quarta-feira, 22 de julho de 2015

MARGENS


 

MARGENS


Arrastado pelas águas revoltas,
Do rio caudaloso e apressado
A chegar ao mar azul salgado,
Fiquei preso às margens ocas.

Esquecido pelo mundo tão só,
Espero pelo dia da libertação,
Que chegará talvez com o pó
Do dia derradeiro da salvação.

Permaneço preso às margens
Da vida preterida sem futuro,
Sem ambições, de tão maduro
Me sentir só com mensagens.

Fiquei pelas margens da vida,
Outros seguiram o percurso,
Que construíram numa linha,
Que atravessou o meu dorso.

Lutei por me libertar das lianas
Que me ataram nas margens
Duma vida que de mim fugiu
E que com maldade me feriu. 

Ruy Serrano