segunda-feira, 1 de setembro de 2014

ORQUÍDEA FLOR


ORQUÍDEA FLOR


Sentou-se à mesa do bar
esboçava sorrisos distantes da realidade que vivia
disfarçava a crise que trazia igual à da cidade.
Abriu o peito para o mundo que escondia os seus seios
mostrava-se discretamente tímida. Preocupava-se em vendar
a tristeza escrita nas palavras que jogava para debaixo da mesa.
Contava-me histórias da vida que queria ter tido
ouvi-as como quem sonha com um novo dia. 

Desejou o que eu pensei tal como eu em sonho.
Levantou-se arrastando consigo as tintas da bolsa 
confrontou-se com o espelho que ali havia
pintou os olhos de azul e verde e depois voltou para a mesa.
Olhei para o mar nos olhos que trazia
pensei no mundo meu e dela que ali se escondia.

Fernando Figueirinhas