quarta-feira, 20 de abril de 2016

AMO




Amo

 
Eu amo, sim, com tal simplicidade
a Vida, que a pulsar renova a vida,
a luz do sonho, a íntima ferida
que cicatriza em forma de saudade.

Amo-a ao pensar na dor esvanecida,
vencida pela própria vanidade,
sempre a ensinar a força da piedade
essencial à nossa humana lida.

As coisas mais miúdas, todas, amo,
a brisa que tangendo o verde ramo
balança devagar a frágil rosa.

Eu amo a dor - que torna-nos humanos-
e o amor : os sentimentos soberanos 
que canto em cada verso, trova e prosa.

Edir Pina de Barros