Porque terei que escrever
Hoje, apeteceu-me escrever
Mas não sei se terei leitores
Para o que escrevo eles me ler
E por fim dizerem: que ardores
Doem-me os olhos de isto ler
Tal é a sua sensaboria
Não tenho pachorra, podem crer
Para vos ler com alegria
É tudo que me dizeis
Sobre aquilo que eu escrevi
Mas contudo, como sabeis
Na minha escrita não vos menti
Já sabia que ia acontecer
Que ninguém gostasse de mim
Ou pelo menos ter prazer
No que eu digo desta forma assim
Mas eu nada me importo
Porque gosto do que fiz
Estava aqui tão absorto
Arejei… Fiquei feliz
Rebusquei palavras em mim
Daquelas que guardo religiosamente
Para vos dar algo assim
Que desperte a vossa mente
Sei que não sou mentiroso
Nem aldrabão tão pouco
Do que escrevo saio airoso
Num momento de tão louco
É esta minha loucura
Que me dá esta disposição
Para escrever com desenvoltura
O que eu sinto no meu coração
Podem crer que é assim
Que faço tudo por vós
Todos são flores do meu jardim
E de vos ver fico sem voz
Armindo Loureiro