POR SENTIR AMOR
Se fechas os olhos quando o vento te sopra nos olhos
e sugas, da chuva, as gotas que te caiem nos lábios;
e se, de olhos cerrados, vês aquela que amas
e na língua reconheces o gosto de um beijo dela,
tu és um poeta.
Mas se acaso não tens tu um poema que te cresce,
o que tens na vista e no palato são restos de ontem.
Qualquer poeta desejaria ter tido um ontem igual ao teu
para, sem ter de fingir, descrever tudo do mesmo jeito,
por sentir amor.
Sérgio Lizardo
o que tens na vista e no palato são restos de ontem.
Qualquer poeta desejaria ter tido um ontem igual ao teu
para, sem ter de fingir, descrever tudo do mesmo jeito,
por sentir amor.
Sérgio Lizardo