sexta-feira, 20 de junho de 2014

O ENCONTRO




O ENCONTRO


Euforia misturada à incertezas gira feito ciclone... O encontro estava marcado. Aconteceu meio que assim, sem esperar. Eu aceitei... Depois não sabia o que pensar... Talvez tivesse sua rota, nas mãos do destino traçada. Surgiu como um raio a faiscar em desatino. Em alguns momentos revelava-se mais como sol da manhã, de dádivas iluminado... Depois amargava em dúvidas, vontade de não m...ais encontrar, de desistir... Então, as incertezas abortavam e tudo voltava a parecer conto de fadas, vislumbre, emoção! Instigante como o Arquétipo de Orfeu e Eurídice, mas talvez eu não seja tão decidida. Poderia mais me colocar nas mãos do destino mesmo, e como Otelo e Desdêmona jogar-me a mercê da tragédia embebida em intensas doses de paixão... Mas, pensando bem, sou mais Merlin e Viviane, e prefiro numa nuvem de magia, envolver-me em sedução, em mistérios, camuflagens espectros de ilusão. Soube desde sempre que encontros podem ser dúvidas na encruzilhada, efêmero entusiasmo, revelação, premonição, cratera no coração, ou, cura para a alma inicialmente apaixonada! Depois do encontro pairam os desencontros; incógnito boreal. O encontro que trouxe alegrias, num instante vira vendaval... Aí, o desencontro aprecia o vulcão em plena erupção e se coloca como imparcial nas dores, na saudade, no peito apertado e na solidão real. Mas, tenho a certeza que encontrarei o caminho, nas notas da bela canção, e as verdes paisagens, do encontro, cúmplices serão! E pelos concretos da vida, nossos rastros ficarão marcados. Um duradouro encontro que do medo virou escada e fez do sonho a ponte, na busca do amanhã ao encontro do ontem para concretizar em fios de quimeras, o hoje...

Elair Cabral