor de verdade,
Há um sentir que voa pelo ar,
Há um coração que tem sede de infinito,
Há um silêncio que emite felicidade:
Azul de um outro mar, 
Azul de um outro céu,
Azul a cor decerto de amar.

© RÓ MAR