TROVAS DO MEU VERÃO
“Apesar de tudo, é hora de cantar”
As minhas trovas de verão
São trovas de amor ardente,
Cantadas à boa a gente
Que tenho no coração.
Quero que sejam canção
Neste claro sol-nascer
E, no sol-posto, irei ver
As minhas trovas de verão.
Trouxe comigo pendente
A minha viola saudade
E, cantadas por vaidade,
São trovas de amor ardente.
Quem canta é porque sente
Dentro da alma o calor
São trovas de grão primor,
Cantadas a toda a gente.
Cantarei co´ a emoção
Que jorra dos meus sentidos
Ao ritmo de versos vividos
Que moram no coração.
Sou um navio atracado
Que espera por ti no cais,
Receando que não voltes mais
Eu te canto apaixonado.
Com remos da alma de mim,
Quer me exulte ou condoa,
Partirei numa canoa
Em noite de luar sem fim.
Um trovador que se preza
Ao ver sua musa perdida
Neste mar revolto da vida
Sua alma deixará presa.
Tenho uma sede danada
De água corrente e clara
Minha pena trovas dispara
Desde a alta madrugada.
Sou trovador e estou pronto
Em cada hora a trovar
E pra que possas jubilar
Aqui me achas de apronto.
Se outros amigos houver
Que queiram participar,
Diz-lhes, musa, que há lugar
E não há mais tempo a perder.
E neste mar de sequidão
Com tal ardor que me enlaça
Direi à sombra que passa
Como á belo este Verão!
Frassino Machado
In TROVAS DO QUOTIDIANO