Imagem - Rêv-éveillée
Quem sou ou quem penso ser…
Nada sou
Nada quero ser
Se algum dia há alguém de mim gostou
Foi azar, podem crer
Sou um zé ninguém
Que por aqui se passeia
Escrevo coisas que não convém
Onde meu coração se enleia
Mas não obrigo ninguém
A ler o que não gosta
Para mim a escrita é um bem
E também uma grande aposta
Aposto apenas para mim
E depois pode ser para outros
Eu gosto do que faço assim
Mesmo que digam que é de loucos
Peço perdão por obrigar
Alguns a me ler
Quando dizem que não querem amar
E que no que eu faço não tem prazer
Mas apenas me lerão
Aqueles que assim o desejem
Se por ventura colhem satisfação
Isso sim, nunca se aleijem
Palavras podem ferir
Mais até que algumas acções
Entram em nós e no nosso sentir
Há que delas fazer certas reflexões
Reflicto em tudo o que faço
Faço mesmo por reflectir
Mesmo que o tempo seja escasso
No meu eu, tudo quero sentir
É por isso que eu escrevo
A torto e a direito
Se a mais eu não me atrevo
É só pela minha falta de jeito
Mas vou continuar a escrever
Da única forma que sei
Em quadras em que o prazer
É tudo aquilo que vos darei
Armindo Loureiro