terça-feira, 30 de junho de 2015

AZUL SOBRE OURO


AZUL SOBRE OURO


Abriam-se sulcos sobre a Terra,
tinham marcas de outros tempos
e as dores do mundo que se estendiam para além do infinito.

Pequenos espaços eram ocupados por tambores de pedra, todos iguais por fora.
Por dentro não se sabia. Carregavam o peso do percurso
que era longo e desconhecido – todos na mesma direção
trilhavam o caminho à medida que marcavam a terra combalida.

Estranha luz surgia do nada a iluminar uma parte do que se via.
Mas havia um céu a descoberto que inspirava a caminhada desprendida
do qual pendia um arco de cores coloridas.

Podia-se ver ainda uma linha ao fundo
dividia pela Terra sulcada
e o azul marinho perdido no infinito.

Fernando Figueirinhas