sábado, 31 de maio de 2014

SÓ QUEM NOS AMA NOS DÁ O MUNDO




SÓ QUEM NOS AMA NOS DÁ O MUNDO


Sempre existiram pessoas que exigiram mais e mais.
Mais amor, mais amizade, mais dos outros sentimentos. 
E mais de cada uma de todas as coisas,
mais de cada um...a de todas as outras pessoas,
e mais, até, delas mesmas.
Mais rio para todos os rios, mais mar para todos os mares,
mais azul para fazerem mais céu,
e mais horizonte e mais ângulo de visão
para terem mais mundo. 
– E há umas pessoas que, com um singelo amor apenas,
sem que nunca o tivessem pedido, ou tão pouco exigido,
têm também tudo isso. 
Não sabem que o que têm é tudo isso,
e são, certamente também por isso, muito mais felizes.

(Só quem nos ama nos dá o mundo – e trá-lo dentro.)

© Sérgio Lizardo

FALEI-TE DE MIM (DOIS MIL POEMAS)


Imagem - Bellissime Immagini


FALEI-TE DE MIM 

(DOIS MIL POEMAS)


Mandei-te duas mil cartas
algumas com imagens
outras com sentimentos puros.
Dei-te a saber as paisagens 

que me ocorrem
mostrei-te um mundo íntimo
próprio de amigos.
Disse-te o que penso
da vida
das pessoas 
e das coisas que movem as pessoas.
Critiquei a falta de amor 
que esvazia o mundo.
Pensei e disse-te dos desejos
intenções sublimes que guardamos
e pedi-te que os mostrasses 
para que vissem outro mundo.

Fernando Figueirinhas

sexta-feira, 30 de maio de 2014

UM MAR DE DISTÂNCIA




UM MAR DE DISTÂNCIA


Separa-nos um mar
suave fragrância desprende-se das ondas
quando penso em ti
Entro nesta imensidão que és tu
música que desperta meu olhar difuso
perdido em ti.
Sentimentos que se envolvem nas ondas
que de ti saem
essência ampla de mistérios profundos
que em ti se escondem.
Trémulo desvendo-te de um olhar só
como as ondas que arrebentam na praia. 
Espero-te só 
no deserto imenso
minha vida 
sujeita às marés do mar revolto.

Fernando Figueirinhas

QUANDO A CHUVA BATE DE MANSINHO É TELA


Images Inaire


QUANDO A CHUVA BATE DE MANSINHO 

É TELA 


Quando a chuva bate, bate de mansinho 
Pela janela, lembro o meu amor, o mundo 
Condensa no calor do abraço profundo 
E o dia é alegre estio na face do sonho. 

Somos a alma de Sol a raiar à janela 
Da saudade e o vento instala no todo, 
O coração abre no olhar arregalado 
E desenha a mais linda e singela tela. 

Rubra pela ternura do beijo fecundo 
Abraço o meu corpo leve e encharcado 
No macio e doce aroma de rosmaninho; 

E, acaricio os seios bagos de uva a rachar 
De desejo pela tua boca mergulhar; 
Quando a chuva bate de mansinho é tela. 

® RÓ MAR 

ENSINA-ME A PINTAR


pintura de Adiasmachado


Ensina-me a pintar


Ensina-me a pintar que ao ver brilhar
O teu pincel naquela tela mansa
Meu coração não pára de saltar
Como se fora um sonho de criança.

Ensina-me a pintar. Ó quanto almejo
Pegar pincel e tela e de repente
Lançar os tons da cor do meu desejo
E ver brilhar a luz que tenho em mente.

Aí quem me dera um dia ser pintor
Lançar-me na aventura sem pudor
Dar azo a toda a minha fantasia;

Poder pintar no fundo duma tela
A cor da minha vida fresca e bela
E ver na tela a cor da poesia.

José Sepúlveda

quinta-feira, 29 de maio de 2014

ESPERANÇA




ESPERANÇA


Companheira minha que me acompanhas
Nos frios invernos e calmas primaveras!...
Quando o sol se pôe atrás do outeiro
E a lua cheia me cobre a solidão.

Segues lentamente meus passos errantes
De velho caminheiro cansado da vida.
Tantos encontrões toldaram-me a visão,
E tu minha amiga deste-me a tua mão.

Quando o caminho era longo!...
E o sol abrasava o meu rosto,
Eras tu nascente de água cristalina,
Que saciavas a minha sede!

Em torno do eixo desnudado,
Encosto a cabeça que se perdeu!...
Agarro-te com força ,Esperança,
Que a meu lado me sorris.

Margarida Fidalgo

OBRIGADO A TI


Tela: AF00050 - Auber Fiori


Obrigado a Ti


 Pela profecia da rosa
Vermelha, amarela, cor de rosa,
Alva, azul e porque não a negra,
Do incomum o perfume, a imagem
No jardim, d’onde também jasmim!

Ao sonho ainda guardado
Na camisola envolvendo o corpo,
A pele aveludada como pétalas
Pelo chão, pelos lençóis, divina
Escultura, da brisa esculpe a seda!

Pela oração de orar, cantar, amar... 
Caminhar pelo outono ao luar, 
Feito quem rege o relento, 
Pois é tudo é poesia é tudo de rogar 
Do imo vinho tinto, prece ocasião!

Ao vento que entalha a pedra, 
A onda dando forma ao rochedo, 
Tatuando em retrato sentires, amor, 
Candura de afago, sem palavras, 
Pelo coração, pulsares!

Auber Fioravante Júnior 
Porto Alegre - RS

CHUVA NA ALMA




Chuva Na Alma


Pensativa e a contemplar
a chuva a bater...
nas vidraças ...
O meu olhar ultrapassa
todos os pensamentos
neste momento ...
... vejo gentes, uns com chapéu
de chuva que vão devagar,
outros que correm para que a chuva
não lhes encharque a alma
já com o corpo cansado.
Até que sinto uma saudade de
ti tão grande que dentro de mim
me chama ...
Minh'alma está ausente e meu
corpo sedento ...
Ficarei aqui
até que a chuva
passe ... ...

Maria Manuela Clérigo

ENTRE MONTES E NUVENS


MANLIO MORETTO (1917-2013)
“NAVIO” (ÓLEO)


ENTRE MONTES E NUVENS


Vejo-a ao longe
cidade colossal em forma de ferro.
Entre montes e nuvens
caminha sobre as águas
ao encontro de abrigo.
Traz notícias
pessoas de outros lugares
coisas diferentes. 
Sai o comandante 
um a um 
cada marinheiro. 
Do lado de cá 
espanto e sonho
viagem sem data marcada
vontade de mudar.

Fernando Figueirinhas

TELA SEM COR



Poema e imagem de Paula Delgado

VOANDO NA IMENSIDÃO DE MIM MESMA



Poema e Ilustração de Paula Delgado

quarta-feira, 28 de maio de 2014

RISCOS



Poema de Fernando Figueirinhas

SOLIDÃO É COISA VÃ







SOLIDÃO É COISA VÃ


Solidão é coisa vã
Nos contornos desta vida
Não se sabe se amanhã...
Ela irá ser mantida?

1

Vamos pregando no vento
O que pensamos ser verdade
Varia conforme idade
E consoante o momento
Comum no isolamento
Onde não há grande afã
E no virar da manhã
Seja alegre ou bem triste
Muita coisa subsiste
SOLIDÃO É COISA VÃ

2

Rezamos pelos pecados
Porque nós não somos santos
Também choramos pelos cantos
Orações de antepassados
Aprendemos sujeitados
Por religião contida
Como se fosse guarida
Implorada bem aos céus
Seja a santos ou a Deus
NOS CONTORNOS DESTA VIDA

3

Mas o tempo tudo muda
Tendo razão ou sem ela
Como é grande a mistela
Nesta vida tão aguda
Pois que ninguém se iluda
Porque ela é grande vilã
Seja tarde ou de manhã
Mas o que está reservado
Poderá ser anunciado?
NÂO SE SABE SE AMANHÂ

4

Mas se isso acontecesse
Andava tudo em desvario
O calor virava frio
Mesmo que se não quisesse
E tudo que apetecesse
Ficaria na grande dúvida
Que jamais seria contida
Em busca da tal razão
E então a solidão…
ELA IRÁ SER MANTIDA?

ARIEH NATSAC

EM MAIO : MAR... TENTADOR... MAR !





EM MAIO :

MAR... TENTADOR... MAR !


Ah...! Mar enorme impiedoso e profundo...!
Ouço o teu tentador cantar de encanto...
Com tuas ondas tu cobres meio mundo...
Enganando barcos os levando ao fundo...!

Disfarças a teu rugir com teu falso canto...!
Escondendo a tua ira com ninfas cantantes...
Iludindo marinheiros, lhes causando o pranto...!

Ah...mar azul ! Sempre és e serás enganador...
Despedaças barcos à deriva e seus corações...
Atraídos pelos belos cantos de ninfas do amor...
Escondidas nas grutas escavadas com paixões...!

No fim com voz de suave mar tentas cobrir...!
De tom azul com tua boca de branca espuma...
As embarcações que acabaste de engolir...!

(M.S) Mário Sampaio 

TOQUE NO CORAÇAO



Poema e imagem de Paula Delgado

SENTIR, SIMPLES ASSIM


Tela: AF00228 - Auber Fiori


Sentir, Simples Assim


Há um chalé
Ali, no alto da rua,
Todo branco e cheio de cores, 
Cores assim virtuosas, vaidosas
Pois é morada do afeto!

Lá, a brisa nunca se cansa
De cantar e murmurar pelos cabelos
Todo afago da canção, melodia 
Que te faz dançar no esvoaçar
Da seda longa e brilhante como o olhar...

Esmeralda esperança!

Que seja do abraço guardado
O beijo madrugada aconchego, 
No vai e vem da nau, o gosto de mar
Da lágrima do pranto, amor... 
Simples assim!

Auber Fioravante Júnior
Porto Alegre - RS

CRENÇA




CRENÇA


Já te sentiste diferente assim:

Num desses dias, por um minuto,
abriste os olhos devagar,
levantaste a cabeça
e percebeste
que já os olhos abriras mais do que era uso até então,
e sentiste-te grande…
Olhaste para baixo
e viste os teus pés mais compridos,
as tuas pernas mais longas
e as tuas mãos agigantadas…
De espanto movida, contorceste o teu tronco,
levantaste um pé depois do outro, num passo,
e com a força do impulso dos braços, nesse teu passo,
sacudiste as folhas das árvores, 
levantaste o pó do chão
e fizeste rolar umas pedras do teu caminho…

Já te sentiste por certo assim:
com o que chamo de crença,
pois que, só crendo,
minguarias distâncias,
removerias barreiras
e te sentirias tão grande…!

(tens impossíveis possíveis de ter…)

Sérgio Lizardo

IMPERFEIÇÕES



Poema e Ilustração de Paula Delgado

sexta-feira, 23 de maio de 2014

SUSPIRO-TE! (MEU AR)




Suspiro-te! (meu ar) 


Estou a ponto de ser sem forma nem cor. Estou a ponto de ser ar, apenas ar. De ser o ar que se vai distinguir dos outros pelo cheiro. E será o teu cheiro: o do teu perfume também mas o da tua pele sem ele, em proporção maior. Para seguir o teu rasto, estou a ponto de me esfumar – dizem que o amor tudo pode. E tem que ser hoje. Hoje está vento, e venta nessa direção. Estou a ponto de ser o ar que se desloca e chega. De entrar pela frincha da tua porta. De pedir licença aos ares que aí estejam, e então fluir, fluir, fluir mais por entre eles. E subir, subir, subir não muito – não és alta. E ficar, ficar, e esperar: que termines de expirar, que inspires depois, que me inspires. Estou a ponto de ser o teu respiro. Entretanto, suspiro! Suspiro-te! (meu ar)


Sérgio Lizardo 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

ABRAÇO



Poema e Ilustração Paula Delgado

O CARISMA DO AUTOR




O CARISMA DO AUTOR  

“Aos Autores portugueses”


Ser autor é sentir o paladar da vida
Sincronizando toda a linha do horizonte;
Ser autor é beber na limpidez da fonte
Fazendo deslumbrar a alma renascida.

Mas ser autor é pressentir desenvolvida
A ousadia de subir o áspero monte
E contemplar o azul do céu ali de fronte
Perspectivando uma identidade acrescida.

Ser autor é rever o mundo como ele é
E procurar dentro de si o sal da fé
Abraçando o mister com toda a decisão.

Mas ser autor é assumir de forma leal
Aquele instinto cabalmente original
Que faça projectar a excelsa criação.

O fiat da palavra é o topo e o valor
Do genuíno carisma de qualquer autor!

Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE

PENA



Poema e imagem de Paula Delgado

quarta-feira, 21 de maio de 2014

OS SONHOS…


Imagem - Rosas com carinho 



OS SONHOS… 


Os Sonhos são quais letras de ficção 
Incorporadas na real escrita; 
São almas mutantes que desencadeiam 
Palavras que se veem pelas linhas 
E se releem nas entrelinhas. 

Os sonhos são violetas a voar... 
Amendoeiras floridas, cardos e rosas a plantarem 
Quimeras; utopias nas asas condor a inventarem 
Ventos perfumados que alimentam 
Frases de se ler, invisível escrita… 

Paz, amor e felicidade pelas páginas a lembrar. 

® RÓ MAR 

terça-feira, 20 de maio de 2014

NÃO SERÁ POR CIÚME




Não será por ciúme


Um dia, quando as palavras escritas tiverem som
e as palavras ditas tiverem imagem,
os poemas de amor fugirão às canetas e aos papéis,
para ficarem na garganta ...e nos olhos do poeta.
É, no meu caso – no nosso caso, amor –,
porque se ouviria o teu nome e se veria o teu rosto,
e eu posso não estar, e não te poder ouvir nem ver.
(Não será por ciúme.)

segunda-feira, 19 de maio de 2014

BOA NOITE...




Poema e imagem de Paula Delgado

ALMA VERTIDA...





Alma vertida...


Cerro meus olhos
Abertos de infinito…
Esponsais sangram
Bálsamos etéreos…
Óbices dissipados
Meus sonhos…
São gotas de orvalho
Pingando…
Diamantes eternos,
Diademas em flor,
Safira esculpida,
Rasgando...
Levas da mente,
Serenamente,
Encetando...
Minha Alma vertida
D´Amor.

Helena Martins

UM VERSO DE BORBOLETAS...




Um verso de borboletas…


Gostava de escrever um verso sem letras
onde as letras fossem borboletas
e as estrofes flores…

Assim… as borboletas voariam de flor em flor

os versos mudariam de cor em cor
e a fragância da primavera
doce como o néctar 
espalhar-se-ia no teu sorriso
abraçar-te-ia com a sua alegria
e eu ouviria o teu riso…

Teríamos assim a mais doce melodia
inserida na poesia de uma primavera radiante
que tornaria o tempo exuberante…

O poema seria a liberdade da vida
nas asas de uma borboleta
o bailado gracioso na orquestra do vento
perfumado de alfazema… sons… cor violeta…

cor… aroma… liberdade… alegria… vida VIVIDA! 

Mariana Loureiro

PELO PECADO DO SENTIR


Tela: AF00119 - Auber Fiori


Pelo Pecado do Sentir


 Bem acima do horizonte,
A lua... Oh! Lua, já divaga
Por um céu bordado de estrelas,
Serenata nas folhas de outono,
Morango nos lábios aveludados!

Sobre o chão a sombra delicada
Esvoaça seus tecidos longos em seda,
Prateados pelo luar de um beijo guardado,
De um abraço versado como uma valsa
Saindo do silêncio, da noite de poesia!

Em cada olhar uma palavra
Minuciosamente declamada
Sobre a pele cor de pérola,
Sobre o colo feito pétala avermelhada...
Silente dentre os sussurros... Amor!

Gritos, gemidos, a suavidade
Traduzindo grilos e mistérios
De uma obra sem medo da nudez,
Do pecar sem precisar perdoar,
Pois no pecado do sentir
Só existe o sentimento... Luz!

Auber Fioravante Júnior

IMPERFEIÇÃO




IMPERFEIÇÃO


Não sei traduzir para palavras 
o silêncio que se mete entre os olhos de duas pessoas 
que só têm amor para se dar 
e um beijo para acontecer 
em alguns segundos e poucos centímetros. 
Será por ser, eu mesmo, o ator que contracena contigo 
no que podia dar um poema perfeito?
Precisava de sair do meu corpo para ver
mas, e depois? Como sentir os teus lábios?
Basta-me, pois, o silêncio perfeito 
– não ambiciono a perfeição para os meus poemas.

       Sérgio Lizardo  


 

sábado, 17 de maio de 2014

A ARTE DE VIVER





A ARTE DE VIVER 


A natureza e tudo o que de belo lhe advém 
É para ser desfrutado gota a gota, 
Degustando a vida 
Como se fosse o primeiro de muitos dias; 
Aprendemos a saber viver 
Em paz e harmonia com o universo. 

A magnitude e o mistério da vida 
É para ser calculado ao milímetro 
Pelo barómetro 
Do coração e exaltado na alma até ao último segundo 
Como um maravilhoso e poderoso elixir; processo 
Que se navega por ínfimas ondas, 
As veias e artérias 
E que nos conduzem ao oceano. 

O verdadeiro segredo está na ampulheta 
Que deve ser simples e leve, apenas grãos de finas areias 
Para florir o caminhar 
Pelo espaço como um malmequer 
Que nasceu para amar, 
E, quer ir mais além. 

® RÓ MAR 

BE HAPPY




For you@Be Happy#
work by Mágora Artista Plástica

sexta-feira, 16 de maio de 2014

O MILAGRE DA AMIZADE



Poema e imagem de Paula Delgado

NO DIA EM QUE NÃO TE BASTAREM AS PALAVRAS DE AMOR



No dia em que não te bastarem as palavras de amor


No dia em que não te bastarem as palavras de amor que te disserem,
não troques de ouvidos por outros ouvidos
nem de dizente que as diz por dizente diferente.
No dia em que não te bastarem as palavras de amor que te disserem,
diz algumas também, e enxerga. – Verás como se reproduzem.

No dia em que não te bastarem os gestos de amor que te fizerem,
não troques de olhos por outros olhos,
não troques nada de nada seja pelo que for. Oferece tempo;
o tempo, para quem te ama, é o chão onde semeia atenção
para que colhas depois, no fundo, aquilo que mais importa.

Se deixares que o amor não beba do copo de onde a amizade bebe,
antes de morrer de sede,
ele deixará de ver e secará.
Se amas, mata as sedes que o amor faz. Serve-te – sem copo, em corpo,
umas vezes medido, outras desbordado.

Sérgio Lizardo

quinta-feira, 15 de maio de 2014

AMANTES DA POESIA



Poema e Ilustração de Paula Delgado

ACORDAR!



Acordar!


O meu acordar é tranquilo
sinto a madrugada em mim e

como é refrescante o
cheiro das manhãs...
que me embriaga de
encanto e de luz.

Hummm... um cheiro
inebriante que me acolhe
e me envolve no seu manto
todas as Manhãs.

Meu corpo acorda para a vida
e respiro
Levanto-me como se
levitasse... e assim
começo o meu Dia!

Em Paz!

Manuela Clérigo

TOQUES




TOQUES


É, muitas vezes, na palma de uma das minhas mãos
que eu tenho a minha alma,
e é, em todas essas vezes, no teu rosto,
que tu tens a tua.
Já o meu coração e o teu, pairam. É no ar,
a meio da distância que separa os meus olhos e os teus,
que eles ficam e se tocam.
De que valeria, se assim não fosse, amor,
tocar-te no rosto e olhar-te, e a demora de um beijo?

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A ‘PENA’


Imagem - Bellissime Immagini


A ‘PENA’ 


A ‘pena’ sorriu ao teu olhar 
E enrolou o desejo do teu sonho no voar 
Ao beijo que merece a maciez dos teus lábios.

Nada é por acaso, talvez seja um acaso, 
Mas foi amor primeiro e esse vinga sempre. 
Livre está o teu engano, hoje sabes que és o espaço 
Que preenche o branco dos dias e que dá cor à noite. 

A pena brilha na tua boca 
Como uma estrela que voa louca 
De paixão pelos telhados ao vento. 

Nada é por acaso, talvez seja um acaso, 
Mas é o vento soalheiro e esse vinga sempre. 
Livre é a leveza que abunda o teu regaço, 
São rosas, milagre que te faz gente. 

A ‘pena’ é musa inspiradora de vários, 
A fada que te ama no momento, 
Estima-a com todo o amor nos lábios. 

® RÓ MAR 

domingo, 11 de maio de 2014

SOMBRAS DO AMAR


Tela: AF00305 - Auber Fiori 


Sombras do Amar


 Nos céus lua crescente, 
Pelas águas a maré eleva-se
Em versos, em ritmos eruditos,
Cânticos da ocasião, estação!

Lá, no chalé para onde as ondas 
Emanam sua melodia se acende o candeeiro,
Por cortinas e paredes a sombra do romantismo
Sobressai como uma nau em alto mar, 
Como a paixão sendo principado do amar!

Sobre a partitura de seda 
Um solo de viola e violino, embriagados, 
Madrigal...
Oh, chora coração... Oh, chora alma...
Em templos, em tertúlias até amanhecer!

O néctar é dos Deuses, 
Os beijos dos lábios em clássicos sabores 
Inventando em cada abraço um dançar, 
Em cada pecado sem pecar 
Um perdão de sofreguidão, de amor em simbiose!

Auber Fioravante Júnior

 https://www.facebook.com/auber.fioravantejunior

PRECISO ABRIR UMA JANELA




PRECISO ABRIR UMA JANELA


preciso abrir uma janela,
fechada a porta, 
e sem conseguir respirar através dela,
preciso abrir uma janela...
sufoco,...
asfixio...
e a primavera ficou estio,
e no calor ficou o frio,
e a minha pele já quase morta,
grita, em frente, dessa porta...

e com tanta janela à minha volta,
asfixia,
sufoca,
a água que corre, profusa e louca,
por fora da minha porta,
e eu morro à sede de ternura,
sem ter sol nem água pura,
com fome na minha boca,

e com tanta janela à minha volta,

preciso respirar,
preciso alimentar,
preciso conjugar o verbo amar,
qual destas janelas será a minha porta?

bate, toca...
e eu abro, a tua porta...

rosamar

sábado, 10 de maio de 2014

SONHOS MEUS




SONHOS MEUS


Da janela do meu sótão
Vejo o astro rei sol a nascer
Vejo o lindo pôr- do- sol
Vejo a natureza com toda a sua beleza
Vejo as flores de todas as cores
Sinto o seu perfume que baila no ar
As borboletas e os pássaros a voar
Tudo o que vejo me inspira
O céu as nuvens as pedras as flores
A escrita aparece
A pintura me aquece
O desenho acontece
O sol cintilante beija meu rosto
Sonho e voo com o vento 
Que me adoçam a alma
Os meus sonhos acontecem
Em todos os lugares 
E em todos os momentos.

Mila Lopes

PRESENTE DE CÉUS ABERTOS




PRESENTE DE CÉUS ABERTOS 


Azul não é a minha cor predileta, gosto de tons abertos, 
Talvez laranja seja a minha preferida. 
Mas, o dia hoje vestiu-se de azul para dar 
Alegria ao Outono e salpicou uma chuva enigmática 
De constelações, que são vida 
Estrelar, níveos amarelos na passarela da noite. 
O vento leva nas asas o desassossego e, o juncoso verde brilha 
Na milésima luz anil que nasceu para vingar, 
Vê-se a cor do luar. 
Azul não é a minha cor predileta, mas é aromática 
E neste tempo que é breve a vida 
É de quem sonha e a centelha 
Que se vê é o presente de céus abertos. 

© RÓ MAR 


EXPIROU JÁ O PRAZO PARA TE AMAR...




EXPIROU JÁ O PRAZO PARA TE AMAR...


Expirou já o prazo para te amar não mais, e nunca mais.
Já não há volta. Agora, é sempre a subir, e em frente.
Já não dá para refrear o amor, menos ainda para r...ecuar.

Já não dá para o amor por ti dar noutra coisa 

– agora é tarde. 
O amor por ti já só pode aumentar em tamanho e progredir no tempo.
O mais certo é que ele venha a ser como as árvores
que resistem às intempéries, por mais que elas sejam,
e que, assim sendo, daqui a muitas primaveras,
ele se venha a manifestar como duas acácias 
que cresceram juntas e se fizeram gigantes, 
e trocam carícias, com os ramos de uma na folhagem da outra.
O mais certo é que venhamos a meter as mãos nos nossos cabelos
e que digamos, nós mesmos, já velhinhos e em sussurros,
o que o vento diz, em sopros, na vez das acácias não falantes:
“amo-te” e “eu também”.

Sérgio Lizardo