Amo
Eu amo, sim, com tal simplicidade
a Vida, que a pulsar renova a vida,
a luz do sonho, a íntima ferida
que cicatriza em forma de saudade.
Amo-a ao pensar na dor esvanecida,
vencida pela própria vanidade,
sempre a ensinar a força da piedade
essencial à nossa humana lida.
As coisas mais miúdas, todas, amo,
a brisa que tangendo o verde ramo
balança devagar a frágil rosa.
Eu amo a dor - que torna-nos humanos-
e o amor : os sentimentos soberanos
que canto em cada verso, trova e prosa.
Edir Pina de Barros