Para, escuta e ama!
Nunca gostei de espezinhar
Aqueles que são mais fracos
Nem eles de mim iriam gostar
Se os arrumasse como sacos
Vejo por aí muita gente letrada
Com ímpetos de só fazerem mal
Olvidam a pobreza envergonhada
E eu lembro que a ela podia ser igual
Agora que o ano velho se está a ir
E cada vez o novo está mais perto
Chamo a atenção para esse sentir
Para que o vosso amor seja desperto
Despertai o amor que há em vós
Dai um pouco pelos outros
Pelos fracos darei sempre a voz
Nem que digam que é de loucos
Quero ser louco assim
Quero viver esta loucura
Revejo as flores do meu jardim
Para elas um ano de Boaventura
São os meus desejos especiais
Para o ano que se vai iniciar
Não haverão anos iguais
Mostrem neste o vosso amar
Amem-se pois dessa maneira
Façam algo pela vizinhança
Lembrem-se que uma brincadeira
Pode ser espaço de esperança.
Armindo Loureiro