O AMOR É DAS ESSÊNCIAS,
NÃO DAS CIÊNCIAS
O que tu amas em alguém não está no que tu abraças
(por isso muitos amaram sem terem abraçado amados).
O que tu amas em alguém,
se é pele, é outra pele por baixo da pele;
se é o olhar não é o dos olhos, é do que vem de dentro deles;
se é o calor do aconchego, não é a temperatura;
se é o sorriso não é o da boca;
se é a forma de andar,
se é o modo de mexer,
se é o jeito de te tocar,
nada tem que ver com o corpo ou seu apelo,
se é pele, é outra pele por baixo da pele;
se é o olhar não é o dos olhos, é do que vem de dentro deles;
se é o calor do aconchego, não é a temperatura;
se é o sorriso não é o da boca;
se é a forma de andar,
se é o modo de mexer,
se é o jeito de te tocar,
nada tem que ver com o corpo ou seu apelo,
tem que ver com as naturezas dos dois, que nasceram irmãs,
e por isso se querem e se cuidam sem se questionarem.
O que tu amas em alguém é o fado comum,
é a irmandade dos não irmãos,
a amizade dos que se são mais,
a companhia que quilómetros no meio não afastam,
o desejo que a idade não consegue tirar e transforma.
O que tu amas em alguém é a sua inevitabilidade,
a sua imprescindibilidade,
a sua não substituibilidade
e o que te faz até seres tu, e te confere verdade.
(E o que tu amas em ti é o reflexo do que é de quem amas.)
Sérgio Lizardo