"A MINHA POMBA PRETA"
Acordou a manhã solarenga
Abri a janela ao sol para entrar
Mas o que vi foi tão macabro
Que a fechei e deixei-me chorar.
Abri a janela ao sol para entrar
Mas o que vi foi tão macabro
Que a fechei e deixei-me chorar.
A minha pomba preta com penas luzidias
Estava a ser degustada pela gaivota esfomeada
Que a apanhou distraída a comer um grão de trigo
E nem lhe deu tempo para me pedir abrigo.
Estava a ser degustada pela gaivota esfomeada
Que a apanhou distraída a comer um grão de trigo
E nem lhe deu tempo para me pedir abrigo.
Ainda ontem, quando a alvorada rompia
Ela beijava o seu amado pombo correio
E fazia do peitoril da minha janela
O seu ninho de amor o seu enleio.
Ela beijava o seu amado pombo correio
E fazia do peitoril da minha janela
O seu ninho de amor o seu enleio.
Já não se agacha mais no caleiro do telhado
Quando o crepúsculo anunciar o fim do dia
Mas vou para sempre, lembrar a pomba preta
Que era a minha companhia todo o dia.
Quando o crepúsculo anunciar o fim do dia
Mas vou para sempre, lembrar a pomba preta
Que era a minha companhia todo o dia.
Margarida Fidalgo