Ilustração: Obra do artista JESUS HELGUERA
Corpo de Esperança
Os teus olhos cor de âmbar
Brilham como pirilampos
Na noite morna e transparente
Despertam os meus encantos
Com a tua dança do ventre
Rompem-se casulos de seda fina
As borboletas aguardam o sol
Depois da metamorfose divina
Brindada com o canto do rouxinol
Tudo parece perfeito, perfeito!
E com mágica naturalidade
Nascem rosas no meu peito
Para te oferecer na eternidade
Sim! A condição desejada
Onde ser tudo é não ter nada
Ah! Sei que parece confuso
O poema escrito na noite sagrada
Com a caneta antiga que uso
Os teus olhos cor de âmbar
Brilham, brilham de alegria!
Prendem palavras misteriosas
Prenhes de douta poesia
Fecundada por frágeis mariposas
A noite cheira a cravos de abril
E tu desnudas-te como uma flor
Com uma delicadeza subtil
Corpo de esperança e amor
Nesta noite primaveril
Os teus olhos cor de âmbar
Brilham, brilham de alegria!
Seduzem o meu pobre ser
Com passes de magia
E tudo se revela prazer
Até nascer o novo dia.