POESIA, MINHA CÍTARA
“Aos poetas da sensibilidade perdida”
Ó Poesia, ó minha cítara apaixonada,
Como me enlevas pelo dedilhar das cordas
Tão sensíveis como as cordas da minha alma,
E acendes no meu estro um patamar de calma
Que me prepara o dia em cada madrugada…
Teu som ecoa, do teu dentro até às bordas,
Os arrufos divinos que levam ao parnaso
Onde cirandam as palavras dos poetas
Que sonham os poemas em formas discretas
Mas que na alma real a sensibilidade acordas…
Tua bela melodia não eclode ao acaso
E as tuas cordas arrebatam-me os sentidos
Numa onda crescente de frágil emoção
Tu, minha cítara, de sensual composição
Destilas água viva em cada poema-ocaso.
Tu, qual terno bailado destes meus ouvidos,
És luz dos olhos de alma, minha fantasia
E a sublimação plena de todos os ruídos,
Minha arca-magia dos meus versos perdidos:
Poesia, minha cítara, alfobre d´ harmonia!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA