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PERCO-ME...
perco-me nas esquinas,
nos vértices do poema vida,
perco-me nos jardins vazios, sombrios,
onde passeia a minha alma,
em voos nocturnos,
desprovidos de emoção,
perco-me, sempre que tento alcançar,
perco-me, sempre que tento alcançar,
a beleza da rosa, e os sonhos impróprios da flor,
nas gotículas de orvalho que a alimentam,
perco-me, nas ruelas lúgubres, insanas e vadias,
onde tento encontrar um fio de claridade,
uma ténue claridade da manhã,
perco-me, até em mim,
numa viagem tenebrosa ao meu interior,
onde apenas encontro, reminiscências de rosas,
pétalas perdidas nas ruas do esquecimento,
perfumes que senti, um dia,
quando ainda era, humana,
e sabia o que era o amor...
rosamar
rosamar