O ESPÍRITO DO NATAL (2014)
Estava escuro.
Havia uma necessidade acima de qualquer desejo.
Pensaram num bem maior, talvez num ser.
Faltava encontrar aquilo ou aquele que os transcendia.
Encontraram símbolos, longe do que queriam,
mas havia um sentido apesar de equivocado.
Jamais pensaram que outro igual nascesse,
que de imenso se tornasse o mais pobre dos iguais.
Fez-se luz na imensa escuridão,
que escolheu o estábulo para nascer,
forma humana onde o Ser se escondeu -
acendeu-se a luz indiferente à condição
que a muitos envolvia.
Vieram pobres e reis para ver o símbolo
realidade do sonho que foi até àquele dia –
todos se ajoelharam perante Aquele que nascia.
Aniquilaram-se as desigualdades,
o Amor vencia.
Passou a haver igualdade na descoberta
que movia o espírito para a transcendência.
Riqueza e pobreza conviviam
como coisas limitadas ao tempo passageiro
onde o amor as suprimia.
Houve um primeiro onde há a razão
para todos assim serem.
Há um Natal que sempre se repete
enquanto houver amor
capaz de transbordar para outro igual
semelhante ao maior.
Fernando Figueirinhas
Fernando Figueirinhas