sexta-feira, 9 de março de 2018

AUSÊNCIA


Ilustração: obra de Johnny Palacios


AUSÊNCIA


Pássaros acordam o novo dia
Enquanto olho a tua pose
Numa velha fotografia
Finamente emoldurada
Com exímia mestria
Eu enxugo as lágrimas
Impregnadas de nostalgia
Por já não ter, o teu ser
Que amei e se foi por magia
Pássaros quebram o silêncio
Prelúdio da erudita poesia
Escrita com alma e sentimento
Apesar da, manhã estar fria
E o céu estar agora cinzento
Roubando o sol e o azul ao dia
Pássaros de penas coloridas
Chegam vindos do além
Que contém outras vidas
Onde tu estás também
Ávida de carícias queridas
Pássaros quebram o silêncio
Das minhas horas perdidas
Eu tento adivinhar onde estás?
Quais as entradas e saídas
E quem te declarou transparência
De recordações desvanecidas
Pássaros quebram o silêncio
Nas horas adormecidas
Em que sinto a saudade
Dos teus beijos queridos
Oferecidos com verdade
Pássaros quebram o silêncio
Com um chilrear de euforia
Eu choro na solidão
Ao ler esta delicada poesia
Que escrevi com eloquência
E palavras de filosofia
P'ra lembrar a tua ausência
Ao raiar de mais um dia.

Joaquim Jorge de Oliveira