NÉCTAR
A alegria... do amor que contagia...
Pelo que está ao seu lado, na labuta constante
ou pelos seus laços a voar ao vento... Distantes
Das flores que entre pedras desabrocham...
Das abelhas caprichosas buscando o labor entre rochas
a arrancar a farta e incrustada generosidade, pedante
Vem sem demora, entorpecer-me de paixão glamorosa
Levar-me a passear no jardim perfumado por mil rosas
Juntos, extasiar-nos com os encantos da natureza
Que a cada dia dá um espetáculo de exuberante beleza
Espero-te alegria, para ser o “vinho” que reconforta
Acende horas mortas...
Dadivosa videira...
Que reina desde os primórdios... Até a cena derradeira
Com suas crenças seus domínios, suas singularidades
Não quero alegria de Baco em taças de ilusórias vaidades
Delírios místicos, efêmera felicidade!
Atena invade meu “ser”, resgata meu coração
Nem que ingira a tal poção advinda do coração...
Quero as sensações mais reconfortantes e singelas
As convivências mais belas...
Pela vida todos os dias me enamorar
Mesmo em curvas do caminho, me apaixonar
Com as uvas do côncavo, do convexo, do viver sem pranto!
Bebendo o mais doce, forte e entusiasmante néctar!
Nos braços da alegria nas redes dos teus encantos!
Elair Cabral