segunda-feira, 22 de setembro de 2014

MEU PEQUENO TEATRINHO

 

Meu Pequeno Teatrinho


Meu pequeno teatrinho de ópera
Desde pequena na noite amena
Os sons são maiores que todos os sons do mundo
Deixo que penetres a minha alma serena

Traviata, Aida, Falstaff, Barbeiro de Sevilha
Acompanharam-me toda a vida embalando-me
Num acorde, que me fez acordar para a arte... e brilha!
O teu brilho resplandece meu pequeno teatrinho... rendo-me

Ouço... Apaixono-me...
Pelo som que sai da garganta perfumada do violino
Ele está triste... o som agonizado é um prenuncio
Ouve-se um sussurro irresistível na plateia

Sotto Voce!
Voz feminina ecoa através das tuas paredes meu pequenino
Sinto-me arrebatar... a voz, essa... encontra-se com o som do violino
E juntos riem... e o meu coração salta agitado em ti meu menino
Música sublime!!!Momento perturbante... só tu meu pequeno teatrinho!

Áurea Justo

A FOLHA CAÍDA


A FOLHA CAÍDA


Eu sou aquela folha que tombou,
Ressequida e votada ao abandono,
Arrastada p’ los ventos do Outono,
Para longe da vida que habitou…

No chão ao frio e à chuva dorme o sono,
De quem já foi feliz, já vegetou!
Durante a curta vida em que abanou,
No ramo, entre o mês três e o mês nono…

Cada ser vivo é escravo da rotina,
Que a própria natureza lhe confina,
Tendo uma variante duração!

Mas no fundo, que importa se a vida,
É para alguns mais curta ou mais comprida?
Importante é vivê-la com emoção!...

José Manuel Cabrita Neves

domingo, 21 de setembro de 2014

PAZ E FELICIDADE


Imagem -  Bellissime Immagini


PAZ E FELICIDADE 


Paz e felicidade são cesta de alfazema 
Recheada a amor, fragrância natureza! 
O abraço mestre ao universo, gente d’alma, 
Uma caricia de sorriso, beleza! 

São atitude, espiga que fortalece 
O mundo, que tão circunscreve ‘esse’ 
Que todos querem e muitos sonham, 
Arco-íris, a todas as estações amam! 

No rosto, estampado de sete cores, 
O espectro solar, níveo coração, 
Habitat de mil emoções, amores! 

No regaço, mãos serenas d’uma criança 
Que traz pelo olhar verdes, esperança, 
Ventos que solfejam vidas, união! 

® RÓ MAR 

ECLIPSE


ECLIPSE


Olhe pelo espaço da janela até o chão...
Veja as folhas voando em letras sem um cantar...
Olhe, meu amor, as estrelas piscando em seu cadente bailar,
veja a lua enamorada de um sol sem coração,
que a beija no eclipse por um minuto, apenas...
Não quero esse destino, preparei as minhas cenas!
Cansei de esperar sonhando, agora quero um poema,
com teu encanto presente, sob uma chuva fininha!
Quero um sol, mais que ardente em primavera cheirosa,
com seus perfumes mais raros, basta uma só gotinha,
para perfumar a vida exalando um mar de rosas!

Meu lenço secará logo, não enxugará mais pranto,
nosso castelo de amor será perfeito recanto,
livre de velhas angústias, cangalhas, peito ferido!
Quero o ártico e o oásis, que me jurou existir,
em manhãs de alegria quero aconchegar contigo,
como nas mil e uma noites a me enamorar de ti!!

Elair Cabral

UM CANTEIRO PRESENTE, FLOR QUERIDA!




UM CANTEIRO PRESENTE, 

FLOR QUERIDA!


O reflexo do universo não é nítido,
Ciclone de constelações, passado!
Que pelos olhares se aflore a vida,
Um canteiro presente, flor querida!

Tão nítida ao olhar quanto a margarida,
Que tenha vértices azuis ao além!
Que nós bem sabemos, que são também
Passado e até futuro, que são vida!

Multidões, tanto de um tempo passado,
Ao presente capitulo encerrado!
Que nós bem queremos, que haja vida,
Tão nítida a ser quanto a margarida!

® RÓ MAR

VOAR SEM ASAS

 

Voar sem Asas


 Do segredo
A lua apareceu, 
Brilhou,
Bailou,
Brincou de lua,
E se fez nova
Ao entrelace,
Ao mistério de voar
Sem asas,
Somente a palavra!

A luz dourada
Chamada de nostalgia 
Faz-se presente 
Como pingente 
No peito,
Entre os seios,
Indulgentes, 
Xale de esperança, 
Alquimia à quimera!

Nua nudez 
Do verbo 
Conjugando-se, 
Pelo tempo, 
Pelo espaço, 
Pelo relâmpago 
Propagando-se,
Trazendo o arco-íris!

Enfim, 
O beijo, 
Em desnudes 
Desnudados, 
Como lamentos de amor
Lamentando-se
Em uma única
Cor!

 Auber Fioravante Júnior

Porto Alegre - RS

CÉU ABERTO


CÉU ABERTO


Rasga-se a terra
abre-se o céu 
memórias infinitas
que ali se mostram.

Ouvem-se brados 
canções 
músicas
gemidos abafados em sons 
que se misturam ao tempo.
Muros antigos desfeitos em pó
mármores cinza indiferentes ao tempo
perfumes que o ar levou.
Vida entranhada na terra
quando o céu se mostrou.

Fernando Figueirinhas

sábado, 20 de setembro de 2014

QUANDO SE AMA AMA-SE, NÃO SE AMA SÓ!


Imagem - Bellissime Immagini


QUANDO SE AMA AMA-SE, 

NÃO SE AMA SÓ! 


Quando se ama ama-se, não se ama só, 
Ama-se sempre algo e também alguém! 
Ainda que só ama-se, não se ama só, 
Ama-se gente e lugares também! 

Não se ama só, ama-se o dia, o tempo, a noite, 
A madrugada e o outro dia que não é só! 
É sol, vento, chuva e mui mais que gente, 
A Terra, o mar, o céu, não se ama só! 

Quando se ama ama-se, não se ama só, 
Ama-se sempre algo e também alguém 
Sobretudo a vida que é mais que além, 
Lua, desejo de ser, não se ama só! 

Não se ama só, ama-se o homem, a mulher, 
A criança e outras gentes que não vêm só! 
Trazem amizade, amor e mais pró, 
Humanidade que é berço ao amanhecer! 

Quando se ama ama-se, não se ama só, 
Ama-se sempre algo e também alguém! 
O sonho, a esperança, não se ama só, 
Ama-se a ideia e doutrinas também! 

Não se ama só, ama-se cousas, universos 
Onde o centro é ego e outros demais são versos! 
Onde há paz, harmonia, prazer, mundos 
Que têm o poder de serem amados! 

Quando se ama ama-se, não se ama só, 
Ama-se sempre algo e também alguém! 
Sobretudo a vida que é mais que alguém 
É prazer, mistério, não se ama só! 

® RÓ MAR 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

QUE ME IMPORTA A CHUVA... SE SINTO O SOL!


Que me importa a Chuva… 

Se sinto o Sol! 


A chuva não me consegue arrefecer 
Porque teu Sol entranha-se em mim 
Tu não sabes qual seria o meu prazer 
Se o teu Sol fosse meu dessa forma assim. 

Gostaria mais de o demonstrar 
Do que pedir que tu mo desses 
Um dia se teu Sol poder amar 
O frio da chuva tu logo esqueces. 

Incendiar-te-ei com meu calor 
Na chama que chama por ti 
Dando de mim todo o amor 
Que arde cá dentro como senti. 

Não esperes colher meu Sol 
Se nada fazes para acabar com o frio 
Levanta-me este corpo que anda mole 
E te alagarei com as águas do meu rio. 

Meu rio em ti quer desaguar 
Quer fazer de ti seu porto 
No calor do meu amar 
Está um Sol que me deixa absorto. 

Armindo Loureiro 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

CHUVA INQUIETA, MEUS VERSOS


CHUVA INQUIETA, MEUS VERSOS 


A chuva inquieta que por esta terra cai
E antecede o outono em tons de sol e dó
Clama por mim na fina liquidez do pó
Lavando a mágoa da incerteza que se esvai.

O seu caudal intermitente me atrai
Deixando-me cismar amargurado e só
Num ´stranho remoinho d´ inquietante mó
Entre esta espada e a parede que contrai.

Vou e venho na indecisão que m´ entristece
Não sabendo s´ escreverei mais estes versos
Salvaguardando a sua forma e conteúdo…

Eles vêm até mim qual chuva que acontece
Batendo à minha porta em toques tão diversos
Que abrem a minha alma em aturado estudo.

- Chuva tremenda, deste irreverente verão, 
Não aprofundes mais esta inquietação! 

Frassino Machado

In MUSA VIAJANTE

DIA DE CHUVA


"DIA DE CHUVA"


A chuva continua a cair!
Alaga os campos, ensopa a terra
fustiga os caminheiros e beija as flores.
As nascentes da serra jorram por todos os cantos.
Correm desa...lmadas montanhas abaixo
e vão cantando melodias para a floresta.
Choram e riem, quando abraçam os galhos.
fazem engrossar os caudais que estavam secos e tristes.
As sementes germinam, e agradecem a benção.
Faz bolinhas de sabão, e lava as pedras.
Faz rodar a mó do moinho, que rodopia a moer o grão.
Tantas imagens imaculadas, e telas que pinta no chão.
Comunhão de segredos enlaçados, no rosário de pérolas a correr...
Partilho o timbre da sua voz!
Deixo-me embalar num desmaio de sussurros.
beijo as gotas que me escorrem dos olhos,
redondilho os passos para que ela me beije os cabelos.
A luz é ténue, e sombreada de folhas que vão bailando ao cair.
Respiro fundo!
E deixo-me levitar...
No chão molhado, vou cair, e com a chuva vou sonhar.

 Margarida Fidalgo

POESIA


POESIA


No silêncio dos meus suspiros,
a imaginar me peguei,
como é linda essa vida de poetisa,
e loucamente me apaixonei.

Qual será o grande segredo,
que envolve essa magia,
somos felizes no verso
e no real sem companhia?

Cheguei a conclusão perfeita,
que buscava com ardor,
a arte é ciumenta,
não divide seu amor...

Então abracei o vazio,
dei um beijo na loucura,
e meu coração sentiu,
uma delicada ternura...

Então é assim o esboço,
de mergulhar na inspiração?
O preço é alto seu moço,
o preço é a solidão...

Uma solidão povoada,
de aventuras e canções,
por muito carinho regada,
Castelo das emoções!

Minha alma sorriu,
ninguém viu,
ninguém sentiu...
A poesia aplaudiu...

Elair Cabral
 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

SE A VIDA QUISESSE SER OUTONO EM ROSA!


Imagem - Tutt'ART@ di Maria Laterza


SE A VIDA QUISESSE SER 

OUTONO EM ROSA!


Se a vida quisesse ser Outono
Em rosa queria ser pétala avoada
Ao teu coração, uma abastada manhã,
Quiçá, Primavera tão ensolarada!

Pintar tuas artérias a tom pastel
E navegar em tuas ondas a mar
Sereno, conquistar a terra à lua,
Quiçá, Verão, cálice que quero amar!

Estrelar as tuas faces de amanhã
E ser vida plena em teu bem-estar,
Sentir navegar o nosso batel
Pelo mastro de flor a desabrochar!

Se a vida quisesse ser Outono
Em rosa queria ser pétala avoada
No teu coração, respirar paixão
Pelo ar que circula teu coração!

® RÓ MAR

INCERTEZAS


INCERTEZAS 


Perdida entre labirintos vazios,
procuro uma saída...
Meus pensamentos vagueiam 
por caminhos obscuros...
Apenas os ecos das minhas palavras
soam como respostas...
As mordaças encobrem meus lábios,
minha voz confinada é aflita.
Entre o real e surreal desperto entre
nuvens de algodão embaladas, orvalhadas
de água e sal.
Meus olhos encondem-se entre montanhas
avolumadas.
Volta, habita o meu sono, empresta-me seus
sonhos...
As rosas perdem o viço com o fel das saudades..
A minha realidade torna-se um fardo insano .
Procuro-me, não me encontro, não me basta 
apenas o amor platônico.
Necessito do ardor, das chamas que não causam
dor...
Vem, desvendas teu olhar, perceba uma borboleta
á te rondar com as asas lesadas, ansiosa para pousar
nas suas páginas intactas, permear na sua história, ser
o teu amor...
Quero-te sem demora, o nosso tempo é agora...
O depois é tão distante para um amor que eu não inventei...
E que sempre imaginei...

Rosely Andreassa 

SILÊNCIOS


"SILÊNCIOS"


Gosto dos silêncios que falam comigo!
Dos sons que eles me murmuram
dos segredos que me contam baixinho.
Falam a minha linguagem,
Não inventam, não criticam
nem derrubam os meus sonhos.
Gostam de ler a minha poesia
as minhas loucuras e alegrias.
A isto eu chamo:
Amigos de verdade.

Margarida Fidalgo

O QUE SÃO PALAVRAS...


O que são palavras…


Tenho ânsia de palavras
Para sair da escuridão
As palavras nos são dadas
Para alegrar o coração
Há palavras de tão belas
Que eu gosto muito de ler
Na memória quero tê-las
Para me darem esse prazer
Palavras, belas palavras
Aquelas que tudo dizem
Nem todos sabem dá-las
E até com elas se afligem
Por isso dá-me a tua palavra
De que me vais respeitar
Nessa palavra de tão dada
Que eu e tu queremos amar
Amo assim o que me dizes
Nessas tuas lindas palavras
Passo assim dias felizes
A ouvi-las, de tão amadas.

Armindo Loureiro 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

SILÊNCIO DO SER

 

SILÊNCIO DO SER


Um sopro horripilante
zunindo como almas em conflito.
Vozes do além,
fluindo de crateras
do tempo mal resolvido.
Espectros sonoros gritavam 
em crescente súplica até
o despencar das forças aterrorizantes,
que em declínio de sons, deram lugar 
ao vácuo de sentimentos, 
ao nada de vida 
ao silêncio do “ser”... 
Ouviu-se, apenas o 
som de passos se afastando 
sobre as folhas secas, 
desidratadas pelo sol do outono... 

Elair Cabral

domingo, 14 de setembro de 2014

ENROSCA-TE EM MIM E OUSA ESTE TÃO AMAR!


Imagem - Michael and Inessa Garmash - Sensuality in Art


ENROSCA-TE EM MIM 

E OUSA ESTE TÃO AMAR!


    Enrosca-te em mim e ousa despertar
    Os sonhos que me adormecem! Pela vida
    Que há em ti alastra fiapos do teu olhar,
    Saracoteia-me e sussurra querida.

    Ao grito da noite sorve gemidos
    À pele impetuosa e ousa adormecer
    Nossos corpos, que respiram alados,
    Pela madrugada que quer amanhecer.

    Enrosca-te em mim e ousa este tão amar!
    Temos um travesseiro enfeitiçado
    Pelas fragrâncias rosa e vamos sonhar
    Que a noite é só nossa e somos tão amados.

    ® RÓ MAR

FAÇO-ME


FAÇO-ME


Faço-me
de estátuas,
de caminhos,
de pedras

mastigo-as
de forma
a
não perder
a força que perco
na voracidade
dos dias

cerco-me delas
para erguer muros
de resistencia
na avalanche
dos
rios de lama
e lava
que deixas
à passagem
tortuosa

escondo,
no
outono da
vida
o amor feito
inverno

nas estátuas,
nos caminhos,
nas pedras...

de
que me
faço...

rosamar

O AMOR EM SILÊNCIO


O Amor em Silêncio


 Do velho e bom aforismo
Brotou um certo poema,
Não se sabe de suas 

Causas ou consequências, 
Sabe-se, porém,
Da sua gama lírica, 
Multiplicando atos 
Ora despidos em devaneios 
Quase obtusos, 
Ora desnudos em lamentos 
Quase oratórios,
Onde na verdade valsa-se, 
Valsa-se em luzes, etéreas!

Nos céus 
Em quarto minguante, 
Quase um pingente solitário, 
Flutua o mais belo dos satélites 
Inspirando,
Testemunhando 
A ilusão, 
O sonho, pois 
Não só das letras 
És o salva guarda!

Em cada olhar uma natividade
Como ondas beijando a praia, 
Como lágrimas beijando a face, 
Instigada ao verbo 
Não conjugado, mas sentido
Em versos insinuantes, 
Em avessos insanos, 
Em palavras somente decifradas
Pelo amor em silêncio!

Auber Fioravante Júnior

Porto Alegre - RS

sábado, 13 de setembro de 2014

HÁ SILÊNCIOS QUE SÃO QUÃO INFINITOS!


Imagem - Bellissime Immagini 


HÁ SILÊNCIOS 

QUE SÃO QUÃO INFINITOS! 


Há silêncios que são quão infinitos! 
Trenando aos oceanos 
Navegam barcas de quão destinos 
Que cruzam as vidas 
Pelas ondas de olhares infinitos! 

Respira o patamar 
Que perpetua as profundezas do mar 
Sal de águas navegadas! 

® RÓ MAR 

TEU SORRISO É FONTE DE VIDA


TEU SORRISO 

É FONTE DE VIDA


Nesse teu belo sorriso
Nota-se o teu gostar
O respiro, e dele preciso
Para assim te poder amar
Oferece-mo pois então
Cada vez que eu te veja
Tu és fonte da paixão
Deste coração que o almeja
Teu sorriso é fonte de vida
Que o tenhas no dia-a-dia
Gosto de ti por seres sentida
Num olhar repleto de alegria
Não te quero ver chorar
Quando olhas para mim
Teu sorriso quero amar
Faz isso que eu estou afim
Afim do teu belo sorrir
Afim do teu amor
Jamais te irei mentir
Se o fizesse era só dor.

Armindo Loureiro

ESTRELA DA MANHÃ


ESTRELA DA MANHÃ


O brilho invade o vazio, prelúdio do amanhecer,
a iluminar a arena dessa deusa da beleza!
Vênus, estrela d’álva, dança ao florescer,
a brotar em badalar raro, retratando a natureza...

No céu noturno apoteótica, majestade além da lua,
com vestido de luz brilha, antes do sol lhe tolher!
Tão forte que produz sombras vistas da terra nua,
intensa e gloriosa impera, nos delírios de cada “ser”!

Brilha depois do acaso, no marcante adeus do dia,
telúrico dos oceanos perdidos, luz divina dos amados,
Magnitude, mistério da luz de Ashen, afasia,
paisagens, ruas desertas, espelhos empoeirados!

Na ausência da chuva dos sonhos, ventos giram loucamente,
nesta secura de afagos, em altas temperaturas,
em seu momento de inércia de um amor improcedente,
só a brilhar, a brilhar com seus ventos de loucura.

Elair Cabral

EU, TU E O MAR…




EU, TU E O MAR… 


Quando não estás perto de mim fujo 
Para outro planeta, onde só há uma rosa 
Vermelha a ancorar meu porto marujo 
E ali fico, até o tempo voltar, em prosa. 

Encontro-me no aconchego de pétalas 
Que perfumam noites a laivos de um mar
Que é nosso e perco-me por ali a adora-las,
Remo até ao infinito de um recordar.

Quando não estás perto de mim amo
O universo que é tão nosso e respiro poesia
Pelos ventos de outro planeta, meu bálsamo.

Centelha pelo luar, leito de um amor
Que adormece ao meu lado até ser dia.
Eu, tu e o mar letra que desperta em flor. 

® RÓ MAR 

MULHER AMOR


MULHER AMOR


O poder de sua fragilidade encanta,
e levanta o véu das densas brumas...
Plumas suaves como uma imensa manta,
decanta os céus, como flores perfuma...

Da natureza é irmã poderosa,
gloriosa em suas ações protetoras!
Gestora de todas as rosas,
amorosa, meiga, avassaladora!

Deus derramou em suas mãos, 
missão incrível, misteriosa, singular...
Espetacular poder da procriação!
Inserção de doação magistral

Ás vezes, palha miúda...
Ajuda, protege a porcelana,
emanas palavras desnudas,
Neruda em versos proclama!

Mulher, poder de mil sóis,
arrebóis e melodias,
sinfonia dos Rouxinóis,
farol que amor irradia!

Elair Cabral

SOMOS A LUA NA NOITE DOS BEM-AMADOS

     


    SOMOS A LUA 

    NA NOITE DOS BEM-AMADOS 


    Sou-te o rio que percorre as veias, 
    És-me o doce regato que satisfaz. 

    Somos plenos de exuberantes ideias 
    Que se abrem pelas águas-furtadas 
    Das ávidas bocas e saciam as caminhadas 
    Que se elevam no horizonte ao coração. 

    Pelas correntes térmicas da nossa imaginação 
    Os corpos ondeiam-se de entusiasmos 
    Novos que vislumbram no audaz 
    E suculento néctar que nos excita. 

    Somos leves trapézios no azul que habita 
    O céu e estrelamos as águas, brilho 
    Contagiante dos olhares venturados. 

    Somos a lua na noite dos bem-amados, 
    Mutantes transparecem os corpos suados 
    Lubrificando o dia, vê-se o amanhecer, brilho 
    Que reflecte a luz dos nossos orgasmos. 

    ® RÓ MAR 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

NÃO É POETA QUEM QUER


NÃO É POETA QUEM QUER


Eu só queria
poder escrever um Poema,
que aliviasse esta minha inquietação,
eu só queria libertar numa Palavra,
toda esta dor que me inunda o coração,
este vazio, que preenche a minha alma,
este torpor que me mata a emoção,
mas que fazer se me morrem as palavras
ainda antes de sentir inspiração?

Não é Poeta quem quer,
só é Poeta quem consegue dizer, Não...
só é Poeta quem pode escrever o Amor,
só é Poeta quem mastiga a própria dor,
só é poeta quem tem asas no pensamento, 
que faz do voo, o seu próprio alimento 
e nas palavras sabe usar o sentimento, 
e liberta desta forma o coração.

Mas se o meu peito, 
é menor que o meu tormento, 
e o sentimento uma mera ilusão,

morre a palavra, 
morre o Poeta, 
morre a canção.

Digo-te adeus, 
minha Poesia, meu amor,
talvez um dia tu me peças, por favor,
para voltar a libertar esta paixão...

rosamar 

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

MEU POEMA IMAGINÁRIO


Meu Poema Imaginário


Era uma Deusa de nome luz
Olhos lindos brilho de luar
Encontrei-a só, e flutuava no mar,
Como era lindo o seu brilhar,
Mas tinha encanto, aquele que nos seduz.

Por algum momento
Me ocorreu um pensamento
Será a Deusa do amor?
Mas não senti sofrimento!
E não há amor sem alguma dor,
Nem sequer um pequeno lamento,

Fiquei a pensar, e ao contemplar
Fez-se luz no meu coração,
E não quis ninguém julgar,
Apenas quis fazer minha oração
Porque estaria aquela Deusa no mar
Sobre as ondas e o brilho do luar.

Joana Rodrigues  

ENQUANTO SABE A SAL O (A)MAR




ENQUANTO SABE A SAL 

O (A)MAR


Mergulhar pelo teu olhar
É (a)mar ao fundo do mar…
Sabes-me a sereia… Te navego pel’alma
Ao sal que se beija ao corpo, na calma
Azul repassa o vento do nosso olhar.

Mergulhamos pela onda que abre o universo…
Delírios prazíveis por inventar
Saciam os nossos corpos suados no imerso
E marulhado cálice que solta os gritos do (a)mar.

Vozes silentes… almas quão gritantes
Deslizam vulcanizadas pelas nossas ‘barbatanas’,
Ao ritmo alvoraçado de viscosas algas
Copulam-se nas ‘guelras’ excitantes.

As baladas que ecoam pelo fundo do mar-
O nosso desvairado amor carnal
Que esguicha labaredas d’ azul colossal
Enquanto sabe a sal o (a)mar.

® RÓ MAR

EU FUI O SONHO


EU FUI O SONHO


Eu fui a ave desbravando o espaço,
Eu fui o grito ecoando ao vento,
Eu fui o mar sereno e o violento,
Eu fui o beijo, o afago e o abraço!

Eu fui a eternidade e o momento,
Eu fui a caminhada passo a passo,
Eu fui a resistência e o cansaço,
Eu fui o desalento e o alento…

Eu fui a meta e ponto de partida,
Eu fui a paz e a raiva enfurecida,
Eu fui o horizonte da verdade!

Eu fui o amanhã da ilusão,
Eu fui o sonho desta geração,
Eu fui Democracia e Liberdade!...

José Manuel Cabrita Neves

RETROSPETIVA


“RETROSPETIVA”


Quando eu era petiz
Tudo criava de raiz;
Cresci, e com os anos,
Os meus desenganos

Atearam-se também;
Por mim mudei bem!
Mudei de intensões,
E foi esta a mudança:

Não sendo já criança,
Não perdi esperança:
Criei de novo ilusões.

Plantei-as em ti e deu:
Renasceram corações!
O resto se esvaneceu.

Alfredo Costa Pereira

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

MEMÓRIAS


"MEMÓRIAS"


Trago nos olhos um cacho de uvas.
Tão negras, tão negras como azeviche 
cortadas à pouco na minha latada
que pende do muro para a estrada.

Trago nas mãos pêras madurinhas.
de uma pereira que está no quintal
foi o sol de Agosto que as pôs rosadas
e são sumarentas como madrugadas.

Trago no sorriso rosas em botão.
de pétalas vermelhas e aveludadas
que brilham nos lábios ao romper a aurora
e muito mais coisas que não digo agora.

Margarida Fidalgo

O TERRAÇO DO OUTONO É AZUL (A) MAR!


Imagem - Autumn Effect at Argenteuil - Claude Oscar Monet 


O TERRAÇO DO OUTONO 

É AZUL (A) MAR!


O terraço do Outono tem portões
Alados, mundo que espreita beleza;
Nuvens singelas que pelo céu beijam 
Acrescem ao mar uma outra natureza, 
Passeiam-se pelos espelhos a pasmar!

A vida, uma longevidade inigualável;
Árvores sobreiam passerelles de oceanos
E pelas pregas salgadas de tantas ondas 
Pisam o céu, (o mar) o azul inatingível,
Irrigam-se as almas de todo o universo!

Tais enseadas, vistas largas de humanos
Que dignificam a vida, flutuando 
Real e concreto atingem o espaço não pensado;
A Imaginação aos meandros da estação 
Germina ventilações que arejam corações!

O terraço do Outono tem uno vento,
Galáxias onde abundam tantas vidas;
Fisiologias mescladas de tons terra e pigmentadas 
A azul celeste desenhando orbitas sem conto,
Tais as causas da poesia que verso!

O terraço do Outono é azul a (mar)!

® RÓ MAR

ELA JÁ SE CHAMOU SILÊNCIO...


ELA JÁ SE CHAMOU SILÊNCIO...


Ela já se chamou ‘silêncio 
a brotar dos lábios debruados com um sorriso’.
Agora não. Agora tem nome. Pese embora cale tudo,
pese embora quando ela sorri ele não ouça mais nada
– e também não veja mais nada.
Na verdade, quando ela sorri, ele nem sabe
se quer ouvir ou ver o que seja. Para esses momentos,
não está previsto que ele tenha dois pensamentos,
só que ele se encante ao ponto de esquecer o acessório.
Quando ele a conheceu, o principal foi o sorriso. E ainda é.
Ela já se chamou ‘silêncio 
a brotar dos lábios debruados com um sorriso’,
mas é agora qualquer sorriso digno desse adjectivo
que traz em brado o nome dela. [Se é amor?]

Sérgio Lizardo

TEU CORPO ALI ASSIM...


Teu corpo ali assim…


Deitada sobre o canapé
Com teu corpo desnudado
Já não sei bem como é
Por teu corpo não me ser dado
Mas que gosto, lá isso gosto
De te ver assim deitada
E a teu lado até aposto
Que até eu nem veria nada
Não via nem o queria
Pois bastava o te sentir
Em teu corpo, ai que alegria
Na magia do meu porvir
Gosto tanto de te ver
Deitada nessa posição
Em meu olhar te quero ter
E te dar toda a paixão.

Armindo Loureiro 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

SILÊNCIO


SILÊNCIO


Mergulho no silêncio...
A quietude, das horas vagas, envolve-me...
O silêncio que fala, impregna minha’ alma! 

Não me reconheço na imensidão dos ruídos abstratos.
Meu espírito titubeante vagueia,
nesse jogo de luz e sombra, de sonoridade e silêncio,
de ausência e presença.
Navegando no barco do destino,
Contemplo meu universo,
e, no espelho das águas da vida
Inesperadamente,
defronto-me com fragmentos do meu “eu”...
reflexos de um “eu” dilacerado envolto num
emaranhado de cacos de esperança, sonhos, projetos, vida...
Aos poucos começo a me entender, a me perdoar a me amar!
Não consigo calar o silêncio...
Vejo-me, então sugada por redemoinhos,
dos encontros e desencontros. 
bailando freneticamente,
vislumbro a magia de nascer, 
ou morrer, atos inerentes como estar só. 
Por que teria eu, 
medo das chuvas tempestivas,
se me encontro em profundas e límpidas águas?
Num extasiante mar de emoções vigiado por Poseidon, 
cenário de sonhos, povoado por onomatopeias do silêncio! 
Interrompe-se o giro, cessam-se os sons...
Aí, o silêncio mergulha no silêncio...
Na solidão, emirjo e bebo na fonte da inspiração,
Quando as asas do vento 
Impulsionam-me rumo ao vazio.
São prófugos momentos,
arrebatado pelo amor à poesia.
E assim, na escuridão, cúmplice da noite, 
o silêncio abre seus panos 
e volta a gritar...

domingo, 7 de setembro de 2014

COMO TE SINTO...


Como te sinto…


Já não é o Chiado d’outrora
Aquele que eu bem conheci
Mas no reboliço alguém chora
Neste Setembro como eu a vi

Deito-lhe ao ombro a minha mão
Transmito-lhe assim alguma paz
É um diamante repleto de paixão
Que num corpo felino ali jaz

Extravasa uma doçura diferente
Daquela a que elas me habituaram
E na sua candura tem sempre presente
Aquele rio que os marinheiros amaram

São gestos estudados ao pormenor
Sobre o manto da esperança contida
Em palavras e gestos dá o seu amor
Àquele que para sempre é a sua vida

Amanhece assim o seu ser
Numa tarde encoberta pelo Sol
Olho-a e sinto um grande prazer
E sua roupa ao se abrir fica em fole.

Armindo Loureiro 

É FOLHA DIFERENTE AO MUNDO MEDRA


Imagem - Tutt'ART@ di Maria Laterza 


É FOLHA DIFERENTE 

AO MUNDO MEDRA


Despem-se as árvores porque é Outono,
Veem-se multidões de folhas tão iguais
Ao vento e por terra vestindo a pedra...
Das ruas desertas dos campos iguais.

É Outono em toda a terra e no céu
Há azul a repolhar uma diferente,
Tão igual a tantas outras, diferente
No seu brilhar, pois é astro d’um ilhéu.

O coração d’uma árvore que é gente
Aqui e em qualquer lugar é a viva cor
D’um mundo diferente que há amor
Até ao seu cair desfolha sentimento.

Despem-se as árvores porque é Outono,
Veem-se multidões de folhas tão iguais,
Mas, há sempre a que luz pela terra mais,
É folha divina que aviva o momento.

A vida feliz porque é sentimento,
Tem asas de condor à superfície
E veem-se, pois é singela artificie,
É folha diferente ao mundo medra.

® RÓ MAR

LUA FORMOSA


LUA FORMOSA


A lua veio formosa
Minha saudade aplacar
Vestiu-me toda de prata
Para teus olhos buscar

Levou-me maliciosa
Por caminhos da ilusão
Brilhante e toda prosa
Feliz com minha paixão

Dancei na chuva da lágrima
Bebi água da loucura
Sangrei feridas de mágoas
Só eles serão a cura

Olhos de gato manhoso
Quero logo te encontrar
Na maciez do teu rosto
No verde daquele mar

No verso vejo brilhando
A paixão que prende e anima
A lua segue velando
Esse amor que nasceu na rima

Estou aqui te esperando
Fascínio, alucinação...
Saibas que sigo te amando
Vem buscar seu coração.

Elair Cabral

......... EM SILÊNCIO.......


.............em silêncio.........n.43.........


há silêncios ensanguentados
que não deixam chorar em voz alta............
para os ouvir
os encontrar...

em silêncio
e dizer-lhes
que estão a matar..............
que os procuraram
p'ra descansar
e não
p'ra ensanguentar
rasgando a paz
com "gritos"
de remorsos...................
e cansam
cansam esses "ruídos"
que lentamente
destroem o suor dos olhos
em noites de más recordações
em silêncios procurados
sem se ter 
.......................silêncio !

Carlos Lacerda

ALMA LIBERTA....


Alma liberta...


Alma liberta,
Leveza profunda...
Legado dos céus…
Peito nu,
Sentido saciado…
Quem és?
Pele diáfana…
Minha veste?!
Vergel puro!
Brotando ao vento…
Acervos d´oiro…
Meu anseio?!
Ardendo em fogo…
Dor siderada…
Meu espírito!...
Rútilo invocando,
Cório em flor!...
Minh ´alma…
Absorta d´amor!...

Helena Martins 

SUAVE BRISA


SUAVE BRISA


Uma suave brisa
está chegando
nesta madrugada!
com ela trás
a poesia
é hora de estar
deitada, o sono
não aparece,
acontece, mas
eu não queria,
não vou dormir
sem escrever
as palavras ditas
poesia,
mesmo até
ao amanhecer
tornou-se a minha
anestesia,
hoje vou contrariar
mas essa vontade
não vou fazer
quer deixar~me
o coração a chorar
mas hoje não vai
acontecer
não! Porque não!
Eu não quero,
não quero mais sofrer
pois eu até desespero
com o que possa
aparecer,
mas hoje não!
nada de sofrimento
quero ver o amanhecer
com a suave brisa
do vento.

Joana Rodrigues  

sábado, 6 de setembro de 2014

QUERIA-TE DIZER QUE TE QUERO A SORRIR!


Imagem - Fée rose par Alexander Lebedenco


QUERIA-TE DIZER 

QUE TE QUERO A SORRIR!


Queria-te ter em meus braços sempre
Olhar para ti e poder dizer que és meu!
Não escolhemos quem amamos, tu és livre
De olhar quem desejas ainda que não eu!

Queria-te dizer que te quero a sorrir
Olhar para ti e poder dizer que és feliz!
Não escolhemos o que tão há a sentir
Mas podemos sempre fazer alguém feliz!

Queria-te dar um beijo de amizade
Olhar para ti e sentir que valeu a pena
Cruzarmos caminhos e que a saudade
É nossa companheira e tão serena!

Queria-te poder dar o carinho 
Que um dia sonhei que era só para mim!
Olhar para ti e poder-te amar assim
Como um amigo que te quer pelo caminho!

Queria-te dizer que te quero a sorrir
Olhar para ti e poder dizer que és feliz!
Não escolhemos o que tão há a sentir
Mas podemos sempre fazer alguém feliz!

® RÓ MAR

JÓIAS DO AMOR


JÓIAS DO AMOR


Eu mergulho neste mar de raros versos,
e passeio sob a água a garimpar,
na esperança de encontrar neste universo,
uma pérola pra num anel te dar!

O castelo de amor vou enfeitar,
com as pedras que encontrarmos, meu amor,
segurança no meu tenro caminhar
tua presença será pilar protetor.

E por isso eu te peço aquele beijo,
que ficou em brancas ondas do desejo,
a espera de um novo versejar.

Depois disso seguiremos nossos dias,
festejando uma vivência de alegria,
com as joias deste eterno amor brilhar!

Elair Cabral