Entrelinhas
O silêncio gritava...
O tique, taque parecia estrondoso!
O piar de um pássaro noturno
ardia na alma do silêncio!
Quanto silêncio...
Quantos sons!
E num gritante respirar da noite,
a voz se ouviu!
Era mais que uma voz, era um rosnar
do destino apontando para o vácuo.
Vazio infinito!
E a voz das entrelinhas não dava tréguas...
Era preciso lê-las, ou o silêncio as engoliria!
Então o leitor enfrentou o poeta,
e os versos foram sugados um a um,
dando voz à inspiração que brotara
do silêncio!
Elair Cabral!