quarta-feira, 23 de julho de 2014

FRÁGIL MEMÓRIA

 

FRÁGIL MEMÓRIA


Nesta frágil memória
vagueio como ave sonâmbula,
escorraçada do ninho
que um dia foi leito
acolchoado de penas de cisne branco.

De regaço vazio, e mãos sofridas
navego nas sombras perdidas,
de boca calada a dobrar as esquinas
na companhia da lágrima com pressa de partir...

Esvaiu-se o rumor da noite
junto das paredes de granito,
onde vou deixar meu grito
prelúdio de tempestade,
onde mora a saudade 
coberta de manto sem cor
a que eu chamo saudade,
saudade apenas, sem dor.

Margarida Fidalgo