(A)MAR A TEMPO INTEIRO
(A)mar que tanto quer e nada vê…
O Coração abalroado ao cais, mercê
Da saudade d’um velho cacilheiro;
Jornal amarrotado ao punho forasteiro;
Saudades que traspassam em cliché
Letras de amarelado démodé…
Que se lêem no presente sobranceiro
Invocando pelo verbo conselheiro.
Ó alma, que lês o verbo amar, porquê?
Navegas pelo vento tão traiçoeiro
Que aos olhos o horizonte nem vê.
Abre o coração ao mar, teu companheiro,
E sente a vida livre de fuzuê
Pelo olhar que quer (a)mar a tempo inteiro.
© RÓ MAR