O DELÍRIO DAS ROSAS
Estava uma rosa sentada,
num banco de jardim,
outra rosa para ela olhava,
pétala a pétala se espreguiçava
e olhavam para mim,
eu que nada tinha a ver
a não ser no meu pensar,
como eram tão diferentes
mas eram Rosas!
Uma era gente
e a outra também queria ser,
mas se eram tão diferentes
como havia de fazer?
Vi que estavam em conflito
e isso não me agradava,
uma a outra se admirava
eu vi aquele olhar tão bonito
da Rosa que estava sentada
ela com seu ar de vaidosa
querendo na sua lapela
a rosa daquele jardim,
o jardim acorda num grito
da rosa jardineira tão bela
e num tom aflito,
a Rosa que estava sentada
olhou com ternura e lhes disse:
eu chamo-me Rosa, por causa dela!
Delirando de felicidade
as duas Rosas permaneceram,
uma sentada num banco de jardim,
a outra num lindo canteiro,
não porque fossem teimosas,
mas porque era o delírio das rosas!
Joana R. Rodrigues