sexta-feira, 16 de maio de 2014

NO DIA EM QUE NÃO TE BASTAREM AS PALAVRAS DE AMOR



No dia em que não te bastarem as palavras de amor


No dia em que não te bastarem as palavras de amor que te disserem,
não troques de ouvidos por outros ouvidos
nem de dizente que as diz por dizente diferente.
No dia em que não te bastarem as palavras de amor que te disserem,
diz algumas também, e enxerga. – Verás como se reproduzem.

No dia em que não te bastarem os gestos de amor que te fizerem,
não troques de olhos por outros olhos,
não troques nada de nada seja pelo que for. Oferece tempo;
o tempo, para quem te ama, é o chão onde semeia atenção
para que colhas depois, no fundo, aquilo que mais importa.

Se deixares que o amor não beba do copo de onde a amizade bebe,
antes de morrer de sede,
ele deixará de ver e secará.
Se amas, mata as sedes que o amor faz. Serve-te – sem copo, em corpo,
umas vezes medido, outras desbordado.

Sérgio Lizardo