POEMA AO INVENTOR DO PORTUGUÊS
Obrigado.
Obrigado pela palavra saudade – de verdade.
Ela tem a métrica certa,
é aberta,
ainda que nela só caibam todas as razões do mundo
para que cada uma das pessoas que o mundo contém,
encaixe os milhões de razões para dizer que alguém
a deixou assim: com um interior que perdeu o fundo.
Obrigado.
Obrigado por juntares pronomes pessoais aos verbos:
«amo-te», assim, é bem mais ligado, é até mais dado
– é como dizer «este amor que sinto é por ti»
ainda que nela só caibam todas as razões do mundo
para que cada uma das pessoas que o mundo contém,
encaixe os milhões de razões para dizer que alguém
a deixou assim: com um interior que perdeu o fundo.
Obrigado.
Obrigado por juntares pronomes pessoais aos verbos:
«amo-te», assim, é bem mais ligado, é até mais dado
– é como dizer «este amor que sinto é por ti»
ou «este amor que sinto é teu».
Obrigado.
Obrigado, ainda, por me deixares usar a língua,
e, com todos os teus verbos e termos,
me teres ajudado,
a passar para poemas
o que muitas vezes nasceu como silêncio meu,
e outras vezes como encanto,
colhido do olhar de quem me faz bem.
Sou-te, eternamente, grato.
Sérgio Lizardo
Sérgio Lizardo