Pintura: William R. Davis
Meu amigo,
Tu, que tiras as amarras do teu veleiro,
e queres seguir para Norte,
em busca da tua sorte,
iça as velas da esperança,
não tenhas medo do mar!
Tuas mãos macias tremem no leme
e vais indo… indo… sempre a ouvir
bater nas velas, como um tambor:
- Vai!... Aqui não tens sorte,
deixa acontecer o destino,
que não há prémio sem dor!...
Meu amigo,
não receies trilhar
o caminho para um novo tempo,
feito de nuvens densas.
Abraça-te à esperança,
esperança de que o tempo é feito de mudança,
e “o sonho comanda a vida”.
Meu amigo,
desfralda as velas que há em ti,
deixa o teu veleiro navegar,
mantém-te sempre à proa,
deixa voltar a bonança,
pois, há sempre um maio,
há sempre um sonho,
há sempre um tempo de voltares
ao mar que te viu partir,
e a que tu sempre pertences!...
© Acácio Costa