terça-feira, 30 de junho de 2020

PROMESSAS QUE ME DÁS


Promessas que me dás


Tanto quero ser
Nessa tua ausência
Que acabo por me perder
Da maneira que ninguém pensa

Tu que és esse meu anseio
Pertença deste corpo meu
Deixa-te lá de paleio
Que meu corpo é todo teu

És a essência do pecado
Razão de ser da minha vida
Esse é que é o verdadeiro dado
Nesta vida tão sentida

Amo-te e não é de agora
No teu âmago quero viver
Minha alma pela tua chora
Em teu eu não quero sofrer

Quero ser um Ser amado
Onde caia a renovação
Nesse amor que me é dado
E não quero como recordação

Há uma promessa no teu olhar
Nesses teus olhos brilhantes
É d’alguém que sabe amar
E que me dá os seus instantes

Escrevi uma Carta na aura da lua
Carta dos meus afagos ao vento
Agora só te quero ver toda nua
Para contigo ter um bom momento

São Cartas nas lágrimas do tempo
Carta do meu expressar e do sentir
Digo-te isto e não o lamento
Pois o amor um dia vai surgir

sábado, 20 de junho de 2020

JARDIM DOS SENTIDOS


JARDIM DOS SENTIDOS


No canteiro do meu jardim
germinam promessas em flor
aromas e belezas mimosas!

Delicadas como as rosas
feitas de vida breve
ingénua esperança em mim!

Rente ao chão frio e húmido
qualquer coisa de belo
nasce de sopro leve
do vento manso ao passar!...

singeleza isolada
que meus olhos encanta
violetas sempre em flor
para minha alegria
embora de triste cor
têm no meu peito lugar
são do amor sinfonia!

Um imponente girassol
também lá quis nascer
sôfrego de Sol
cabeça sempre inquieta
procura por todo o lado
desse brilho a descoberta!...

nem vê o pobre coitado
que ali no meu canteiro
ele é o próprio Sol
durante o dia inteiro?!

sexta-feira, 12 de junho de 2020

NA TUA JANELA

 

Na tua janela


Quero viver sempre em ti
As páginas da minha vida
Desfolho-as e não senti
Que a vida fosse sentida

Cubro-me sob as estrelas
Para te ver ali passar
De par em par as janelas
Abro-as para o Sol entrar

Fico um pouco atormentado
Quando não te vejo ao luar
Já que por ti eu sou ougado
E assim não te posso amar

Sinto-me exilado no tempo
Neste tempo que é presente
Não vislumbro o momento
Em que possa ficar contente

Chove tão mansamente
E eu me meto pela rua
Vejo-te à janela contente
E parece-me que estás nua

Será que te despiste pra mim
Por saberes que eu ia passar
Ou desconheces que sou afim
Dessa figura que quero amar

Procuro um porto de abrigo
Um porto que seja seguro
Eu que sempre fui teu amigo
No teu porto eu me procuro

E depois de te encontrar
Encosto-te ao peito meu
Será que te posso amar
Ou o amor ainda não se deu