sábado, 29 de janeiro de 2022

AGULHADAS COM ALEGRIA...




Agulhadas com alegria...


Nas palavras sinto teu colo
Esse colo tão abrangente
Em teus beijos fico tolo
Um rouxinol bem o sente

Cantas como um rouxinol
E eu gosto de te ver saltar
Tocas-me em si bemol
Num rendilhado de encantar

Há sinestesias tão coloridas
Onde se nota tua quentura
Em palavras tão sentidas
Quem é que não te procura?

Nas minhas simplicíssimas rimas
Eu te demonstro meu sentimento
Inebrio-me quando me animas
A te declamar naquele momento

Mergulho sem o saber fazer
Porque jamais soube nadar
Mas em ti sinto o prazer
De ao fundo te ir buscar

No fundo eu quero adormecer
Tendo-te em mim por pensamento
Encadeio rimas de prazer
A teu lado nada lamento

Sou um mítico lenhador
Meto achas na fogueira
Se soubesses o que é amor
Vinhas a mim prá brincadeira

Armindo Loureiro | 01/2022 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

O OLHAR É ALQUIMIA


Fotografia de Ró Mar


O OLHAR É ALQUIMIA


O olhar é um arco-íris imenso,
Qu' em comunhão com um' alma genuína
Alastra o universo. Tempo suspenso,
Que faz sonhar com letra pequenina.

Tão transparente e límpido! Vitrine,
Que reflete as cores imagináveis
Dando à vida poesia e a define
D' incolor. Ah, entrelinhas percetíveis!

Palete de múltiplas cores, ousando
Sentimentos de todo o feitio. Ah, magia,
Que num singelo olhar tem o mundo!

Ah, a poesia tem a cor da cortesia
Do ser e também a do pano de fundo
Contracenando! O olhar é alquimia.

© Ró Mar 

domingo, 16 de janeiro de 2022

MUSA




MUSA


A minha musa será sempre a eterna Lua
Nela vejo toda a cor do meu olhar
Ela que é tão minha sendo eu sua
Quando se enrola na leveza do luar.

Os vocábulos fazem eco nas estrelas cintilantes
Que iluminam cada verso que componho
E vou semeá-los na aurora por instantes
Para que a Lua os possa ler durante o sonho.

Quando o trovador despertar da alegoria
E as horas soçobrarem meio do dia
Já a Lua se vislumbra lá ao fundo.

O rouxinol vai escoltar a melodia
Que consagro a quem ama a poesia
E à Lua que enlaça o meu Mundo.

 © Agostinho Silva | 01/2022

DOU-TE O MEU AMOR...




Dou-te o meu amor...


Estou aqui
Estou a pensar
No que não devo fazer
Mas já senti
Que amar
É o maior prazer

Estar a teu lado
Cantar-te um fado
É sinal de muita alegria
Mas nem sempre acontece
Esse amor que do olhar transparece
Repleto da tua magia

Quero para sempre lembrar
O quanto é belo o teu amar
Seja lá em que dia for
Ir contigo, subir ao monte
Que está aqui mesmo defronte
E te dar o meu amor

Meu amor sempre te darei
O calor que eu amei
Quando estou a teu lado
E tu vê lá se gostas de mim
Ó flor do meu jardim
Para que eu te cante o fado!

Um Fado mesmo à maneira
Cantado na brincadeira
Para ti que és um amor
Mesmo que esqueça o estribilho
Jamais esquecerei o teu brilho
Nesse amor que é só calor!

© Armindo Loureiro | 01/2022 

ABRAÇO




ABRAÇO


Hoje o sol não brilha em meu coração;
Mesmo raiando ele s' ausenta;
Parece que não o quer nem de raspão!

Sente falta da palavra que adentra;
Expressão que não têm preço;
Gesto modesto que nos alenta!

Se solucionar alguma coisa eu ofereço
O meu em troca de certas dores;
Dividimos os valores do nosso berço.

Custa menos e serão muito menores;
Tomando o certo remédio como cura;
Suavizando a vida com outras cores.

Quando a amizade é verdadeira e pura;
O mal que se julga vir em nossa direção;
Travará pela dita uma batalha dura!

Creio ser esta a correta medicação
Na receita que eu aqui traço;
Bula que junto ofertando a minha mão.

Tudo passa quando se junta um grande abraço!

© RAADOMINGOS | 01/2022