sábado, 14 de setembro de 2019

NASCESTE LIVRE...




NASCESTE LIVRE...


És pássaro com a asa ferida
que vai saltitando de ninho em ninho
para poder provar o amor alheio
porque não queres viver sozinho!

Uma ave em que as penas estão salpicadas
com as cores com que disfarças o receio
que tens de voltar a ficar preso na gaiola,
mas nem por isso deixas
que a tua paixão se vá embora!

Nasceste livre...
E é livre que queres continuar a voar.
Por muito amor que exista no teu coração
Será difícil que alguém te vá aprisionar.

Sozinho nada serás!
Muitas aves iguais a ti encontrarás
e com elas pelos céus voarás!

Amar também é sentir a liberdade...

JARDIM DA ALMA


Obra do pintor VLADIMIR VOLEGOV


JARDIM DA ALMA


Abro o peito e deixo-te entrar
No jardim da alma secreto
Abro-o todo sem hesitar
Pra acalmar teu ser inquieto
Vem! Cheirar o perfume divinal
Que na minha alma emana
Fragrância de aroma especial
Que abençoa tua alma humana
Vem! Escuta as aves sagradas
Que cantam em nosso louvor
No alvor das madrugadas
Seus hinos de divino esplendor
Porque esperas? Porque hesitas?
Em entrar neste secreto jardim
Campo eterno das coisas finitas
E absorves tudo simples, assim!
Abro-me e deixo-te entrar!
No éden secreto que há em mim
Beijar as flores de cariz intemporal
Borboletas que bailam num frenesim
No jardim da minha alma imortal
Abro-me e deixo-te entrar!
Em silêncio de douto ritual
Quero ver-te docemente embriagar
Com essa fragrância, ancestral
Que Deus decidiu criar.
Abro-me e deixo-te entrar!
No jardim misterioso e perfumado
Onde teus olhos se podem deleitar
Com algo nunca por ti imaginado
Foge! Desse inferno assustador
E entra neste paraíso encantado
O jardim da minha alma em flor
Éden por Deus criado
Entra! E sara a tua humana dor
Foge deste mundo desvirtuado
Entra no meu peito acolhedor
Se, te sentires nele fragilizado
Aproveita este poema sedutor
E conhece o jardim sagrado
Utopia minha de sonhador.

© Joaquim Jorge de Oliveira

FLOR COM BELEZA




FLOR COM BELEZA 


Flor feliz e bonita 
Encanta quem por ela passa 
Tem sempre um olhar com ternura
Perfume inebriante e um sorriso radiante 
Rainha no seu jardim 
Amor para com as outras flores não lhe falta 
Tem por companhia o girassol 
Flor também encantadora 
Protector e um gentil cavalheiro 
No seu cantinho, ninguém toca...
A sua rainha com tanta formosura 
Chega a ter ciumes dela
Mas ela fresca e airosa 
Diz-lhe que é uma rosa 
Que todos a adoram...
Mas que no seu coração 
Existe amor e carinho para dar 
A todas as flores.
Seu ar jovial e radioso 
Não é vaidade nem prepotência 
Mas sim alegria 
De dar vida e beleza 
Ao seu jardim 
Que tanto amor, amizade e cuidados 
Alguém que muito ama
Lhe dedica com afecto. 

domingo, 8 de setembro de 2019

PÉROLAS DE PALAVRAS



PALAVRAS LÍQUIDAS...


Imagens do Mar


Palavras líquidas… 


São líquidas as palavras tuas
Estão repletas de amargura
São palavras de tão nuas
Espalhadas por essas ruas
Em mulheres sem cintura

Nota-se a ferrugem a crescer
E elas já mal se levantam
Nas ruas já não há saber
Que me façam palavras ter
E os ventos tudo espantam

Sobe o tom da conversa
Em palavras que ninguém tem
Mas antes que algo aconteça
Que tu e ela o reconheça
Que tua palavra nos convém

É o prenuncio dum nevão
Que me faz em ti escorregar
Desculpa lá esta ilusão
De quem por palavras tem paixão
E que na névoa as sabe amar

Dou às palavras várias demãos
Para alguém as poder ler
São momentos dos mais sãos
Com palavras se tapam vãos
Que de os tapar colhem prazer

POESIA, MINHA CÍTARA




POESIA, MINHA CÍTARA  


“Aos poetas da sensibilidade perdida”

Ó Poesia, ó minha cítara apaixonada,
Como me enlevas pelo dedilhar das cordas
Tão sensíveis como as cordas da minha alma,
E acendes no meu estro um patamar de calma
Que me prepara o dia em cada madrugada…

Teu som ecoa, do teu dentro até às bordas,
Os arrufos divinos que levam ao parnaso
Onde cirandam as palavras dos poetas
Que sonham os poemas em formas discretas
Mas que na alma real a sensibilidade acordas… 

Tua bela melodia não eclode ao acaso
E as tuas cordas arrebatam-me os sentidos
Numa onda crescente de frágil emoção
Tu, minha cítara, de sensual composição
Destilas água viva em cada poema-ocaso. 

Tu, qual terno bailado destes meus ouvidos,
És luz dos olhos de alma, minha fantasia
E a sublimação plena de todos os ruídos,
Minha arca-magia dos meus versos perdidos:
Poesia, minha cítara, alfobre d´ harmonia! 

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA

MILAGRES DA NATUREZA




“MILAGRES DA NATUREZA”


Lá das profundezas do mar,
A pequena concha acordava
E sozinha até à tona trepava
Nas longas noites de luar!

Despia-se aos raios da Lua
Tornando-se totalmente nua,
Valvas à vista até a aurora
Por aquela longa noite fora.

E logo, logo de manhãzinha
Mal sentia que o Sol nascia,
Vestia-se de novo e sozinha
Ao fundo do Mar ela descia.

Depois sozinha e calada
Em longas noites sem fim,
Uma redonda bola gerava
Linda, e da cor do marfim!

© Alfredo Costa Pereira