A FOLHA CAÍDA
Eu sou aquela folha que tombou,
Ressequida e votada ao abandono,
Arrastada p’ los ventos do Outono,
Para longe da vida que habitou…
No chão ao frio e à chuva dorme o sono,
De quem já foi feliz, já vegetou!
Durante a curta vida em que abanou,
No ramo, entre o mês três e o mês nono…
Cada ser vivo é escravo da rotina,
Que a própria natureza lhe confina,
Tendo uma variante duração!
Mas no fundo, que importa se a vida,
É para alguns mais curta ou mais comprida?
Importante é vivê-la com emoção!...
José Manuel Cabrita Neves