domingo, 29 de março de 2015

ÉS E SERÁS SEMPRE AQUELE TODO

 
Imagem - Loui Jover
 
  

ÉS E SERÁS SEMPRE 

AQUELE TODO


És e serás sempre aquele todo;
O que reinventará minha memória;
Contigo quero dar a volta ao mundo;
  Viver uma outra e mui nobre história.

Tacteio pela nova estrada, que é e será
Minha; e que seja nossa a felicidade
Que fascina o tempo e assim crescerá
Uma outra e mui arrojada mocidade.

Contigo sou e serei sempre outro dia;
E acredita que nós somos a parte
Do planeta que vê o dia em marte
Pela janela que amanhece a alegria.

Não tenho norte, não tenho sul; parte
Tua é, sim; e será, sim, lua minguante,
Sempre crescente, ou uma nova e mui cheia
Daquela noite em que o dia nos enleia.

És e serás, não utopia de uma qualquer
Gente; uma outra vida, senhor, meu ser;
O que nenhuma outra ousará possuir,
Não, nem pensar; sou uma outra e teu elixir.

® RÓ MAR

A POESIA NO MUNDO

 
 
 

A POESIA NO MUNDO


 Quão nobre és tu poesia, és de todos, és do Mundo,
Cantas as alegrias e as tristezas de pobres e ricos,
Não tens cores, nem raças, tens do mais profundo,
Que é a verdade, o amor, a amizade e teus avisos.

Os poetas deitam-se e levantam-se sempre contigo,
Passam noites de vigília a escrever o que inspiras,
Pra dar alegria a quem te lê e assim afastar as iras,
Que os atinge no dia a dia, seu verdadeiro castigo.

Não foras tu, brilhante poesia, as palavras andariam
Dispersas e nunca seriam reunidas em teus versos,
Cantando o belo e o mais singelo das nossas vidas,
Seriam cúmplices da crise, de esperanças perdidas.

Foste enaltecida pelos maiores poetas do Universo,
Camões, Pessoa e Bocage e outros de muito valor,
Os poetas menores também têm por ti muito amor,
Não querem ficar esquecidos nas areias do deserto.

Eu nunca desistirei de ti, nem que seja intimidado,
Pelos detratores que querem que me separe de ti.
Cada vez me sinto mais motivado a não te deixar,
Serás o meu desejo, de por minha pena te cantar.

Ruy Serrano
 

ALENTEJANO

 
 
 

ALENTEJANO


 Nasci no Alto Alentejo,
Fiquei sendo alentejano!
Fui gaiato, fui magano…
Mas nunca fui malfazejo!

Fui feliz, não tendo nada…
Sem ambições de maior,
A bem dizer e a rigor,
Era a pobreza calada…

Só o que se vê, se quer!
E, nada mais conhecendo,
Sozinho ia-me entretendo,
Inventando que fazer…

Era tudo proibido!
Até o próprio sonhar…
Melhor era ignorar,
Fingir que não tinha ouvido…

Dizia-me a consciência,
Que havia algo de errado…
Tanto pobre esfarrapado,
E ao lado tanta opulência!...

Foi então que despertou,
Dentro de mim a revolta,
Tal qual um cavalo à solta!
E que nunca mais parou…

Era em verso o que sentia,
No silêncio de mim mesmo…
Eram verdades a esmo,
Guardadas no que escrevia!...

José Manuel Cabrita Neves
 

ASSIM EU TE HEI-DE ENCONTRAR!

 
 
 

Assim eu te hei-de
Encontrar!

 
Aqui descanso e penso
como te encontrar
Virarei todas as esperanças
e entrarei em locais
obscuros
O tempo é o meu companheiro
nesta viagem
O campo e o mar
o meu destino
para te encontrar
Um malmequer do
campo e
uma estrela no céu
para me alegrar
E quando a minha boca
rir às gargalhadas
cobertas de sol
e as minhas mãos
sentirem esse movimento
então estamos perto
e beberemos juntos
a mesma água da fonte
Trocaremos beijos e
segredos
Até que a noite caia
e se vá banhar
nas loucuras
desse mar salgado
tendo como tecto
as estrelas e a lua
num mistério
infinito e profundo

Assim eu te hei-de
Encontrar!

Manuela Clérigo
 

MEU MAR CRUEL...

 
Foto: Imagens do Mar
 
 

Meu mar cruel…

 
Ó mar que és cruel
Quando vogo sobre ti
A bordo do meu batel
 Tuas ondas bem senti
 
Ondas tão onduladas
Que me revolvem o interior
São também por mim amadas
Se me trazem o meu amor
 
Brames de forma diferente
Das ondas do coração
Mas em ti sempre contente
Tu és mar, tu és paixão
 
Olho-te lá longe no horizonte
Vejo teu belo ondular
E o Sol encobre-se ali defronte
Para a Lua te poder amar
 
E a Lua se vai nua
O que é que posso dizer
É que a Lua nunca amua
Quando o Sol te pode ver
 
Perco-me nas tuas razões
Perco-me no teu sentir
Essas ondas aos repelões
Fazem parte do meu porvir
 
Espraias-te no areal
És um pouco ó cruel
Teu cantar não é igual
Quando vogo no meu batel
 
Armindo Loureiro
 

QUE SAUDADE DAQUELE AZUL (A)MAR!

 
Imagem - Bellissime Immagini


QUE SAUDADE 

DAQUELE AZUL (A)MAR!

 
 Que saudade daquele azul (a)mar
Que coloria manhãs reavivando a alma;
Que pelo dia flamejava a bela chama!

Que saudade do seu leve marinhar
Que declamava pelo meu coração
E me amava pela noite até mais não!

Que saudade daquele azul (a)mar
Que surgia do nada e crescia flama;
Que algum olhar entenderia sua rima!

Que saudade do seu encanto pré-estrelar
Que pelos ventos ascendia ao céu a canção
Que me embalava pelo dia até mais não!

® RÓ MAR