domingo, 29 de junho de 2014

SILÊNCIO


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SILÊNCIO


Mergulho no silêncio...
A quietude, das horas vagas, envolve-me...
O silêncio que fala, impregna minha’ alma 
Não me reconheço na imensidão dos ruídos abstratos
Meu espírito titubeante vagueia,
Nesse jogo de luz e sombra, de sonoridade e silêncio,
De ausência e presença.
Navegando no barco do destino,
Contemplo meu universo,
E, no espelho das águas da vida
Inesperadamente,
defronto-me com fragmentos do meu “eu”...
reflexos de um “eu” dilacerado envolto num
emaranhado de cacos de esperança, sonhos, projetos, vida...
Aos poucos começo a me entender, a me perdoar a me amar
Não consigo calar o silêncio
Vejo-me, então sugada por redemoinhos,
Dos encontros e desencontros. 
Bailando freneticamente,
vislumbro a magia 
De nascer, ou morrer
Atos inerentes como estar só. 
Por que teria eu, 
Medo das chuvas tempestivas,
Se me encontro em profundas e límpidas águas 
Num extasiante mar de emoções vigiado por Poseidon, 
Cenário de sonhos, povoado por onomatopéias do silêncio 
Interrompe-se o giro, cessam-se os sons
Aí, o silêncio mergulha no silêncio...
Na solidão, emirjo e bebo na fonte da inspiração,
Quando as asas do vento me
Impulsionam rumo ao vazio.
São prófugos momentos,
arrebatado pelo amor à poesia.
E assim, na escuridão, cúmplice da noite 
O silêncio abre seus panos 
e volta a gritar...

Elair Cabral