ODE AOS NAMORADOS
“No Dia de São Valentim”
Pela rua abaixo, pela rua acima,
É um dia especial para festejar
- Quero provar minha laranja-lima
Que, com meu amor, irei saborear.
Pela rua acima, pela rua abaixo,
São horas passadas, horas a correr
Caminhando só, nada cabisbaixo,
De pés cansados, quase sem doer.
Não me quero assim, só desejo amor,
Dele estou à espera pacientemente,
Dois em um, fácil é calar a dor,
E mais fácil é caminhar em frente.
Vai cantando o cuco, canta a cotovia,
E ao longe vem a ágil primavera,
Minha fruta fresca é de fantasia,
Morangos, kiwis, olha quem mos dera.
Eu bati à porta, mexi na janela,
Já passeava o sol pelo seu jardim
Como namorado, vou chamar por ela
E dizer-lhe agora: sou o Valentim.
- Anda, ó Joana, eu quero-te beijar,
- Vou, meu Valentim, dá-me a tua mão.
E os dois lá foram, rostos d´ encantar
Jurando, um ao outro, acender paixão.
Valentim, Joana, como é grande o mundo
Quando grande for o vosso coração
Um e outro, dão-se em amor profundo
Que belo ramo faz tão santa união.
Dois sorrisos brotam d´ apertado nó,
O melhor fermento é levedar a vida,
E quatro braços, num abraço só,
São para o futuro estrada de saída.
Joana, Valentim, jovem par de espanto
Sabem qu´ amanhã serão mais que dois
Outro ser, porém, chegará de encanto
Quando o coração s´ escancarar depois.
Este mar da vida não é só um sonho
E o seu horizonte por vezes é estreito
Navegar importa de olhar risonho
E de esperança viva a palpitar no peito.
Longa é a viagem de um para outro lado
A confiança a dois é bandeira ao leme,
Para prevenir estorvo indesejado
Haja fé e amor, quem os tiver não teme.
Dia de Namorados e de São Valentim,
Quem nos dera a nós fosse todo o ano,
Como bom seria outro mundo assim
Sempre amor eterno, longe o desengano!
© Frassino Machado
In OS FILHOS DA ESPERANÇA