Lisboa - Portugal - fotografia de Ana Luisa Alvim
Orgulhos provincianos…
Este orgulho que existe em nós
De se dizer sou português
Vai até se perder a voz
Num choro que assim se fez
Uns dizem que é tudo igual
Outros acabam por nada dizer
Por onde andas ó Portugal
Para em ti não se sentir prazer
E eu que ando prá aqui
Digo-te de forma amena
Que em muitos nada senti
Não sei se estás a ver a cena
Porque isto de ser Português
Tem muito que se lhe diga
De certas coisas não sou freguês
E da política não sou pessoa amiga
Que eu saiba são muito poucos
Normalmente os que comem da gamela
Os quais fazem dos outros loucos
E nos olhos deixam crescer a remela
Gosto assim de poetar
Dizer o que me vai na alma
As poesias todas se podem amar
Mas jamais se perder a calma
Não sofro de amnésia
Tenho olhos para tudo ver
Há que se atira duma falésia
E venha assim a morrer
E fá-lo pela sua má sina
E pelos erros de quem restringe
No olhar a sua menina
Chora mas ninguém o atinge
São as saudades que lá ficam
No interior do seu amar
Os homens que não vivificam
Jamais sabem no que vai dar
Armindo Loureiro
Armindo Loureiro