Arte de Ricardo Fernandez Ortega
Nuvens são como sombras
Nuvens são, como sombras nos meus olhos
Quando não encontro, o teu olhar no meu
Quando te ausentas, olhando o mar ao longe
Em que pensarás, quando o seu limite é o céu
Uma inquietação, que não posso adivinhar
Que guardas para ti, e não queres partilhar
És livre, e nada demais te posso e devo exigir
Não posso no entanto, deixar de considerar
Se eu te amo, e tu dizes amar-me também
Se prometemos entre nós, segredos não manter
Quando assim te isolas, estilhaças a cumplicidade
Que entre nós devia ser, um elo permanente
Ficará essa sombra, qual nuvem escura a pairar
As nuvens, por mais suaves que sejam e pareçam
Escondem atrás de si por vezes, chuva e trovoada
Ofuscando a luz do sol, que era brilhante e quente
Catarina Pinto Bastos