quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ARCOS


ARCOS


Entro em arcos de vida que o tempo marcou.
Vejo claro no início, sombras a passar, escuro ao fundo. 
Sinto o aroma de momentos inesquecíveis,
falo em pensamento o que não digo.

Há jardins e terraços que me atravessam ao meio,
campos verdes como o azul-mar
e eu no meio, horizonte perdido em paisagens.
Colunas suportam bustos conhecidos,
pessoas íntimas, família e aqueles que passam.
Esculpo Platão, penso em Hegel,
Rachmaninoff acompanha.
Ando pelas arcadas, encontro outros:
divas, musas e artistas em bandas.
Descubro vontades que traçam gestos,
gente desesperada por amor tardo.
Querem alma, 
entregam-se aos sentidos,
fundem-se.

Fernando Figueirinhas