SILÊNCIO
Mergulho no silêncio...
A quietude, das horas vagas, envolve-me...
O silêncio que fala, impregna minha’ alma!
Não me reconheço na imensidão dos ruídos abstratos.
Meu espírito titubeante vagueia,
nesse jogo de luz e sombra, de sonoridade e silêncio,
de ausência e presença.
Navegando no barco do destino,
Contemplo meu universo,
e, no espelho das águas da vida
Inesperadamente,
defronto-me com fragmentos do meu “eu”...
reflexos de um “eu” dilacerado envolto num
emaranhado de cacos de esperança, sonhos, projetos, vida...
Aos poucos começo a me entender, a me perdoar a me amar!
Não consigo calar o silêncio...
Vejo-me, então sugada por redemoinhos,
dos encontros e desencontros.
bailando freneticamente,
vislumbro a magia de nascer,
ou morrer, atos inerentes como estar só.
Por que teria eu,
medo das chuvas tempestivas,
se me encontro em profundas e límpidas águas?
Num extasiante mar de emoções vigiado por Poseidon,
cenário de sonhos, povoado por onomatopeias do silêncio!
Interrompe-se o giro, cessam-se os sons...
Aí, o silêncio mergulha no silêncio...
Na solidão, emirjo e bebo na fonte da inspiração,
Quando as asas do vento
Impulsionam-me rumo ao vazio.
São prófugos momentos,
arrebatado pelo amor à poesia.
E assim, na escuridão, cúmplice da noite,
o silêncio abre seus panos
e volta a gritar...