sábado, 13 de julho de 2019

POESIA FRIA, POESIA QUENTE




POESIA FRIA, POESIA QUENTE 


Dizem pra aí que quase ninguém lê poesia
Preferindo a ficção ou mesmo algum ensaio.
Poemas e outros versos apenas de soslaio 
Ou, porventura, por uma mera cortesia…

Mas, livros de poesia… vai mesmo uma razia
À laia de mercado, estilo papagaio…
A poesia que importa – e desta não me saio –
É aquela que se faz com paixão e maresia.

Poesia fria, não! Mas, sim, poesia quente
É aquela em que o poeta dá a sua vida:
Lendo as coisas e o mundo de forma sentida
Com um empenhamento vivo e incandescente.

As hodiernas tendências não vão por aí,
Os tempos mudam e as ideias desvanecem
Mas a boa poesia e os poetas permanecem
E as “mentes dominantes” sofrem de alibi.

O que interessa, porém, e em lugar cimeiro,
Independentemente de ser poético ou não
Ainda que pareça ser uma ilusão,
É tudo aquilo que à carteira der dinheiro!

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA