sexta-feira, 28 de outubro de 2016

METADE DE MIM...




METADE DE MIM...


Metade de mim anda por aí perdida
A outra metade está em mim esquecida!
Uma virou o mundo do avesso para te encontrar
A outra metade desfaleceu de tanto amar.
Ficou acorrentada aos teus sonhos
Tentou limpar as lágrimas que lhe corriam dos olhos!
Não percebeu a mensagem da tua alma
quando o amor lhe disse para ter calma...

Metade de mim chamou por ti
e julgando ter-te ouvido
deixou-se vencer pela paixão....

Perdi a metade de mim que ficou no passado
Agarrada a um sentimento que estava errado.
E não sei da outra metade
que desiludida apanhou um avião rumo ao sonhos do futuro!

Que será de mim, sinto-me incompleta.
Nada sobrou do que já fui!
Não me encontro no que agora sou!

Procuro-me e não me reconheço
Se me encontrares traz-me de volta, eu agradeço.
Porque metade de mim é dúvida
e a outra metade vive de incerteza...

Perdi-me em ti e não mais me achei
Encontrei-me no amor e nas lembranças que de ti guardei.
Sou uma sombra que veste este corpo
Onde a metade do coração enganou a metade da alma
Onde metade de mim chora
Pela metade em ti que se foi embora e tanto demora!

Se me encontrares por aí
Segura-me e manda-me voltar para mim...
Ignora o que um dia senti
E manda-me esquecer o que nunca existiu!
O meu corpo foi teu, mas o coração nunca
A minha alma ficou esquecida em ti
Manda-a de volta antes que seja tarde!

Angela Caboz

TELA COLORIDA





TELA COLORIDA


Dá-me a tela que de mim pintaste,
Dá-me o sonho nela contida,
Dá-me um pouco da cor que misturaste
Dá-me essa tela, para dar cor à minha vida.

Quem me dera ter cor na minha vida,
Ter o sorriso tal como os amores,
Ter uma vida que fosse tão colorida
Como é um lindo jardim de flores.

Dá-me a tela que de mim pintaste,
Deixa que eu possa ficar com vida,
Dá-me essa tela que um dia sonhaste
Ver-me feliz numa tela colorida.

Seria feliz se a tela me ofertasses,
Com as cores mais belas da vida,
Que nessa pintura misturasses
A cor da alegria quase já esquecida.

Joana R. Rodrigues

O SOM DO SILÊNCIO




O SOM DO SILÊNCIO 


Num suplico de um som
Um silêncio quase mortal
Viver é uma arte um dom
Uma obra prima pura e divinal

Digna de um museu de pintura 
Produzida pelo melhor pintor
Como se fosse a mais bela escultura 
Esculpida pelo mais famoso escultor

Mas neste silêncio tão intenso e profundo
Apenas o som do vento como uma melodia
Como se fosse o único som neste mundo
Para me motivar a escrever esta linda poesia

Fecho os meus olhos em pura meditação 
Inspiro-me no som deste silêncio total
Oiço o bater muito forte do meu coração 
Escrevo letras, palavras sem princípio nem final 

Paulo Gomes

É DOCE A CHUVA DE OUTONO




É DOCE A CHUVA DE OUTONO


é doce a chuva de outono
onde escorrem poemas
na liquidez prateada de flores imaginadas...
é calma esta maturação feita de frutos e de lágrimas
abraçadas por não sei que brisa ou ventania...
e há um piano irreverente
cheio de dissonâncias agrestes
que faz dançar as folhas dos plátanos...
no húmido verde vegetal
de ouro e roxo pincelado
escrevo um poema solto
um poema que cresce como um cogumelo
debaixo da sombra cinza
de um sol oculto...

serenamente outonecer...
e partir da alma migratória
em busca de um rumo qualquer
sem certezas...
estar certo é o pior limite
para quem quer outonecer com sabedoria
neste tempo infinito
que não tem sequer geografia...

r.r. - Rosa Ralo

CHEIRA A OUTONO DE GENTE BEM-AMADA!


Imagem- Belissime Immagini


CHEIRA A OUTONO 

DE GENTE BEM-AMADA!


Cheira a outono de gente bem-amada!
Relva molhada, terra almofadada
De mil folhas, dulcineia, sorriso ao luar
Tem a memória de criança a sonhar.

Pela alma vai e vem o vento de momentos,
Pelo coração acende a labareda de intentos,
Salpica a chita colorida de verdes olhos,
Chuva miudinha, oceano franzino aos folhos.

Chapéu à beira-mar, o sorriso ao luar
Cheira a outono de gente bem-amada!
Ao rubro da natureza vinga o olhar,

Ao sabor da estação embala petiz coração,
Centelha belisca ideia de mil folhas, estrelada
Grita aos ventos o outono em tom de canção.

© RÓ MAR

sábado, 15 de outubro de 2016

O VIVER DE UM POETA




O VIVER DE UM POETA 


O viver de um poeta 
É um carrossel de emoções 
Tudo ao seu redor o afecta
Sente no ar todas as vibrações 

O viver de um poeta
É composto por sonhos e fantasias 
Com uma mente inspirada e aberta
Para escrever as mais belas poesias

O viver de um poeta
É dor e o mais puro sentimento 
Escreve com a pontuação correcta 
O som da chuva e o soprar do vento 

O viver de um poeta
É sentir diferente com muita intensidade 
Escrevendo poemas sem parar com a caneta 
Sobre a paixão, a distância e a dolorosa saudade 

O viver de um poeta 
É sentimento à flor de pele, sonhando acordado
Sabe que um dia terá a inevitável morte como certa 
Vive cada segundo, cada hora totalmente apaixonado

Paulo Gomes

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A LUA E AS ESTRELAS




A LUA E AS ESTRELAS


Hoje queria ser a lua
E ter sempre o teu amar
Queria tanto,o teu brilhar
Como aquele que tem a lua

Serei tua eternamente
Como o brilhar é da lua
O meu brilhar é diferente
Mas não deixarei de ser tua

Amar-te .hei eternamente
Porque tu foste o meu brilhar
Não foste um luar somente,
Hoje és uma estrela a cintilar,

Neste luar de brilho intenso
Há uma luz que me ilumina
Neste nosso amor imenso,
Há um Deus que nos aproxima,

Quando à noite olho para o céu
E vejo as estrelas a piscar,
Olho, como se o céu fosse todo meu
E começo, minhas estrelas a contar.

Joana R. Rodrigues

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

AMAR-TE É... TOCAR-TE!




amar-te é... tocar-te!


pelo teu corpo deslizar
como nuvem no céu
sentir os sulcos no vento...
sem saber que direcção tomar
distinguir-te no uivo leve
e como pena flutuar
mesmo que de olhos fechados
sob as gotas transpiradas 
do teu aparo a sufocar
os grunhidos pingados
na folha a transbordar
em letras que emanam
o odor de te amar

©Ana'Carvalhosa 


QUERO AINDA




Quero Ainda


Quero sempre e quero ainda
O prazer de ser adorada pela manhã
Saber que a vida tem horas tristes...
Mas têm a hora que tu me ristes...

Têm essa agora outras mais lindas
Quero meu tempo hoje e quero já
Quero cantar livre feito um sabiá
No laranjal, no pessegueiro...
Na amoreira em São Paulo 
Ou n'outro lugar...

Quero o tempo da chuva, do sol ou sei lá
Quero é ir á Marte num Zepelim conversível
Permanecer mais leve que uma bolha de ar 
Ou andar de balão nos devaneios sem fim...
Quero segurar-te a mão e roubar-te o olhar
Quero divagar pela lentidão de nós e de mim...

Num passeio num transe atlântico
Sussurrar em teu ouvido, meu segredo tântrico
Me inspirar fora de hora na madrugada
Sorrir de bobeira com meu par romântico
Me cobrir de orvalho crepusculada...

Ouvir o som d'aurora como agora ouço...
Ouvir meu nome na voz do passarinho
Soletrada na ponta da língua na boca do moço...
Ouvir o pardalzinho que lá fora canta
Quero eu cantar teu nome num gemido...
Dizer sônico com sonoridade de mantra
Fazer sentido em todos os sentidos...

Saber que sou tua mulher...
Que o destino planeja
E não tenho nem uma obrigação se quer
Com quem quer que seja de ser 
Que me deseja ou acalanta e me vê
Me vestindo de pureza e véu de santa..
Quero sempre ser eu e quero ainda
O que sempre me faz querer...
O céu...
Quero tudo e quero mais
Saber-te Amor e sentir-me em Paz...

Son Dos Poemas 
Sônia M.Gonçalves