quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

FELIZ ANO NOVO...


Imagem - Bruna Wolforever


FELIZ ANO NOVO...


Aí está o novo ano...
chega frio e deslumbrado
pleno de oportunidades
de ser feliz ou infeliz
bom ou mau
ou nem por isso...

A génese foi lá no fundo
no começo do tempo...
demorou a chegar
e não será o último
fazendo futurologia...
haverá muita noite, muito dia
muita tristeza e alegria
haverá um novo horizonte
para pintar auroras e poentes
sóis vibrantes, madrugadas...
sonhos levados da breca
palhaçadas
e mais esperanças goradas
crises e hipocrisias
eleições
maçadas
cantorias...
Porra!!!
será que não vai haver
nada de realmente novo?
novinho em folha?
assim, tipo, um rebento
num velho tronco?
uma nascente inesperada
numa fenda oculta da vida?
vento
quartzo hialino
vontade de cantar
e de agarrar o momento
e de abraçar o destino...?

r.r. | Rosa Ralo

PARA, ESCUTA E AMA!


Para, escuta e ama!


Nunca gostei de espezinhar
Aqueles que são mais fracos
Nem eles de mim iriam gostar
Se os arrumasse como sacos

Vejo por aí muita gente letrada
Com ímpetos de só fazerem mal
Olvidam a pobreza envergonhada
E eu lembro que a ela podia ser igual

Agora que o ano velho se está a ir
E cada vez o novo está mais perto
Chamo a atenção para esse sentir
Para que o vosso amor seja desperto

Despertai o amor que há em vós
Dai um pouco pelos outros
Pelos fracos darei sempre a voz
Nem que digam que é de loucos

Quero ser louco assim
Quero viver esta loucura
Revejo as flores do meu jardim
Para elas um ano de Boaventura

São os meus desejos especiais
Para o ano que se vai iniciar
Não haverão anos iguais
Mostrem neste o vosso amar

Amem-se pois dessa maneira
Façam algo pela vizinhança
Lembrem-se que uma brincadeira
Pode ser espaço de esperança.

Armindo Loureiro 

LAMPEJOS DE LUAR


Imagem - Google


LAMPEJOS DE LUAR


Despeço-me do ano
Entre lampejos de luar
Espelhados em meu olhar
Afogueado d´azul...
Meu espirito lúcido?!
Dissipando o prelúdio,
No mar ofegante!...
Seu verdadeiro fôlego!…
Elevado no mundo,
Ávido, profundo,
Feito eterno petiz...
Que expande feliz
Do seio fecundo,
Pedindo aos Céus
De ora em diante:
Mil chuvas de bênçãos;
Centelhas de esperança;
Mil hortos em flor…
Mil anjos de luz cantando,
Um fraterno cosmos 

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

QUE O NOVO ANO SEJA O MEU E O TEU SUCESSO!


Imagem - Beautiful Word, Nature, Love, Art.


QUE O NOVO ANO SEJA 

O MEU E O TEU SUCESSO! 


Que o Novo Ano nos traga a paz, a justiça e o amor;
Que tenhamos consciência e a mente aberta à humanidade;
Que façamos com dignidade o bem maior;
Que amemos o próximo e a todos num laço real de amizade.

Que o Novo Ano não seja mais um ano em branco ao progresso;
Que tenhamos todos a coragem e audácia de bem dizer;
Que façamos com humildade e diplomacia o tempo ser;
Que vivamos respeitando estratos ou estatutos, os que houver;

Que sejamos o bem maior, em todo o sentido lato da palavra, e sempre.
Porque podemos sempre ser mais e melhores;
Porque está nas nossas mãos a vida que temos e queremos dar;
Porque há luz que abrange todos e nela podemos não só sonhar…
Sobretudo realizar;

Porque a vida é um milagre, sejamos gratos e maiores;
Porque eu e tu somos nadas… juntos somos mais e melhores;
Porque a felicidade se constrói, em pequenos nadas, hoje para o sempre.
Que o Novo Ano seja o meu e o teu sucesso.

Obrigado amigo por estares a meu lado
Que a vida te sorria sempre.
Acredita que te amo e que serás sempre
O meu pilar e o que tenho de melhor ao lado.

® RÓ MAR

ÉS GENTE...




ÉS GENTE...


Hoje,
toca-me,
a fome,
toca-me,
a sede,
toca-me, 
tudo o que
me dói,
toca-me, 
tudo o que,
me mente,

hoje,
toca-me,
a distância,
toca-me,
a ignorância
toca-me, 
tudo o que,
morre,
e cuja morte,
é indiferente,

hoje,
toca-me,
a minha,
falência,
toca-me,
a minha, estúpida,
inteligência,
toca-me,
tudo o que,
o que não,
quero,
menos,
esta, 
impaciência,
quase,
prepotente,

de voltar,
a viver,
de voltar 
a sorrir,
de voltar,
a amar, 
de voltar,
a dizer,

Amo-te,
Rosa,
mesmo, 
imperfeita.

és,
gente...

rosamar

SENTARAM-SE À MESA


SENTARAM-SE À MESA


Marcaram um encontro,
sentaram-se e puseram-se a falar.
Tiraram as flores do centro,
dispensaram os pratos e os talheres.
Jogaram a fome à mesa –
viam-se corações desfeitos em pedaços
e as lágrimas que molharam a toalha.
Saciaram a fome incontida
pelos sonhos desfeitos em palavras.
Juntaram as forças que não tinham,
levantaram-se e deixaram aquele lugar
e a mesa vazia que guardava em segredo
o silêncio daqueles pedaços.

Saíram da sala 
carregaram a carne cansada 
e as forças que se perderam.
Agarraram-se como podiam
à procura do conforto negado pela comida. 
Sentiram frio, entregaram-se ao calor dos corpos
que a noite aquecia.
Esqueceram-se das palavras deixadas para trás
porque nada diziam, apenas sentimentos
se faziam sentir.
Rejeitaram os prazeres do jantar
abriram as portas ao amor que os prendia.

Fernando Figueirinhas

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

NATAL RURAL




NATAL RURAL 


Vês, ó Maria, como temos economia?
Não nos importa, pois, vivermos como pobres
Pois não nos falta nem saúde nem alegria
E somos tão felizes como são os nobres:
Temos o ar dos campos, o fresco da verdura,
Temos a vida sossegada desta aldeia,
Temos connosco os animais e sua ternura
E à noite sobre a mesa a luz duma candeia.

Vês, ó Maria, como é possível a harmonia?
Não importa se é pura a água da ribeira,
Pois temos toda a luz do sol durante o dia
E à noite não nos falta o lume da lareira.

Sobre a cidade não há estrelas a brilhar
Nem se ouve p´ la manhã da cotovia o canto 
E à nossa porta o galo vem-nos despertar
Neste Natal que temos e qu´ é nosso encanto!

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

BOM NATAL!


Foto do autor - Penafiel


(BOM NATAL!)



Natal é amor. Só pode ser. Não pode ser nada mais.
Mas, se pode ser mais, é mesmo muito pouco mais.
Natal é nascimento. 
Que nascimento não deriva de amor

ou não dá origem a um amor?
Natal é celebração de aniversário de um nascimento.
Que aniversário não celebramos por amor a alguém
ou pelo amor que alguém nos tem?
[Por amizade também – mas ela é, também,
um derivado de amor]
Natal é amor, sim. E é o que vem depois do desamor,
que, depois de um, há um novo amor que nasce,
mesmo que não num dia vinte e cinco,
mesmo que não num mês Dezembro,
mesmo que não se acredite, ou não se perceba,
que o Natal é isto, sim.
Sim, é isto o Natal. E é reencontro após saudade,
abraço com braços e peito após um com almas longe,
reconciliação após desavença,
importância após indiferença,
atitude após inércia,
carinho sem presente após presente sem carinho,
e qualquer outra coisa melhor que nasça
depois de outra pior que, por fim, desvaneça.

Se não é, que a humanidade do Homem renasça,
e que se venha, de novo, a dar à luz o bem de todos.

Sérgio Lizardo

BOAS FESTAS


Imagem -  Celebrate Life Gallery - Dave & Debra Vanderlaan 


Boas Festas


eu não saberia rezar
sem cantar...
talvez ninguém oiça
esta minha voz
judia e moura
oscilante
entre minguantes de lua
flamenco dolorido
e cante alentejano...
alma perdida
por planícies, praias e rocha
horizontes vermelhos
cigana de Deus
esse Deus que não partilho
porque guardo comigo mesma
porque só ele me apara
na derrocada de mim...

BOM NATAL...


Bom Natal…


Demos graças ao nascimento
De Ti ao meu Menino Jesus
Foi graças a esse momento
Que em mim se ascendeu a luz

A luz que me alumiou
Para a vida que tenho agora
Fostes Vós quem me amou
E me destes uma boa hora

Por isso que seja sempre Natal
Nos homens de boa vontade
Que o dia seja sempre igual
Para do Natal haver saudade

São estes pequenos momentos
Que temos que sempre recordar
Acabem-se com os tormentos
De quem não tem quem os amar

Agora para isto terminar
Quero a todos desejar
Um Natal onde o amar
Não seja questão do rimar!

Bom Natal a todos os amigos
Deste amigo incondicional
Às vezes não sei o que digo
Mas o que digo é bom sinal

Armindo Loureiro 

FELIZ E SANTO NATAL


Imagem - Merry Christmas - Mila Marquis


FELIZ E SANTO NATAL


Mais um ano se passou
e outro está a chegar,
com rabanadas e polvo
para comer ao jantar.

Estou aqui de passagem
para a todos desejar,
tenham um Natal alegre
e muito amor para partilhar.

Aqui deixo um abraço
recheado de amizade
um baú cheio de beijos
um coração com saudade.

Margarida Fidalgo

NATAL... ESPERANÇA E PAZ


NATAL...

ESPERANÇA E PAZ


O céu beijou a terra com amor
E a terra comovida estremeceu,
Uma estrela brilhou com mais fulgor
E logo em Belém Jesus nasceu.

Na paz e na humildade do lugar,
Entre os animais, chegou por bem,
Anjos e querubins vieram cantar,
Cânticos de louvor a sua mãe.

Gozavam nos palácios os tiranos,
Corriam pelo os montes os pastores,
Dormiam os carrasco e profanos,
Enquanto que do céu choviam flores.

O templo do Senhor se profanava
Com montes de heresias, vendilhões,
Enquanto que o sultão se banqueteava
No harém com luxuria e ilusões.

O povo que da terra colhe o pão
Regado com suor e muitas dores,
Ergueu-se para Deus numa oração
Com fé, amor e preces de louvores.

Este foi o Natal do bom Jesus,
A todos nós assim quis mostrar,
Que é nosso Salvador, morreu na cruz,
Assim com muito amor nos veio salvar.

Abílio Ferradeira de Brito

POR SER NATAL...


Por ser Natal…


Hoje pensando bem
Não sei o que estou a fazer
Martelo letras como convém
Será que ao ler sentirei prazer?

Se calhar nada sentirei
Mas contudo quero continuar
Porque às palavras meu amor dei
Para que delas pudesses gostar

Escrevo-te assim desta maneira
Ao correr dos meus dedos
Gosto muito da brincadeira
E de ti escondo meus medos

O medo de tu não me leres
Pelo menos como gosto de ser lido
Ao correr das linhas os teus prazeres
Serem a imagem do amor prometido

Queria olhar para o teu olhar
Queria vê-lo em mim reflectido
Para saber se me queres amar
Ou se já não sou por ti querido

Se calhar nada disso acontece
Pois o tempo já tudo apagou
Mas contudo vem, tu aparece
Vive por aqui quem já te amou

Nunca me faças a desfeita
De aqui não passares o olhar
Um olhar sempre se ajeita
Quando a dona nos quer amar

Armindo Loureiro 

sábado, 20 de dezembro de 2014

NATAL (I)




NATAL (I)


Caem farrapos de neve,
De branco, as folhas cobrindo…
E numa passagem breve,
Uma aragem fria e leve,
Da branca serra vem vindo…

Arde um madeiro imponente,
No chão de cada lareira,
Onde a brasa acesa e quente,
Acalma o frio que se sente,
Que pelas frestas se esgueira!...

É o Inverno a rigor,
Sempre a si próprio igual,
Que no frio, trás o calor
Dos corações com amor,
A celebrar o NATAL!...

© José Manuel Cabrita Neves

NATAL



Poema e Imagem de Paula Delgado


O DEBATE DA LAPINHA




GLÓRIA A DEUS, DIGNO DE UM AMOR PROFUNDO 
E PAZ AMIGA A TODOS OS SERES DO MUNDO!

 O DEBATE DA LAPINHA


Muito perto de Belém
Fica a Casa do lamento
A quem a muitos convém
Dar nome de Parlamento.

Parlamento, pela grei,
É tribuna de verdade
Ali nasce toda a lei 
Num berço de raridade.

Os eleitos da Nação
Brilhantíssimos alunos
Assumem digna função
Na qualidade de tribunos.

Em todo e qualquer problema
Da vida da cidadania
Debate-se tema a tema
Na melhor democracia.

Nesta quadra de Natal
O que talvez mais convinha
Era fazer tal e qual 
Ao debate da Lapinha.

Falam os progenitores
Que deram vida à criança:
- Ai José, dos meus amores,
Onde puseste a Esperança?

José, de olhos reféns,
Apontou para o Menino:
- Ó Maria, aqui a tens,
É este o nosso destino!

Diz Maria, desolada
Sem cobertores nem pão:
- Ó José, não temos nada,
Qual a melhor solução?

E José, imperturbável
Olhando ao longe a ribeira:
- Temos água admirável,
Palha e leite mesmo à beira.

Respondeu logo o boi bento,
Cheio de brio e enfeite:
- Dou a minha para alimento
E tu, vaca, dás o leite…

Disse o pastor do cajado:
- Já dei ao Menino um beijo
E trago no alforge guardado
Um naco de pão com queijo.

- Junta-te a mim, diz o bento,
Bafejemos a manjedoura 
Pro Menino o aquecimento
E um sorriso a cada hora.

Não reza a história dos fracos
E os fortes só vêm riqueza
Mas têm a alma em cacos
E um coração de pobreza.

Em toda a santa Lapinha
A luz do amor renasceu
E num hossana, em ladainha,
A Esperança à terra desceu.

Neste Natal benfazejo
Brilhe na terra mais Luz
Num só e único desejo:
José, Maria e Jesus!

Frassino Machado

In CANÇÃO DA TERRA

O ESPÍRITO DO NATAL (2014)



 

O ESPÍRITO DO NATAL (2014)


Estava escuro. 
Havia uma necessidade acima de qualquer desejo.
Pensaram num bem maior, talvez num ser.
Faltava encontrar aquilo ou aquele que os transcendia.

Encontraram símbolos, longe do que queriam,
mas havia um sentido apesar de equivocado. 
Jamais pensaram que outro igual nascesse, 
que de imenso se tornasse o mais pobre dos iguais. 
Fez-se luz na imensa escuridão, 
que escolheu o estábulo para nascer,
forma humana onde o Ser se escondeu -
acendeu-se a luz indiferente à condição
que a muitos envolvia.
Vieram pobres e reis para ver o símbolo
realidade do sonho que foi até àquele dia –
todos se ajoelharam perante Aquele que nascia.
Aniquilaram-se as desigualdades,
o Amor vencia.
Passou a haver igualdade na descoberta
que movia o espírito para a transcendência.
Riqueza e pobreza conviviam 
como coisas limitadas ao tempo passageiro
onde o amor as suprimia.
Houve um primeiro onde há a razão
para todos assim serem.
Há um Natal que sempre se repete
enquanto houver amor 
capaz de transbordar para outro igual
semelhante ao maior.

Fernando Figueirinhas

UNA FLOR QUE NOS LAMPEJA!


    Imagem - Beautiful world. Nature, love, art.



        UNA FLOR QUE NOS LAMPEJA!


        Tocam as doze… os sinos lá, na Igreja,
        Una flor que nos lampeja!
        É estrela alva que a todos nós sobeja;
        Luz que ilumina o que tão se deseja!

        Paz e amor… o que reina lá, na Igreja,
        Não há porta que veja!
        Em nós a mão pequena, que tão almeja
        Gentes de tanta cor, que se festeja!

        É o nascimento do tão Salvador;
        É o Natal… na terra e lá… no céu! O amor
        Faz-se… e, escutam-se os corações; tal sóror
        É, digno de louvor, hino ao Senhor!

        ® RÓ MAR